Agricultores avaliam que novo Plano incentiva produção orgânica



O primeiro Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) elaborado no País, foi lançado em Brasília, nesta quinta-feira (17), pela presidenta Dilma Rousseff e pelo ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA) Pepe Vargas. O Plano articula políticas e ações de incentivo ao cultivo de alimentos orgânicos e com base agroecológica com um investimento inicial de R$ 8,8 bilhões, divididos em três anos.

Para o jovem produtor de orgânicos, Warley Dantas, 23 anos, do município de Machacalis (MG), as ações do Plano são fundamentais para quem luta contra os agrotóxicos. “É um incentivo para a gente continuar na luta. A partir desse plano vamos ter uma sustentação, temos o apoio do Governo, o que incentiva o pessoal que usa agrotóxico a começar a trabalhar sem o veneno”, atentou.

Das ações anunciadas, o produtor orgânico Edilson dos Santos Silva, 55, do município de Itaberaba (BA), considera a meta de certificar 50 mil agricultores como produtores orgânicos e agroecológicos a mais importante. “Essa transição de 10 mil agricultores que produzem de forma orgânica para 50 mil é um grande passo”, destacou.

Integrante da Associação Certificadora de Áreas, Defesa do Meio Ambiente e Produtores Orgânicos do Estado da Bahia (Acpoba), Edilson, caracteriza o lançamento das ações como um momento marcante. “Estamos na estrada há 40 anos. Sou pioneiro na produção agroecológica e começamos esse trabalho com muitas dificuldades. A natureza é a mãe de todas as ações e quando a agredimos ela se vinga. São várias reações naturais acontecendo no mundo em consequência de agrotóxicos e agroquímicos. Esse Plano afirma a conscientização ambiental”, ressaltou.

Para o extrativista de 22 anos, Alexandre Marciel, todo o Plano é importante porque fortalece as pessoas e os territórios garantindo não só saúde como educação e conhecimento. “Isso gera forte impacto não só para a zona rural, como também para a área urbana, porque se o meio rural anda bem, compram-se mais produtos nos municípios e tem maior procura de investimentos”, observou.

Desenvolver e disponibilizar tecnologias inovadoras de produção e beneficiamento da produção orgânica e de base agroecológica é a ação que mais atraiu Alexandre, que vive na Reserva Chico Mendes, em Brasiléia (AC). “As novas tecnologias são fundamentais para os jovens das comunidades e reservas extrativistas, é uma nova ferramenta para o extrativismo”, disse.

Jorlana de Jesus, 28, do Quilombo do Kaonge, localizado no município de Cachoeira (BA), acredita que a construção do plano atende o anseio do povo. “O plano atinge a toda diversidade de povos que existe no Brasil e alimenta nossa fome de igualdade para todos”, ressaltou.

Fonte:

Ministério do Desenvolvimento Agrário



17/10/2013 17:31


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