Alunos do Projeto Guri rio-pretense se apresentam nos EUA



Grupo de referência de cordas tocará no campeonato musical dos estudantes da Sphinx, em Detroit

Se depender dos 18 alunos do grupo de referência de cordas da regional de São José do Rio Preto todos farão bonito durante a apresentação no campeonato musical dos estudantes da Sphinx, para o qual foram convidados. A Sphinx é uma ONG norte americana, com sede em Detroit, no Estado de Michigan, que tem como missão promover a música clássica a grupos de jovens.

De malas prontas, o grupo, que congrega alunos dos polos de Catanduva, Nova Granada, Votuporanga, Novo Horizonte, Guapiaçu, José Bonifácio e São José do Rio Preto, afina os instrumentos e ensaia sem parar (até 8 horas por dia), em casa e na sede do Guri do município. Muitos deles já integram Orquestras Sinfônicas da região, entre elas a Orquestra Sinfônica e a Orquestra Jovem, ambas de São José do Rio Preto, e a Orquestra do Conservatório Belas Artes.

Adriel Rodrigues Ferraz, 15 anos, de Nova Granada, toca violino e é vencedor, na categoria solista, do Mapa Cultural Paulista, edição regional. Em breve, participará, em São Paulo, da gravação de um CD e de um DVD, em homenagem ao compositor paulista Oswaldo Lacerda. De família de músicos, pai violinista e mãe tecladista, diz que o Guri provocou uma mudança radical na sua vida, em termos de disciplina e gosto pela música. "A ida a Detroit tem sabor especial, de vitória mesmo", diz Adriel que sonha em cursar faculdade de música, mestrado e doutorado. "Nada mal para quem só conhece São Paulo", brinca.

Intercâmbio

Em Detroit, o grupo ficará até o dia 12 para participar de diversas atividades com os alunos da instituição americana. O intercâmbio cultural entre o Guri e a Sphinx começou em setembro do ano passado, quando quatro musicistas da Sphinx estiveram em São José do Rio Preto e desenvolveram várias ações com educadores e guris, encontro que foi finalizado com uma aula-espetáculo gratuita e aberta ao público, no Teatro Municipal Humberto Sinibaldi Neto. A proposta do intercâmbio nasceu de um encontro entre a Sphinx e a Amigos do Guri no Ispa - International Society for the Performing Arts, um dos mais importantes congressos internacionais de música.

Segundo Alessandra Costa, diretora-executiva da organização gestora Amigos do Guri, a experiência desenvolvida pela Sphnix é referência para projetos sociais que trabalham com música. "A organização realiza um trabalho de ensino musical com aulas coletivas e individuais, voltado para jovens de escolas de comunidades de baixa renda. E já conseguiu resultados expressivos em 15 anos de atuação".

Clima festivo

Na sede do Guri de São José do Rio Preto, o clima é de festa, expectativa e muito trabalho. Nos três dias que antecederam a viagem, cumpriram rotina puxada, comenta o violinista Felipe Carvalho, 15 anos, que terá a missão de preparar, em conjunto com a Bárbara Fava da Costa e o Adriel, o diário de bordo. "A cada momento experimentamos uma novidade, não só nos ensaios, mas também na escolha das roupas que vamos usar lá, que é gelado, pois a gente aqui só tem roupa de calor. Também pesquisamos na internet para saber mais sobre a cidade, que não é só a capital do automóvel, como dizem, mas é um baita centro de cultura", diz Felipe.

De família de músicos, pais e tios, ele conta "que tem primo na faculdade de música e outro, bem novinho, entrou recentemente no Guri, como flautista". Agora, todo mundo quer fazer Guri na família", brinca. O convite para Detroit foi impactante, diz. Vão tocar três concertos, num deles, em traje de gala, depois com o uniforme do Guri. O repertório inclui Villa-Lobos, Leroy Anderson, Mozart e George Philipp Telemann.

A violoncelista Bárbara, de Catanduva, 17 anos, gosta da maratona dos ensaios, de escolher roupas de frio em pleno verão rio-pretense, de trocar ideias com os colegas e da missão do diário de bordo. Como os outros colegas, a garota tem tudo sobre Detroit na cabeça, graças ao Google, e está eufórica com o momento. "Se eu não estivesse no Guri, dificilmente teria essa oportunidade, ainda mais que já tenho dois irmãos mais novos no projeto: um de 15 e outro de 12 anos, no violoncelo e na viola erudita. Eles e a família inteira estão torcendo pelo nosso bom desempenho lá".

Os 36 polos

O polo do Guri na cidade iniciou suas atividades em 2006, mas a proposta de referência de cordas começou no ano passado. João Ramalho, técnico em instrumento e coordenador do grupo, explica que a proposta é reunir os alunos mais avançados, com conhecimento aprofundado em música. "Esses jovens, assim como os do grupo que irá a Detroit, chegam com alguma formação musical, adquirida no meio familiar, em coro de igrejas e no próprio Guri". Só na região de São José do Preto estão instalados 36 polos.

"Na verdade, tocar em outro país era um sonho de todos eles. Fomos surpreendidos com a visita e o convite. Imaginávamos que isso ocorreria somente mais tarde", afirma Ramalho.

Da Agência Imprensa Oficial



02/06/2012


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