Acir Gurgacz vê avanços em Fórum de Sustentabilidade, mas defende um modelo de preservação nacional
O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) disse nesta quinta-feira (8) que, apesar da reafirmação do interesse internacional em manter a Amazônia intocada, viu avanços no Fórum de Sustentabilidade de Manaus, realizado nos últimos dias 26, 27 e 28 de março. O evento reuniu o ex-vice-presidente americano Al Gore, o pesquisador e ex-assessor-chefe de Biodiversidade do Banco Mundial, Thomas Lovejoy, e o cineasta James Cameron, além de empresários, jornalistas e políticos brasileiros.
O avanço registrado pelo senador foi um comentário do escritor e jornalista norte-americano Mark London, que apontou a possibilidade de, com a ajuda de outros países, criar-se um fundo mundial para investimentos na Amazônia. Segundo o senador, o jornalista disse que os Estados Unidos estariam dispostos a pagar para implementar tecnologia em outros países que garantam a preservação da floresta.
- Ele, no entanto, afirma que aquele país precisa de uma iniciativa global para que todos ajudem - assinalou.
Para Gurgacz, esse fundo não deveria ser mantido apenas por um país, mas por todos aqueles que contribuem para a poluição em escala mundial, que não ajudam na recuperação de outras áreas degradadas e que cobram a conservação da Amazônia. O senador ressaltou afirmação de Al Gore de que esse tipo de solução só poderá sair do papel se houver vontade política e a partir de uma escolha coletiva mundial.
O senador afirmou que o fundo proposto deveria funcionar dentro de moldes mais democráticos e acessíveis que a política de créditos de carbono, "que é na verdade um enigma para a maioria dos produtores rurais". Segundo ele, esse "enigma", pela sua própria natureza, tende a não recompensar efetivamente quem preserva a floresta, pois perde valor com o aumento de ofertas de créditos de carbono no mercado internacional.
Gurgacz ainda defendeu maior flexibilidade na legislação ambiental, pois mesmo que Rondônia seja uma região riquíssima, ainda não foi encontrado um modelo ideal de convivência entre os valores ambientais e as suas necessidades de expansão econômica.
- Mas este deve ser um modelo nosso, criado por nós, brasileiros, e ratificado com racionalidade pelo resto do mundo. Não pode ser um modelo regido por uma lógica inversa, na qual tenhamos que acatar orientações externas de preservação incondicional que mais parecem uma forma de refrear o nosso desenvolvimento econômico - sugeriu.
08/04/2010
Agência Senado
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