Alunos da Campos Salles participaram do Projeto Arte e Ciência no Parque



Professores, estudantes e comunidade do bairro São João Clímaco tiveram contato com experimentos produzidos no Instituto de Física da USP

“A universidade começa a desempenhar o seu verdadeiro papel de mostrar que a Ciência não é um bicho-de-sete-cabeças”, afirma Braz Rodrigues, diretor da Escola Municipal de Ensino Fundamental Campos Salles, localizada no bairro São João Clímaco, zona sul da capital. A frase tem endereço certo: o Projeto Arte e Ciência no Parque que, sábado passado, das 9 às 13 horas, levou aos alunos, aos professores e à comunidade da região experimentos científicos produzidos no meio acadêmico. Coordenado pelo professor Mikiya Muramatsu, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o evento recebeu a visita de 1,2 mil pessoas interessadas em conhecer as curiosidades do mundo da Ciência. Além das oficinas de arte e de fotografia, o público foi recepcionado pelos monitores que demonstraram e explicaram os experimentos.

Quem participou da exposição aprendeu como a luz do sol se decompõe, como as imagens se formam, como enxergamos, como funciona o corpo humano e como os espelhos esféricos e cilíndricos são capazes de enganar a visão ao distorcerem as imagens. Ao refleti-las, criam a ilusão de que os objetos estão ao alcance das mãos quando, na realidade, estão longe delas. A grande atração – que fez a alegria da criançada – foi a bicicleta que transforma energia mecânica em energia elétrica e faz uma televisão funcionar.

“O projeto teve início em abril e até agora visitamos três parques em São Paulo e duas escolas estaduais. Nosso objetivo é popularizar e difundir a ciência e a tecnologia”, informa Muramatsu.

Equipe afinada – A equipe que acompanha o professor aos locais públicos tem 12 pessoas – professores, bolsistas do CNPq e alunos da graduação da USP. São eles que auxiliam na montagem e nas demonstrações dos experimentos focados na Física, na Biologia e na arte. Conforme declara o monitor Marcos Melo, estudante do quarto ano de Física e bolsista da USP: “O que falta no ensino são atividades experimentais. Esse projeto humaniza a Ciência, que fica mais atraente. No caso da Física, você deixa de resumir essa Ciência, que é belíssima, a números e formas”.

Marcos considera que, apesar de os materiais utilizados nos experimentos serem bastante simples, trazem uma bagagem teórico-científica capaz de despertar o interesse das pessoas pela Ciência: “As crianças podem utilizar esses materiais em casa para fazer brinquedos. Por meio dos experimentos você consegue transportar o universo vivido pelos cientistas nos laboratórios ao alcance de todos”, explica.

Teoria e prática – A professora Inês Nogueira, do Instituto de Ciências da USP, participa do projeto desde o início. Ela diz que a exposição na Campos Salles também esclareceu aos estudantes conceitos das neurociências presentes no dia-a-dia das pessoas.  Para que os visitantes tivessem acesso a esse tipo de informação, foram organizadas oficinas de arte e diversas atividades lúdicas centradas no funcionamento dos órgãos dos sentidos e ritmos biológicos; na formação da imagem, ilusão de óptica e perspectiva; na discriminação e triagem da acuidade visual e cores, entre outras. Além disso, o público recebeu noções de higiene bucal e aprendeu sobre a anatomia do corpo humano.

A estudante Liliam Fernanda Freitas, de 12 anos, acompanhou atentamente as explicações sobre o funcionamento do corpo humano. “O que mais chamou a minha atenção foi entender como funcionam o fígado e o coração. A explicação foi muito boa, vai me ajudar nos estudos”, diz a jovem, que cursa a 6a série na Campos Salles.

Inês informa que mais três colaboradores participam da iniciativa, como voluntários, auxiliando nas diversas atividades do projeto. “Temos um artista plástico, uma arte-educadora, um oftalmologista e uma dentista”, informa a docente.

Cultura científica – O diretor da escola, Braz Rodrigues, conta que a vinda do Arte e Ciência no Parque à escola partiu de um convite da União de Núcleos, Associações e Sociedades dos Moradores de Heliópolis e São João Clímaco (Unas), que enviou 13 participantes à oficina de fotografia na lata. “Integram os núcleos socioeducativos da Unas e atuarão como agentes multiplicadores. Ensinarão o que aprenderam às crianças”, diz Rodrigues.

Considerando-se o número de pessoas atraídas pelos experimentos e curiosas em aprender um pouco da ciência oficial, por meio das demonstrações do professor e seus assistentes – o primeiro evento, realizado no Parque Presidência, quilômetro 12 da Rodovia Raposo Tavares, reuniu mais de 500 pessoas no fim de semana –, o projeto cumpre sua principal missão: viabilizar a compreensão de que uma cultura científica pode interferir de forma significativa na qualidade de vida das pessoas e garantir mais elementos para o desenvolvimento da cidadania nos diversos âmbitos de sua atuação. Nas palavras do professor Muramatsu, “levar a universidade ao público e não esperar pelo contrário”.

Para fazer isso, o docente informa seu próximo passo: “Embora o projeto tenha duração de dois anos, está nos nossos planos contratar, mediante concurso, um técnico que exercerá a função de gerente do Arte e Ciência no Parque. A ele caberá coordenar nossa equipe e ser responsável pela montagem dos experimentos”.

Marilia Mestriner

Da Agência Imprensa Oficial

SERVIÇO

Próximo Projeto Arte e Ciência no Parque está programado

para os dias 15/16 e 22/23 de setembro, no

Parque da Independência, Ipiranga, zona sul da capital,

de manhã e à tarde

(R.A.)



08/25/2007


Artigos Relacionados


Projeto Arte no Parque apresenta novas bandas no Parque Villa-Lobos

Unicamp: Ciência & Arte nas Férias recebe 120 alunos do ensino médio

Alunos do Projeto Fazendo Arte na Cozinha visitam Assembléia

CE homenageia alunos que participaram da Olimpíada Mundial do Ensino Técnico

Alunos do Baltazar Godoy Moreira finalizam Projeto Arte Postal

Projeto Adoniran reúne Suzana Salles e Arthur Netrovski