António Maria Paulouro
(Jornalista e escritor português )1915 - 2002
Jornalista e escritor português nascido no Fundão, conhecido internacionalmente por sua ferrenha oposição ao regime ditatorial do português Salazar. Autodidata e sem possibilidade de prosseguir os estudos no liceu, começou a trabalhar nos escritórios da Fundação Nacional dos Produtores de Trigo. Mais tarde tornou-se encarregado dos Serviços de Electricidade do município do Fundão, de onde transitou para a Delegação local da Companhia Eléctrica das Beiras, que por muitos anos chefiou. Desde cedo ligado à cultura, com um grupo de amigos fundou o Jornal do Fundão (1946), que dirigiu desde então, e no qual publicou, esporadicamente sob pseudônimo, milhares de artigos, crônicas e notas, que nunca quis reunir em volume. Foi vice-presidente da Câmara Municipal do Fundão (1951-1958), cargo do qual pediu demissão declarando-se ao mesmo tempo oposicionista ao regime de Salazar. Também fundou e dirigiu a revista Arco-Íris (1960). Seu jornal noticioso foi alvo de uma rigorosa vigilância e chegou a ser suspenso durante seis meses (1965). Esteve na fundação e na organização do Encontro Nacional de Teatro (1972), do I Congresso de Emigrantes (1977), das I e II Jornadas da Beira Interior (1984 e 1986). Foi eleito deputado para Assembléia da República (1986-1987) pelo círculo de Castelo Branco. Foi-lhe atribuída (1985) a Ordem da Liberdade pelo Presidente da República Ramalho Eanes, mas seu mérito foi reconhecido também fora de Portugal quando foi condecorado pela Universidade de Salamanca (1986). Juntou-se (1976) a Herberto Helder e António Sena para fundar a revista Nova. Organizou o primeiro Congresso de Emigrantes (1977) e esteve ligado à realização das primeiras e segundas jornadas da Beira Interior (1984-1986). O diretor do Jornal do Fundão, foi distinguido com a comenda da Ordem da Liberdade e morreu vítima de um acidente vascular-cerebral, aos 87 anos de idade, depois de vários dias internado no Hospital do Fundão.
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