ACM vira super-homem em filme de campanha









ACM vira super-homem em filme de campanha
Ex-senador, que tenta nova eleição, aparece voando sobre Brasília, com luvas de box, e espanca corruptos

Candidato a retornar ao Senado, Antonio Carlos Magalhães virou um super-herói. Dos que voam, esmurram os adversários e acabam sempre vitoriosos, defendendo a lei e a ordem. Ou a Justiça e a honestidade. É o tema do filmete de campanha que as emissoras de TV da Bahia estão transmitindo no horário eleitoral. No principal deles, ACM sobrevoa Brasília, usando luvas de box. Precipita-se sobre um trio que, em plena Esplanada, falava em malversação de recursos públicos, usando palavras como falcatrua. Soca-os, coloca-os em fuga e, por fim, aparece triunfante, sob nuvem de pó. Com o número 251 pairando no céu.


PT gaúcho está ameaçado de ficar até sem senador
O PT, que há anos vem dominando a política gaúcha, fazendo o governador e o prefeito de Porto Alegre, pode ficar sem eleger representante para o Senado. Mais da metade do eleitorado gaúcho já escolheu seus dois candidatos ao Senado, segundo pesquisa realizada pelo Ibope e publicada ontem no jornal Zero Hora.

O presidente da Assembléia Legislativa gaúcha, Sérgio Zambiasi (PTB), e o senador José Fogaça (PPS) aparecem nas primeiras posições na pesquisa.

Zambiasi caiu nove pontos percentuais desde a sondagem anterior e está com 37% das intenções de voto. Fogaça perdeu dois pontos e recebeu 28% nesta pesquisa.

Na terceira e quarta posições estão a senadora Emília Fernandes (24%) e o deputado federal Paulo Paim (20%), candidatos do PT, cada um quatro pontos percentuais acima da posição anterior. O ex-ministro Odacir Klein (PMDB) e o ex-vice-governador Vicente Bogo (PSDB) aparecem com 7% e 4%, respectivamente.

O levantamento, realizado entre os dias 26 e 29 de agosto, mostra que 57% dos eleitores votam em dois senadores, enquanto 16% têm um nome, mas estão indecisos sobre a segunda escolha.
A sondagem aponta também que para 1% dos eleitores o primeiro voto está definido e o segundo será branco ou nulo. Outros 7% votam branco ou nulo nas duas vagas e 18% estão indecisos sobre as duas posições. A margem de erro é de 2,8% pontos percentuais.

A corrida para as eleições ao governo do Rio Grande do Sul continua muito disputada, segundo as últimas pesquisas. Ontem, a pesquisa do jornal Correio do Povo mostra uma queda de Antônio Britto (PPS), cujo índice baixou de 35% para 33,9%. A preferência por Tarso Genro, do PT, manteve-se estável, passando de 31,2% para 31,4%.

Germano Rigotto (PMDB) saltou de 4,1% para 8,1%, e Celso Bernardi, do PPB, subiu de 5,2% para 6,4%.


Candidatos tentam definir seus espaços
O discurso do PSTU não muda. Todos sabem que para o partido é não à Alca e ao FMI, não a FHC, a Roriz. Sim ao trabalhador.

Menos radical, o PCO propõe empregos, construção de casas populares para os trabalhadores e outras regalias, como salário de R$ 1,5 mil e 35 horas de trabalho semanal.

Para Trotta, a saúde está na UTI, morrendo aos poucos, com a falta de medicamentos ou de um simples esparadrapo. "É preciso colocar a rede de saúde para atender, também, aqueles que têm planos de saúde.

Só assim poderemos resgatar sua força", diz o candidato ao governo do DF. Trotta, Cariello, Expedito Mendonça investem numa campanha comprometida apenas com o trabalhador. Mas, ao contrário dos demais postulantes, lutam por uma chance mínima de mostrar suas opiniões, valendo-se do direito que lhes confere a Constituição Federal.

No horário eleitoral gratuito, já se tem como divisores de água candidatos como Rodrigo Rollemberg, Benedito Domingos e Carlos Alberto. Esses têm propostas mais consistentes de geração de empregos, maior tempo para apresentar suas idéias e maior número de eleitores.
Mas a batalha mesmo fica por conta de Roriz e Magela. Donos de maior espaço, eles podem detalhar programas.

