Agricultura: Secretaria e criadores realizam evento sobre suínos no Estado de São Paulo
Discutem-se as normas de sanidade dos animais para assegurar a competitividade os produtores brasileiros
A Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) e a Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS) anunciaram a realização do Seminário da Suinocultura Paulista, que reunirá empresários, autoridades e representantes da cadeia produtiva do segmento. O evento ocorrerá nos dias 6 e 7 de abril, em Campinas, no auditório da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), que, a exemplo da CDA, é vinculada à Secretaria da Agricultura e Abastecimento. Os organizadores pretendem promover a integração de todos os que trabalham com a carne de porco e debater questões relacionadas à sanidade dos animais, impostas pelas exigências internacionais. Esses temas são considerados de vital importância para assegurar a competitividade do produto no exterior.
O diretor do Grupo de Defesa Sanitária Animal da CDA, Celso Alberto Gonçalves, diz que o Programa Estadual de Sanidade Suína, de sua coordenadoria, busca atender a essas exigências de mercado. Ressalta também que a iniciativa tem o apoio da APCS, mediante convênio. "O Estado de São Paulo é reconhecido pelo Ministério da Agricultura e pela Organização Mundial de Sanidade Animal como zona livre da peste suína clássica desde 2001", afirma Gonçalves.
Destaque para Holambra
Dados da APCS indicam que o número de matrizes no território paulista é estimado em 110 mil, o plantel em 2,64 milhões de cabeças e a produção é de 237,6 mil toneladas de carne ao ano. O rebanho suíno nas proximidades de Campinas representa aproximadamente 15% da produção do Estado. Destaca-se o município de Holambra, com 7,5 mil matrizes. O presidente da APCS, Ferreira Júnior, lamenta que o momento atual seja desfavorável ao criador, porque os preços de venda estão abaixo do custo de produção. "Hoje, o criador recebe pelo animal vivo em torno de R$ 1,60 por quilo, enquanto a despesa atinge R$ 2,24. A perda por quilo é de R$ 0,64", garante.
Um animal pronto para abate, relata Ferreira Júnior, chega ao frigorífico com média de 90 quilos. Nesse caso, o suinocultor perde R$ 57,60 por animal vendido. "Nosso segmento aproveitará o evento para buscar alternativas para sair da crise instalada", acrescenta.
Negócio da Rússia
Estatísticas da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) mostram que no ano passado as vendas externas do produto somaram pouco mais de 625 mil toneladas, aumento de 22,6% em comparação com o período anterior. Obteve-se também receita recorde de US$ 1,2 bilhão, acréscimo de 50,4% em relação a 2004. O grande mercado para o Brasil, considerado o 4º maior produtor e exportador mundial de carne de porco, continua sendo a Rússia, responsável por 65% do total das vendas externas. As exportações para os russos totalizaram 404,7 mil toneladas no ano passado, expansão de 40,5% comparando a 2004.
A receita obtida foi de US$ 805 milhões, alta de 79,2% ante a receita de US$ 449 milhões de 2004. O segundo principal destino foi Hong Kong, na China, com 60,9 mil toneladas, seguido pela Ucrânia, que importou 21,9 mil toneladas. O preço médio para exportação foi de US$ 1.7 por tonelada. A produção de carne suína no Brasil no ano passado somou 2,7 milhões de toneladas e, desse total, 71% destinaram-se ao mercado interno.
Da As
02/01/2006
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