Agricultores familiares terão ferramenta virtual para compra e venda de produtos



Os agricultores familiares poderão comprar insumos, materiais e itens para beneficiamento e vender produtos na internet. A Rede Brasil Rural, ferramenta virtual que aproxima as cooperativas de produtores rurais dos fornecedores de insumos, da logística de transporte e dos consumidores públicos e privados, será lançada na próxima terça-feira (13), em Porto Alegre (RS), pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

A solenidade de lançamento será realizada às 15h30, no Cais do Porto, e comandada pela presidenta Dilma Rousseff. Simultaneamente ao lançamento da Rede Brasil Rural, o governo federal estará entregando máquinas retroescavadeiras a 126 prefeituras gaúchas – uma ação da primeira fase da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) voltada para municípios com até 50 mil habitantes.

“Depois de consolidarmos a ampliação do crédito e a retomada da assistência técnica, estamos ingressando em uma nova geração de políticas públicas para a agricultura familiar”, aponta o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence. “Esse mecanismo digital [Rede Brasil Rural] nos permitirá organizar toda a cadeia produtiva da agricultura familiar – serviços, articulação institucional e comercialização”, resumiu o ministro.

Inicialmente, cerca de 200 mil agricultores familiares irão usar integralmente a ferramenta, fazendo compras e vendas. Eles compõem 1,6 mil cooperativas e associações da agricultura familiar do Brasil e detêm um vasto catálogo de produtos diferenciados que vão de cachaças orgânicas a embutidos artesanais, passando por queijos finos, sucos, vinhos, artesanatos de todas as regiões do País e cosméticos elaborados a partir de matérias-primas brasileiras. Este é o  catálogo de produtos que compõe o Armazém Virtual da Agricultura Familiar, um dos pilares da rede.

“O objetivo é reduzir o preço do produto para o consumidor final e aumentar a renda dos agricultores por meio de ganhos de eficiência em cada etapa da cadeia produtiva, preservando a identidade da agricultura familiar”, explica o ministro.

Porém, as demais cooperativas da agricultura familiar de todo o País também poderão expor, já nesse primeiro momento, seus produtos na loja virtual.  O consumidor ganha um mapa de ofertas da agricultura familiar por estado, município ou por produto. Ele escolhe a mercadoria e recebe em casa, pelos Correios - transportadora oficial da agricultura familiar nesta parceria.

 

Alimentação escolar

Além de dar agilidade ao sistema de compra e venda cotidiana da agricultura familiar, a rede reorganiza o sistema de compras da produção familiar pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Isto porque municípios, estados e escolas ainda encontram dificuldades para achar produtores que atendam à demanda da merenda, e os agricultores, por sua vez, muitas vezes carecem de informações sobre abertura de processos de compras.

A Rede Brasil Rural soluciona os dois desafios: organiza a oferta de alimentos por tipo de produto, região, estado e município e divulga a necessidade de compras para a merenda.

Para tal, os gestores da merenda serão usuários da Rede Brasil Rural. Por meio do sistema, cadastram o edital, os produtos de interesse e as condições de compra. Automaticamente, o sistema distribui uma lista de editais para os agricultores, que podem enviar propostas. No final do processo, o sistema também automatiza a prestação de contas para o gestor com controle das Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAPs).

A Lei da Alimentação Escolar prevê que, no mínimo, 30% dos recursos destinados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a merenda sejam direcionados à compra da produção da agricultura familiar. Só em 2011, do orçamento da União, o setor pode faturar R$ 930 milhões na oferta de alimentos para os 45,6 milhões de estudantes da educação básica matriculados em escolas públicas estaduais e municipais e filantrópicas.


Crédito do BNDES

As compras dos agricultores familiares pela nova rede serão feitas com o cartão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – que, por enquanto, começa a ser usado pelos 200 mil agricultores familiares ligados as primeiras 1,6 mil cooperativas e associações. A instituição definiu um limite de negociação de até R$ 1 milhão por cartão, com opção de até cinco cartões por cooperativa, financiamento de três a 48 parcelas e taxa de juros pré-fixada no ato da compra.

Juntamente com o crédito, as cooperativas ampliam as possibilidades de financiamento para além de itens ligados exclusivamente à produção e industrialização (máquinas e insumos). Soluções de internet, comunicação visual, reciclagem, logística e armazenagem são algumas das opções de financiamento.


Fonte:
Ministério do Desenvolvimento Agrário



12/12/2011 20:01


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