Magela tem insistido nos últimos programas com seu projeto Bolsa 1º Emprego, que prevê emprego por um ano, com salário para os jovens que irão ingressar no mercado de trabalho. Na área de saúde, ele prevê hospitais em Samambia, Santa Maria, Recanto das Emas, policlínicas, postos de saúde nas cidades. Para a segurança, anuncia um rigoroso combate ao narcotráfico, postos policiais móveis, polícia comunitária.

Roriz se concentrou na saúde e mostrou que todo ano são feitas 5,5 milhões de consultas, das quais, mais de 3 milhões são de fora. Mas fala de soluções também: o SUS vai pagar mais 30 mil internações no DF.


Foram todos contra Serra
Em condições normais, em um debate como o feito na noite de ontem, na TV Record, a tendência seria o primeiro colocado virar o alvo dos demais. Aconteceu o contrário. Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes e até Anthony Garotinho dedicaram todos os esforços a atingir José Serra, o candidato do PSDB. Afinal, ele vem subindo. Ao menos cinco vezes Serra se mostrou irritado e, dirigindo-se ao mediador Boris Casoy, acusou os três adversários de "fazerem uma tabelinha" contra ele. Pediu que lhe fosse concedido direito de resposta, sem conseguir. Ele próprio, como se esperava, atacou Ciro Gomes, do PPS, seu rival mais nítido na disputa por uma vaga no segundo turno. Qualificou Ciro, com todas as letras, de mentir e de cometer destempero verbais, constrangendo o rival. Se nesse momento deu a impressão de acuar Ciro, mais tarde enfrentaria situações difíceis. Quando desafiado por Garotinho e por Ciro a dizer como criaria 8 milhões de empregos, perdeu-se em questões como o Ministério do Comércio Exterior; quando instado a explicar porque não levava o atual governo a criar esses empregos ou porque não reagira à política econômica, saiu-se com a afirmação de que se devia "pensar no futuro", não conseguindo eliminar a impressão de fugir ao tema. As regras do jogo dificultaram confronto ainda maior entre Serra e Ciro, obviamente os protagonistas do embate principal. Mas mostraram também um Lula mais agressivo e um Garotinho menos disposto a ser metralhadora giratória.

Lula fez sua escolha para segundo turno
Se alguém duvidava, o debate da TV Record serviu ao menos para tornar claro quem Luiz Inácio Lula da Silva prefere enfrentar no segundo turno da eleição presidencial. Ele quer ter Ciro pela frente.

Entrou gostosamente no jogo tudo contra Serra que marcou o debate desde o início. Para isso, abandonou a bonomia que vinha adotando e atacou duramente o candidato do PSDB. Qualificou de "coisa anormal" a postura política adotada por Serra, que "faz de tudo para fingir que não teve nada a ver com esse governo".

Assim, Lula aceitou o pacto tácito de não-agressão ensaiado por Ciro. Não bateu nele, assim como Ciro não o atacou. E, tanto quanto possível, ignorou Garotinho. Com Serra, nada do Lulinha paz e amor. Ao contrário, quando se dirigiu a ele, foi para colocá-lo em saia justa, como ao perguntar se concordava com o que se fez na atual administração.


Rio discute o mercado de petróleo até quinta-feira
O Rio de Janeiro recebe, até quinta-feira, cerca de 40 mil pessoas para discutir, e apresentar, produtos e serviços para a indústria do petróleo, em momento de apreensão face às ameaças de ataque americano ao Iraque.

Os visitantes, dentre eles ministros estrangeiros e executivos das principais companhias petrolíferas do mundo, participarão do 17º Congresso Brasileiro de Petróleo e da Rio Oil & Gas, feira com mais de 800 expositores, que serão realizados no Riocentro, Zona Oeste da cidade.

O congresso terá como tema a responsabilidade social das petroleiras. Mas, certamente, serão discutidas questões como a oferta e o preço, em caso de novo conflito no Golfo e a política de abertura do mercado brasileiro de petróleo, considera do, pelas empresas, uma das grandes apostas.

O Brasil é hoje o 18º maior produtor mundial de petróleo, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e apresentou, nos últimos dez anos, crescimento médio de reservas e produção de 5,3% e de 8,2%, respectivamente.

Já têm presença confirmada no congresso os presidentes de algumas das maiores petroleiras do mundo, como a saudita Saudi Aramco, a venezuelana PDVSA (as duas maiores) e a americana Chevron Texaco, o comando da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep), entidade que controla a oferta mundial, e ministros de energia de países produtores do insumo. Ao todo, são mais de 3 mil delegados. O congresso vai custar US$ 8 milhões, bancados em grande maioria pelas patrocinadores.


