ACM: SOLUÇÃO PARA FORD "É ALTAMENTE SATISFATÓRIA"
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, considerou nesta terça-feira (dia 20), em entrevista à imprensa, "altamente satisfatória" a solução adotada pelo governo federal para conceder incentivos fiscais à Ford, viabilizando a instalação de sua nova fábrica de automóveis em Camaçari, na Bahia.- O país só vai ganhar com a desconcentração industrial. O resultado é importante para a Bahia, para o Nordeste e para o Brasil - disse.Antonio Carlos destacou que a solução encontrada pelo presidente da República - veto a um artigo de uma MP e edição de outra para tratar só sobre incentivos - abre a mesma oportunidade a qualquer fábrica de automóveis que queira ainda se instalar no Nordeste, no Norte e no Centro-Oeste. "Não se poderia impedir que um estado ou uma região tenha uma nova oportunidade, já que todos os estados tiveram".De acordo com notícias de agências, o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, afirmou que a nova legislação reduzirá em até 32% o IPI para indústrias que se instalarem nessas regiões, mas desde que o façam agora. Os estados e as prefeituras, por sua vez, também poderão conceder redução de impostos.Questionado por jornalistas sobre se a redução total dos impostos prevista para a Ford, de R$ 700 milhões para cerca de R$ 180 milhões por ano, não significa que havia exagero nos incentivos que a indústria teria no Rio Grande do Sul, o presidente do Senado foi sucinto: "Se a Ford, que participou dos entendimentos, achou que os incentivos são adequados, se o governo da Bahia também assim considerou, então a solução federal foi correta".Antonio Carlos Magalhães afirmou que a fábrica da Ford em Camaçari dará cerca de 5 mil empregos. Contando a instalação de fornecedores de peças e outros serviços, poderão ser criados na região mais de 100 mil empregos, afirmou o senador baiano. A empresa pretende produzir na Bahia 250 mil carros por ano e o primeiro sairá das linhas de montagem "já em 2001", conforme o presidente do Senado.- Enquanto o Brasil não fizer a desconcentração industrial e econômica, não terá paz para atingir o progresso que seu povo deseja. Pode-se fazer uma mudança notável no Brasil em termos de redução de desigualdades regionais, não de uma hora para outra, mas a longo prazo. Se não tivermos sensibilidade para isso, as futuras gerações ficarão muito prejudicadas - observou.
21/07/1999
Agência Senado
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