Aécio Neves: Palocci tomou a decisão correta



O senador Aécio Neves (PSDB-MG) avaliou como correto o pedido de exoneração do ministro chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, nesta terça-feira (7). A demissão ocorreu cerca de três semanas após a divulgação de reportagem do jornal Folha de S. Paulo que apontou um crescimento de 20 vezes no patrimônio do ministro no período de quatro anos.

- É da minha natureza, eu não comemoro episódios como este, mas acho que a decisão foi correta - afirmou o senador, que considera que o governo estava imobilizado desde as denúncias.

Para Aécio Neves, a tentativa da oposição de recolher assinaturas para uma Comissão Parlamentar de Inquérito pode ter colaborado com a decisão.

- As assinaturas estavam quase que sendo alcançadas. Certamente, isso pode ter, ao lado da avaliação que ele faz de que já estava criando problemas para o governo, pode ter ajudado na sua decisão. Do ponto de vista do governo, era esperado.

Para o senador, apesar do aparente desfecho, o caso não está encerrado porque, do ponto de vista jurídico, ainda é preciso investigar se houve ou não tráfico de influência por parte do ministro. Já do ponto de vista político, Aécio diz que a oposição ainda vai discutir o que será feito.

- Nós vamos procurar tomar uma posição conjunta, vamos discutir ainda nesta terça e na manhã de quarta-feira qual o caminho que nós vamos tomar em relação a tudo o que estava estabelecido - previu Aécio, que informou que será preciso rever a posição e a estratégia.

Para a oposição, com o pedido de exoneração do ministro, senadores governistas que haviam assinado o pedido de criação de uma CPI devem retirar as assinaturas.

Aécio Neves considera que o governo tem oportunidade de tirar lições do episódio, especialmente sobre o relacionamento com a oposição.

- É preciso que o governo seja ágil na recomposição da sua articulação política no Congresso, que o governo não confunda uma eventual maioria que tem aqui com a capacidade de atropelar regimento, de atropelar a minoria - disse Aécio, que considera que o "momento de arrogância" do governo passou.



07/06/2011

Agência Senado


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