Brasil exige o fim do protecionismo de ricos
Impondo barreiras ao comércio e subsidiando sua produção agrícola, Primeiro Mundo aumenta pobreza .
O presidente Fernando Henrique Cardoso pediu ontem em Johannesburgo, diante de mais de cem chefes de Estado e de governo, que acabem os mecanismos protecionistas que impedem o avanço econômico dos países em desenvolvimento.

"O desenvolvimento não é sustentável se é injusto, se há limitações impostas por um globalização assimétrica. Em nossa luta contra a pobreza, é essencial o fim dos subsídios agrícolas e de todas as barreiras alfandegárias e não alfandegárias", declarou o presidente.

Porta-voz dos interesses latino-americanos ao lado do equatoriano Gustavo Noboa, Fernando Henrique lembrou que o Brasil e a América Latina precisam ter maior acesso aos mercados e pediu aos seus colegas que tenham "coragem de tomar decisões difíceis, sem vacilar e com urgência".

Fernando Henrique, que deixa a Presidência em janeiro, reafirmou que o Brasil assume a herança da primeira Cúpula da Terra, realizada no Rio de Janeiro em 1992, e garantiu que a colocação em prática da Agenda-21, documento redigido daquela vez, é "prioridade absoluta".

O presidente também pediu aos países industrializados, "sobretudo o G-8", que ratifiquem o Protocolo de Kyoto "o quanto antes" para a redução da emissão dos gases que causam o chamado efeito estufa.


Artigos

Tem lei demais
Eduardo Brito

Querem crucificar uma senhora que atende pelo nome de Núbia Cozzolino. Vem a ser deputada estadual no Rio de Janeiro. Seu crime: só apresentou dois projetos de lei e não viu nenhum ser aprovado.

Talvez dona Núbia seja uma péssima deputada. Mas não por isso. Se ter lei fosse bom, o Brasil seria o paraíso. Contamos com mais de dez mil em vigor, apenas em nível federal, contando com as medidas provisórias. Mais do que os Estados Unidos, a Inglaterra ou a Noruega.

Os filisteus que atacam a tal Núbia são coleguinhas jornalistas do Rio. Certamente acham que o País não tem leis suficientes. Se é que leram Montesquieu, não passaram da primeira lição. Certamente só conhecem aquilo que foi para os livros do antigo ensino primário: o Poder Legislativo existe para fazer leis.

Não, não existe só para isso. Pelo contrário, essa é apenas uma de suas funções. O Legislativo existe para impor limites ao Executivo, para dizer onde deve ser gasto o monumental dinheiro dos impostos, para fiscalizá-lo e, principalmente, para representar o povo. Existe até para fazer leis. Ou para não fazer leis.
Na ditadura de 64, o Congresso resistiu por um ano e meio às pressões dos mandatários para permitir que civis fossem julgados por tribunais militares quando acusados de crimes políticos. Engavetou o projeto, impedindo que se transformasse em lei. Os militares terminaram fazendo isso por ato institucional. Disso resultou a oficialização da tortura no País. Melhor que não houvesse a tal lei. Mesmo hoje, o Congresso está representando melhor o interesse do povo ao recusar-se a votar projeto que cobra contribuição previdenciária aos aposentados do que se o fizesse.

Temos bom exemplo pertinho de nós. A Câmara Legislativa do Distrito Federal, nos últimos anos, tem brindado a comunidade com dezenas de leis antipovo. São as chamadas mudanças de destinação, que transformam áreas verdes em lojas, supermercados, botequins e postos de gasolina. São também as leis da Idade da Pedra, como a que proíbe o funcionamento do comércio aos domingos. Em resumo, leis que melhor fariam se não existissem.

Por isso é que os eleitores fariam muito bem se encarassem com cautela os candidatos a reeleição que se comprazem em afirmar que, em mandato anterior, apresentaram dezenas, centenas de projetos de lei. É melhor ver que propostas são essas. O Congresso, as Assembléias e as Câmaras estão atolados de projetos imbecis. Tem até uma, pasme-se, que proíbe duas pessoas do sexo masculino de andarem juntas na mesma moto. Sim, motos e assemelhados. E tem também a que cria o Dia do Ar Puro.

