Agricultura: Laboratório de Brotas estimula estudo sobre alimento de bovinos
Depois de passar por reforma, o laboratório ganhou novos equipamentos e estrutura mais adequada
As plantas verdes (conhecidas como forragens) usadas na alimentação de bovinos, caprinos, bubalinos e ovinos são estudadas no Laboratório de Plantas Forrageiras de Brotas, a 240 quilômetros da capital. As pesquisas científicas da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento (UPD) abrangem análises do manejo de pastejo, seleção de espécies forrageiras, adubação e fertilidade do solo, engorda de bovinos sob pastejo e suplementação a pasto.
O laboratório, que passou por recente reforma, oferece melhor infra-estrutura para a realização de pesquisas na unidade de Brotas. “O prédio estava com seu uso limitado e pouco freqüente em virtude da deterioração causada pelo tempo”, relembra o pesquisador Gustavo José Braga.
Para tornar mais rápidos o processamento e a análise das amostras de forragem colhidas foram construídas bancadas de granito. O laboratório funciona, também, como galpão de implementos agrícolas e fertilizantes.
Essas intervenções permitirão aos pesquisadores da unidade melhor aproveitamento do espaço, com a realização de várias análises, tais como da matéria seca e da composição morfológica.
Com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), foram adquiridos equipamentos para uso no laboratório, tais como balança pesadora (R$ 800), analisador de dossel (fotômetro que mede a intercepção de luz – US$ 8 mil) e medidor de área foliar (US$ 10 mil).Mais experimentos – Os pesquisadores acreditam que a nova estrutura possibilitará desenvolver maior número de experimentos, de acordo com os procedimentos mais modernos. Com isso, acreditam que vão atender a demandas de informação na pecuária paulista e brasileira.
Um dos estudos conduzidos atualmente é o projeto “Diretrizes para o manejo da desfolhação em pastagens de Brachiaria decumbens Stapf. cv. Basilisk”, com financiamento da Fapesp. A espécie Brachiaria decumbens, gramínea forrageira oriunda da África, é a mais cultivada no Brasil central e no Estado de São Paulo. A espécie começou a ser amplamente cultivada no País na década de 70.
De acordo com Braga, a Brachiaria é persistente (tempo de vida perene e não exige replantio) e apresenta baixa exigência de fertilidade do solo (necessidade de poucas adubações), embora seja suscetível à cigarrinha, uma das principais pragas em pastagens no Brasil.
O pesquisador afirma, entretanto, que informações essenciais obtidas com o estudo, ainda em fase de avaliação, não são conhecidas dos pecuaristas. Cita, por exemplo, dados relacionados a parâmetros de manejo, como freqüência e intensidade do pastejo.Degradação – Braga ressalta que o conhecimento adequado do manejo da pastagem evita seu desgaste: “A degradação atinge, infelizmente, grande parte de áreas de pastagens do território nacional”.
Os projetos em forragicultura e pastagens, atualmente desenvolvidos na unidade, contam com o apoio da Fapesp e da Fundação do Desenvolvimento da Pesquisa Agropecuária (Fundepag) e têm a coordenação de dois pesquisadores científicos: Braga e Vanderley Benedito de Oliveira Leite.
A UPD de Brotas faz parte do Pólo Regional Centro-Oeste, órgão vinculado à Secretaria da Agricultura e Abastecimento.
01/11/2007
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