ACM CONFIRMA PROCESSO CONTRA NICÉIA PITTA



O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, confirmou na manhã desta segunda-feira (dia 13) a intenção de processar Nicéia Pitta, ex-mulher do prefeito de São Paulo, Celso Pitta, por ter envolvido seu nome nas denúncias e acusações feitas contra o prefeito paulistano. O senador revelou, ainda, que vai apoiar "toda e qualquer CPI que ajude a moralizar a vida pública", especialmente uma comissão parlamentar de inquérito que investigue a emissão de títulos para pagamento de precatórios, além de uma sobre empreiteiras.
Na avaliação de Antonio Carlos, "a CPI é útil, porque sempre revela alguma coisa importante", seja na área em investigação ou em outros setores importantes para "a moralização da vida pública". Ele disse ter uma visão pessoal e específica a respeito dos precatórios, e lembrou que apresentou emenda constitucional para disciplinar essa matéria, alvo de uma medida provisória por parte do governo.
- Pagar precatório com preferência não é uma coisa muito certa, porque beneficia muito mais os advogados do que as pessoas que têm crédito em precatórios vencidos - argumentou o presidente do Senado, que gostaria de ver adotado o prazo de dez anos sugerido para o pagamento.
O problema enfrentado pelo prefeito de São Paulo, Celso Pitta, no entender do senador Antonio Carlos Magalhães, "é antigo".
- Ele não é um bom prefeito e quando o sujeito não é um bom prefeito e tem uma esposa que é desastrada e insana, o resultado não pode ser bom, de jeito nenhum. É o que está acontecendo em São Paulo, para vergonha do Brasil e de São Paulo - afirmou.
O senador disse que encarregou o advogado Genaro Oliveira de preparar o processo contra Nicéia Pitta. A intenção é entrar com uma interpelação judicial e a solicitação de exame de sanidade mental da ex-esposa do prefeito paulistano. "Caso ela esteja nas suas faculdades mentais, aí entra o processo-crime", explicou. Ele previu que ainda nesta semana a interpelação dará entrada no Forum de São Paulo.
Ao reafirmar seu apoio a toda e qualquer CPI que venha moralizar a vida pública, Antonio Carlos enfatizou que a investigação das empreiteiras, "já deveria ter saído há muito tempo". O senador observou que pode falar "de qualquer empreiteira, mas não sei se todos podem".
O presidente do Senado disse não acreditar que o ex-senador Gilberto Miranda possa ter usado seu nome em contato com o prefeito de São Paulo. "Não acredito e ele já soltou nota em que contesta tudo", acrescentou. Antonio Carlos revelou que não conversava com Miranda "há mais de um ano" e que falou com ele no domingo (dia 12), retornando uma ligação recebida do ex-parlamentar.

13/03/2000

Agência Senado


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