115 milhões definem hoje o futuro do País
- 115 milhões definem hoje o futuro do País
- Os brasileiros vão às urnas hoje, a partir das 8h, para escolher a elite política que irá governar o Brasil a partir do ano que vem.
São mais de 115 milhões de eleitores credenciados para apontar, entre 19 mil candidatos de 30 partidos políticos, o próximo presidente da República, 26 governadores estaduais e um distrital, 54 senadores, 513 deputados federais e mais de mil deputados estaduais e distritais.
A primeira eleição presidencial do terceiro milênio também será a mais informatizada do mundo. Serão utilizadas 335.871 urnas eletrônicas em 5.658 municípios do Brasil e em outros 25 países, onde existem quase 70 mil eleitores brasileiros cadastrados. (...) (pág. 1 e 3)
- Na madrugada de 7 de setembro, o carioca enfrentou uma ventania que derrubou muros, destruiu postos de gasolina e arrastou bancas de jornais. Na semana seguinte, presos ligados à facção Comando Vermelho desafiaram o Estado, tomaram o Presídio Bangu 1 e mataram quatro desafetos.
Outra semana, e um alívio passageiro: a prisão, dia 19, do traficante mais procurado do Estado, Elias Pereira da Silva, o "Elias Maluco". Na última segunda-feira, novo e grande susto.
Ordens de traficantes e onda de boatos transformaram uma segunda-feira de trabalho num feriado em homenagem ao terror. Nas ruas, as pessoas não têm receio apenas de confessar uma coisa: estão apavoradas.
Alguns acham que já são cidadãos compulsórios de um estado paralelo, outros fazem das grades de casa a última trincheira de um estado de medo. (pág. 1, C1, C2 e C3)
- Encerrada a campanha do primeiro turno, o balanço das decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que o candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes (PPS), teve a menor taxa de sucesso em suas reclamações e contestações.
Segundo levantamento das determinações divulgadas pelo portal do TSE na Intenet, Ciro saiu vitorioso em apenas 40% das disputas judiciais nos três meses de campanha. Os outros três candidatos melhor situados nas pesquisas foram bem-sucedidos em mais da metade de suas contendas. (...) (pág. 4)
- Passada a eleição, a volta dos deputados à Câmara deve provocar uma sensação de "dejá vu". Assim como no início dos trabalhos, em fevereiro, a pauta estará repleta de medidas provisórias vencidas que bloqueiam outras votações.
E os deputados serão pressionados a aprovar medidas com reflexos na situação econômica do País.
Mesmo que a eleição presidencial seja decidida hoje, a Câmara só voltará à atividade após o segundo turno. É que em pelo menos 13 estados a campanha continua durante o mês de outubro. (...) (pág. 5)
- O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Distrito Federal abriu sexta-feira uma investigação para apurar a denúncia de que uma organização não-governamental teria retido 20 mil títulos eleitorais de pessoas que tinha cadastrado.
De acordo com denúncia feita pela coligação Frente Brasília Esperança (PT-PMN-PC do B), a ONG Força Azul, que apóia a candidatura à reeleição do governador Joaquim Roriz (PMDB), teria retido os títulos, que poderiam ser utilizados de forma fraudulenta por cabos eleitorais no dia da eleição. (...) (pág. 10)
- Nenhum dos principais candidatos à Presidência do Brasil tem especial simpatia pela Área de Livre Comércio das Américas, que deve entrar em vigor em janeiro de 2005. Quase todos defendem a prudência e a união sul-americana para não se deixarem devorar pelos Estados Unidos.
Depois de estar frontalmente contra a Alca, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, diz-se disposto a negociar, mas não a qualquer preço. (...) (pág. 12)
- O Brasil é o segundo no ranking das nações com moeda mais vulnerável às turbulências externas, considerando os países que também adotaram regime de câmbio flutuante e metas de inflação.
O primeiro colocado é a África do Sul, conforme estudo do Banco Central feito com 12 países e que abrange o período de fevereiro de 1990 a abril de 2002. (...) (pág. 18)
Colunistas
COISAS DA POLÍTICA - Dora Kramer
Abertas as urnas logo mais à noite, a expectativa nacional não será sobre quem terá o maior número de votos. Isso já se sabe.
A questão é se mais tarde um pouco, já virando a madrugada de segunda-feira, Luiz Inácio Lula da Silva fará discurso de presidente eleito ou se conclamará a militância a não se dispersar para enfrentar o segundo turno.
Contra quem? Esta é a outra dúvida, embora a respeito dela hoje uma suposição mais firme de que o finalista seja José Serra. (...) (pág. 2)
(Boechat) - A Gol Linhas Aéreas está vendendo 20% de suas ações para um grupo de investidores americanos.
A carta de intenções, já fechada, prevê o lançamento das ações da companhia na Bolsa de Nova York.
A transação ficou entre US$ 20 milhões e US$ 80 milhões. (pág. 2)
(Informe JB - Gustavo Krieger) - Está marcada para quarta-feira uma reunião do comando político da campanha do PT. Com o resultado do primeiro turno nas mãos, os presidentes dos partidos que apóiam Lula vão definir nova política de alianças partidárias.
Seja para o segundo turno, se houver, seja para a composição do governo. Interessados em dividir o poder em um eventual governo Lula, partidos à direita e à esquerda vêm intensificando os sinais de paz à coligação. (pág. 6)
Editorial
O GRANDE VENCEDOR
Nos últimos meses, o Presidente ofereceu sucessivas demonstrações de civilidade. Convidou para conversas no Planalto todos os candidatos. Pôs à disposição do eleito, seja ele quem for, todas as informações que o sucessor julgar necessário conhecer.
Dispôs-se a incluí-lo na comitiva que o acompanhará na derradeira viagem ao exterior. E mobilizou forças federais para garantirem a lisura do pleito em todas as cidades que pediram socorro ao Governo.
Antes que a votação comece, pode-se apontar um grande vencedor das eleições de 2002: Fernando Henrique Cardoso. (pág. 12)
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10/06/2002
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