Advogado de Cachoeira diz que delação premiada está fora de cogitação



 

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O advogado Márcio Thomaz Bastos afirmou que não há possibilidade de um acordo de delação premiada entre Carlinhos Cachoeira e o Ministério Público. Nesse tipo de acordo, o acusado que aceita colaborar com a investigação e revelar informações sobre outros envolvidos recebe benefícios legais, como redução da pena.

– Isso não está em cogitação – disse o ex-ministro da Justiça nesta terça-feira (22), em entrevista após a reunião da CPI que investiga Cachoeira.

A sugestão foi feita por parlamentares durante a reunião da CPI em que Cachoeira seria ouvido. Orientado pelo advogado, o investigado usou o direito constitucional de permanecer calado para não produzir provas contra si e não respondeu às questões sobre a possibilidade de delação premiada feitas pelos integrantes da comissão.

Delegado licenciado da Polícia Federal, o deputado Fernando Francischini  (PSDB-PR) afirmou que Cachoeira poderia ajudar o país a “passar a vassoura” no Congresso Nacional e na política dos estados caso aceitasse um acordo. A sugestão também foi feita pelo deputado Domingos Sávio (PSDB-MG).

– Pense na delação premiada. E que seu advogado considere isso. Nós vamos acompanhar de perto. Não havendo a delação, não poderá ser reduzida uma fração do que o senhor terá de pagar – sugeriu.

Conflito

Questionado sobre a possibilidade de haver “problema ético” no fato de defender Cachoeira, Thomaz Bastos negou qualquer constrangimento. Durante a reunião, os deputados Chico Alencar (PSOL-RJ) e Miro Teixeira (PDT-RJ) ressaltaram o fato de o advogado ter sido Ministro da Justiça no governo Lula.

– Passei 45 anos de minha vida como advogado, fiquei quatro anos no Ministério e faz cinco anos que saí de lá. Portanto, não há nenhum impedimento - disse.

Ante o silêncio de Cachoeira na CPI, Miro Teixeira, que foi ministro das Comunicações também no governo Lula, disse esperar reencontrar Márcio Thomaz Bastos em uma “situação mais agradável”.

Já o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) elogiou o advogado, destacando seu papel como ministro da Justiça, quando, segundo ele, teria contribuído para fortalecer a Polícia Federal.



22/05/2012

Agência Senado


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