ACM DEBATE COMBATE À POBREZA COM DELEGAÇÃO DO BANCO MUNDIAL



O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, afirmou a integrantes da missão do Banco Mundial que o Brasil está decidido a combater a pobreza e poderá fazer isso com um orçamento de cinco ou seis bilhões de reais. O senador recebeu nesta terça-feira (dia 27) uma delegação daquele organismo internacional, chefiada pelo diretor para o Brasil, Gobind Nankani e acompanhada pelo vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina, David di Ferranti. .
Antonio Carlos defendeu, perante os visitantes, que esses recursos sejam obtidos a partir da destinação de parte da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para esse fim. "Apesar do país destinar, atualmente, cerca de 21% do seu orçamento para programas das áreas sociais, esses recursos não são bem aplicados e o Brasil não pode prescindir da ajuda externa", acrescentou. .
O senador informou que o país precisará ainda fazer um esforço orçamentário nos próximos dez anos para modificar o quadro de desigualdade social existente. "Esse é o nosso maior desafio, pois temos um péssima distribuição de renda e a sociedade reclama da carga tributária, então devemos fazer isso por meio dos impostos já existentes. Temos até dez opções para encontrar esses recursos, mas a que mais me agrada - a CPMF - não agrada muito aos banqueiros brasileiros, mas é um recurso limpo e que não envolve fiscalização", sugeriu o presidente do Senado. .
Durante o encontro, que durou mais de uma hora, os representantes do Banco Mundial debateram com Antonio Carlos a situação do país e procuraram saber as perspectivas futuras nas áreas política, econômica e social. Antonio Carlos saudou o interesse da instituição e também parabenizou a mudança de pensamento dos organismos internacionais em relação aos assuntos sociais dos países em desenvolvimento: "Essa mudança já poderia ter ocorrido mas nunca é tarde para se encontrar um bom caminho, e vocês estão em um bom caminho", afirmou. .
- A política dos Estados Unidos de propor medidas para eliminar as dívidas dos países endividados é certa e inteligente por dois principais motivos: primeiro, porque os países menos desenvolvidos não têm condições de pagar o que devem e, segundo, porque não são apenas os países desenvolvidos que merecem ter sobrevida. Também se os países em desenvolvimento não forem ajudados vão ficar do mesmo jeito que os países mais pobres - alertou o senador. .
Antonio Carlos garantiu aos membros da delegação que o Brasil está fazendo todas as reformas necessárias à eliminação da pobreza. "O país fez as reformas mais duras de 1995 para cá, como a da Previdência, por exemplo, que todos os países demoram em média 12 anos para executar". Ele descreveu a situação de todas as outras reformas que já foram empreendidas e de outras que ainda estão acontecendo.

27/10/1999

Agência Senado


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