Havia um senador que dizia orgulhar-se de ter apresentado mais de mil projetos à Assembléia Nacional Constituinte que fez a Carta de 1988. Na maioria, garantiam privilégios a segmentos do mundo jurídico. Essa mesma criatura enriqueceu no governo Collor, virou governador e está sendo agora escorraçada pelo povo, após ter batido todos os recordes de desmandos.

Sabe-se lá o que terá feito ou deixado de fazer dona Núbia Cozzolino. Mas se deixou de atormentar o povo com projetos desonestos ou idiotas, deve, só por isso, ganhar estátua em praça pública.


Colunistas

CLÁUDIO HUMBERTO

"Sapo barbudo" já encanta militares
O candidato do PT Luiz Inácio Lula da Silva tem encantado os interlocutores da área militar, demonstrando que não guarda ressentimentos dos tempos de militância contra o regime militar, quando foi perseguido e até preso. Como é preciso ver e ouvir para crer, ele se reunirá no próximo dia 13, no Rio, com pesos pesados da caserna. A articulação do encontro está a cargo do general Leônidas Pires Gonçalves, ex-ministro do Exército do governo José Sarney, que o chamava de "sapo barbudo". Chamava.

Lula lá, já
O comando do PT trabalha para definir a eleição presidencial já no primeiro turno. Mas o "centralismo democrático" do imperador José Dirceu decretou: nada de manifestações de otimismo. A ordem é evitar o "já ganhou".

Velas contra ACM
Depois usarem a polícia para intimidar os partidários de Jacques Wagner, candidato do PT ao governo da Bahia, o deputado José Rocha (PFL) e o prefeito de Carinhenha cortaram a energia elétrica da cidade, domingo, para tentar impedir o comício. O show ficou por conta da multidão, que acendeu milhares de velas para ouvir os petistas falarem mal de ACM e sua turma.

Pensando bem...
...os debates na TV deveriam ser mediados por um juiz. De boxe.

Democracia racial
Um rapaz pobre, filho de carpinteiro, leu nos jornais que 20 candidatos à carreira diplomática teriam direito a bolsa de estudos e orientação de diplomatas para fazer o concurso. Bateu à porta do Instituto Rio Branco, candidatando-se ao benefício, mas foi inútil. "O benefício é só para negros", respondeu o constrangido atendente, diante do branquelo pobre.

Trocando em miúdos
Depois de dizer que Serra "está pedindo para apanhar", o vice de Ciro explicou que não foi bem isto que disse. Claro. Quando falou no uso da força, ele deve ter se referido, certamente, à Força Sindical.

Minas não há mais
Já se foi o tempo em que político mineiro fazia tudo com muito cuidado e diplomacia. Newtão Cardoso pega pesado para tentar chegar ao segundo turno com Aécio Neves. O ex-vice de Itamar ainda acredita que, se o fino de Minas está com Aécio, o grosso do eleitorado ainda está com ele.

Mendigando folhetos
O ministro Caio Luiz de Carvalho (Esporte e Turismo) diz que envia farto material sobre o Brasil às embaixada s, mas os diplomatas contam outra história. A embaixada em Madri chegou a mendigar junto aos expositores da Feira Internacional de Turismo (Fitur), em abril, para que deixassem por lá o material que produziram, às próprias custas, para divulgar o País.

Duro de votar
Ciro, Serra, Lula, Garotinho. Com esses candidatos, voto obrigatório é overdose de patriotismo.

As obras de Furnas
A direção da estatal Furnas Centrais Elétricas garante que são meramente administrativos os "indícios de graves irregularidades" de quatro obras para as quais a proposta de Orçamento para 2003 destina R$ 101.857.434,00. A expressão é do próprio documento do governo (em poder da coluna), baseado na lista de obras suspeitas elaborada pelo Tribunal de Contas da União.

De pai para filho
Tomou Lexotan no TRE do Rio o julgamento do agravo impetrado pelo candidato a deputado estadual do PMDB, Fábio Raunhetti, filho do papai anão do orçamento. Ele teve a candidatura à reeleição impugnada por unanimidade. Com o filho envolvido em desvio de recursos públicos em Nova Iguaçu, o pai zeloso não sai do TRE.

