AGRIPINO CRITICA FIM DE CPI NO RIO GRANDE DO NORTE



O senador José Agripino (PFL-RN) criticou a decisão da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte, que não prorrogou o prazo de trabalho da CPI que investigou denúncias de aplicação irregular de recursos oriundos da privatização da Companhia Energética do Estado (Cosern). De acordo com o senador, R$ 771 milhões foram gastos às vésperas das últimas eleições sem justificativa.- A prorrogação dos trabalhos da CPI representava uma oportunidade para o governador Garibaldi Alves Filho explicar o que foi feito com esses recursos. A tese da prorrogação não é só da oposição, mas da sociedade, que quer ver governo e oposição discutindo o interesses público. A CPI tinha obrigação diante da sociedade do Rio Grande do Norte de esclarecer um caso que se tornou escândalo nacional - lamentou o senador.A Comissão investigou, de acordo com o senador, suspeitas de irregularidades na construção de 10 mil casas populares. Segundo Agripino, os deputados estaduais constataram no município de Serra Caiada superfaturamento e fraude às leis eleitoral e de licitações.- Foi contratada a construção de 65 casas, mediante convênio em período eleitoral, o que é proibido. Além disso, o valor do empreendimento determinava que fosse feita concorrência. No entanto, as 65 casas foram divididas em 40 e 25 casas, e a obra contratada através de simples carta-convite. Ao invés de 65, foram entregues apenas 45 e recebidas com paredes rachadas, teto torto, piso estalando, e segundo o Tribunal de Contas da União, superfaturadas em pelo menos R$ 700 por unidade - acusou.Segundo Agripino, a CPI também detectou irregularidades na construção de redes de esgoto nos municípios de Macau, Pau dos Ferros e Lagoa Nova. "Não foi feita ligação com nenhuma residência. Nenhuma família foi beneficiada", afirmou.Agripino qualificou o relatório da CPI de "peça de propaganda, feita para atestar o bom-mocismo de um governo sobre o qual pesam suspeitas". Apesar disso, o senador garantiu que a oposição continuará mobilizada para exigir a apuração dos fatos.- Se o governo não quis dar uma resposta às acusações, a oposição não vai parar. Vamos continuar e confiar na Justiça - adiantou.

14/06/1999

Agência Senado


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