Agripino defende publicação trimestral da Carta de Conjuntura do Ipea
O senador José Agripino (DEM-RN) manifestou, nesta terça-feira (1º), preocupação com a decisão do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicadas (Ipea) de não mais publicar trimestralmente a Carta de Conjuntura - o que a entidade fazia desde 1980 - e passar a publicá-la apenas uma vez por ano. Ele também disse estar preocupado com as medidas que o governo tem tomado para evitar o retorno da inflação. A Carta de Conjuntura reúne vários dados que mostram como está a economia do país naquele momento e que servem também de base para projeções futuras.
- Na medida em que a conjuntura econômica do Ipea não vai mais ser publicada, o farol apaga a luz. O farol que conduz os navegantes ao melhor rumo, se apaga. Com medo de quê? - indagou.
Agripino disse que, na medida em que se sonega aos brasileiros essa análise, fomenta-se a especulação financeira e abrem-se oportunidades para aqueles "que ganham dinheiro com a esperteza". Ele ressaltou que o país vive um momento em que todos devem sugerir ao governo o que fazer para combater a inflação. O senador acrescentou que o governo não pode negar aos brasileiros a informação valiosa coletada pelo Ipea e fez um apelo às autoridades.
- Parem, desautorizem o presidente do Ipea com essa história de não informar mais de três em três meses a conjuntura econômica. A Carta de Conjuntura é um patrimônio da sociedade brasileira, que não pode ser sonegada - afirmou.
O senador também disse que a taxa de juros alta e a carga tributária vêm impedindo que brasileiros façam investimentos no setor produtivo. Ele reconheceu que a massa salarial cresceu, junto com o crédito, mas para comprar sem inflação seria necessário haver produção em níveis suficientes.
Agripino lembrou que a inflação é produto da lei da oferta e da procura, aparecendo quando a procura é maior do que a oferta. Ele frisou que, para equilibrar essa equação, é preciso fazer investimentos, observando que, com a taxa de juros que pratica e com a carga tributária que cobra, o Brasil desestimula os investimentos.
- O Palácio do Planalto deve estar muito preocupado, porque isso atinge em cheio a popularidade do presidente. Atinge no atacado, porque mexe com a qualidade de vida dos brasileiros, que estão satisfeitos da vida pelo fato de poderem comprar um liquidificador, um rádio, a televisão e até um automóvel, que nunca puderam comprar no passado - concluiu.01/07/2008
Agência Senado
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