Parece, mas não é
Até domingo, digitando o endereço fernando.henrique.foipreso.com, a notícia no jornal era hilariante. Internautas se divertiam com a brincadeira, e FhC não foi a única vítima. O site, que se intitula a "única novidade na Internet" permite digitar nomes femininos e garante não comprometer ninguém, pois a "notícia" não fica arquivada. Mas ontem estava fora do ar.

Falso brasileiro
Acusado de enviar cerca de 30 toneladas de cocaína do Brasil para a Europa e procurado pela Interpol, Sergio Boeri, 32 anos, entrou e saiu várias vezes com passaporte brasileiro em nome de Antonio Pereira Bianchi. Líder do tráfico em Turim, foi preso flanando em Bali, na Indonésia, e deportado para a Itália no final de semana.

Casamento de conveniência
A CEF nega "venda casada" no recebimento do resíduo do FGTS. Um leitor do Rio recebeu sua parcela integral em 24h, após aceitar seguro-residência da Caixa. Mas o produto da CEF foi cancelado "por duplicidade para o mesmo imóvel". Ele tinha seguro em outra entidade, e agora espera devolução do que pagou, porque nem na poupança querem depositar.

Pindaíba na Aeronáutica
A direção do Hospital do Campos dos Afonsos (RJ) confirma a "restrição ao uso" fraldas geriátricas descartáveis, revelada na coluna, "em virtude de ajustes orçamentários impostos pela atual conjuntura", mas nega com veemência a escassez de comida, a falta de soro, a mordomia de carros oficiais e festas à conta da FAB, denunciados por um oficial da ativa, em off.

Poder sem pudor

Promessa de empregos
O vereador Jean Gomes, presidente da Câmara Municipal de Mata Grande, no sertão alagoano, participava de comício, domingo, num povoado, quando se empolgou e prometeu solenemente dar três empregos na localidade.
O prefeito da cidade, Hélio Beltrão, não se conteve:
- Cuidado, Jean, você sabe que não pode cumprir essa promessa...
O vereador respondeu, ainda no microfone:
- Ôxi, prefeito, o senhor está reclamando porque eu prometi três empregos? Pior é o Serra, que anda prometendo 8 milhões...


Editorial

MEIO AMBIENTE LUCRATIVO

Embora os temas tratados na Rio + 10 sejam, em sua maioria, sobre aspectos ecológicos, o encontro dos líderes mundiais que tem sede em Johannesburgo, na África do Sul, tratam de assuntos econômicos de fundamental importância na próximas décadas. Não são apenas discursos e contratos entre ambientalistas, mas a formação de uma nova ordem da matriz energética e tecnológica global. Se o Brasil vacilar nas negociações, pode pagar caro em um futuro não muito distante, ou mesmo deixar de ganhar um bom espaço no mercado internacional.

Por isso, o Brasil deve se manter firme em suas propostas, mesmo que seja necessário ceder um pouco no futuro para garantir o bom andamento das negociações. Uma delas, e talvez a principal, diz respeito ao uso de energia renovável. Pela proposta brasileira, o mundo se comprometeria a ter pelo menos 10% da base energética em modelos renováveis – como a energia solar e os derivados vegetais (como o álcool).

Além de incentivar uma emissão menor de poluentes, essas energias mudariam um pouco o foco econômico em cima dos produtores de petróleo. Para o Brasil, que já tem uma experiência com álcool de cana-de-açúcar, seria uma chance de deslanchar como produtor de energia.

A mesma lógica orienta o País a exigir que o G-8 (grupo dos países mais ricos do mundo) se comprometa a cumprir o Protocolo de Kyoto – que limita a emissão de gases poluentes. Novamente, além da melhora no meio ambiente, a limitação traria mais equilíbrio ao sistema produtivo internacional.

Os Estados Unidos, por exemplo, que são os maiores poluídores do Planeta, com suas indústrias, seria obrigado a ceder espaço para outras regiões – distribuindo empregos e renda mundo afora. É compreensível que os americanos não aceitam algumas limitações, mas faz parte do jogo pedir mais para ganhar o possível.
O Brasil já teve uma importante vitória na questão da biodiversidade – pois conseguiu fechar um acordo de preservação de recursos biológicos (1/5 deles no Brasil). O acordo prevê também a repartição dos benefícios da exploração de riquezas biológicas, o que vai garantir ao País parte da renda que hoje fica nas mãos da biopirataria. Com competência e firmeza, o Brasil pode ganhar pontos importantes nesse grande embate econômico e ambiental que se passa na África do Sul.


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09/03/2002


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