Agricultura: Médio Paranapanema alcança maior produtividade mundial de mandioca



Uma das principais explorações agrícolas mundiais, esse tubérculo encontra no local condições favoráveis de solo e clima

A região do Médio Paranapanema, sudoeste de São Paulo, obtém a maior produtividade média mundial no cultivo de mandioca, com 28,1 toneladas de raízes por hectare. A produtividade brasileira é de 12, e a paulista de 25. Essa região responde por 27% da produção do Estado (204,6 mil toneladas). Batizada de aipim no Sul e de macaxeira no Nordeste, a mandioca é uma das principais explorações agrícolas mundiais, com produção acima de 160 milhões de toneladas por ano. O Brasil é o maior produtor da América, com 24 milhões de toneladas anuais.

Entre os tubérculos, ela só perde para a batata e se encontra entre os seis principais produtos alimentares, ao lado do trigo, arroz, milho, batata e cevada. Essas informações constam de dados reunidos por pesquisadores da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) do Pólo Regional do Médio Paranapanema, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, com base em estudos sobre a importância da cadeia produtiva naquela região.

“A cultura da mandioca tem no Médio Paranapanema as condições de produção agrícola excelentes. O solo e o clima são propícios ao seu cultivo. A cultura rústica se adapta a pequenas propriedades mantidas pela família”, esclarece o pesquisador Ricardo Dias Kanthack, da Apta. Outro motivo, acrescenta, é que “cada raiz representa recursos para toda a família e por isso é muito bem cuidada”.

Fabricação de farinha 

A mandioca é predominantemente cultivada em pequenas e médias propriedades, num total de até 20% da área, no Médio Paranapanema. Principal região produtora do Estado, responde por 27% do total paulista (204 mil toneladas). A região de Assis é a primeira em produção para a indústria, seguida por Ourinhos, Mogi-Mirim, Tupã e Presidente Prudente.

De acordo com os estudos, a produção da mandioca para a indústria no Estado atingiu R$ 119 milhões em 2005, queda de 33,9% na comparação com o ano anterior. Apesar da redução, no ano passado foram colhidas 984,4 mil toneladas, 25,5% a mais do que em 2004. Com esses valores, o Estado ocupa a sétima posição no ranking nacional, com área de 64 mil hectares.

No País, estima-se que o consumo per capita de mandioca in natura (raízes frescas) seja de 70 kg/ano, e o de farinha, seu principal derivado, de 18 kg/ano. Aproximadamente 85% de sua produção é destinada à fabricação de farinha – presente no cardápio de todo brasileiro, principalmente os de baixa renda – e amido. O restante destina-se a consumo in natura e a indústrias de congelados.

Melhoramento genético 

Além das condições climáticas do Médio Paranapanema, a rotação da cultura da mandioca com lavouras de soja e milho é fator favorável a altas produtividades de raízes. Os resíduos deixados pelas outras culturas são aproveitados pela mandioca, o que aumenta a rentabilidade do produtor, por reduzir o seu custo produtivo. Esse pólo regional tem vários projetos em andamento na área desta cultura. Um deles é sobre o aproveitamento dos subprodutos do tubérculo na alimentação de ovinos e peixes. A unidade integra o programa de melhoramento genético da mandioca do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e faz pesquisas de avaliação de clones, estudos de adubação, nutrição de plantas, espaçamento e densidade p

05/16/2006


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