Alvaro Dias considera "deplorável" valor do novo salário mínimo
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) considerou "deplorável", em discurso nesta quinta-feira (29), o aumento real de 1,73% que o governo anunciou para o salário mínimo - o reajuste será de 8,33%, sem descontar a inflação projetada pelo governo em 6,6% desde o último aumento do mínimo. Ele comparou os aumentos do mínimo dados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com os do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- No primeiro ano, em 1995, o presidente Fernando Henrique aumentou o mínimo em 22% acima da inflação. Já o presidente Lula, deu 1,23% e, agora, praticamente repete o percentual. O governo do PT fica devendo esta aos brasileiros - afirmou.
Alvaro Dias sustentou que "os brasileiros estão frustrados" e dificilmente esquecerão que o PT sempre defendeu aumentos reais "generosos" para o mínimo. Já o presidente Lula, comparou, prometeu dobrar o valor real do mínimo em seus quatro anos de governo. Para ele, "só a falta de confiança do presidente em sua equipe o levou à indecisão de dias e dias sobre o reajuste do salário mínimo".
O senador leu trechos de matéria publicada na quarta-feira (28) pelo jornal inglês The Guardian, com "um balanço bastante negativo" dos 15 meses do governo Lula. Conforme o jornal, o presidente "tem sido incapaz de conter a desilusão e a percepção de que sua equipe estava despreparada para governar". Alvaro Dias ironizou ainda a afirmação do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, de que o "baixo astral" do empresariado brasileiro tem "fundo psicológico".
No mesmo discurso, o senador paranaense afirmou que "muita gente respirou mais aliviada" com o anúncio de que a economia norte-americana não cresceu tanto no primeiro trimestre - o mercado esperava mais de 5% e o crescimento foi de 4,2%. Com isso, o mercado está avaliando que os juros americanos não serão aumentados rapidamente como se previa, beneficiando os países em desenvolvimento, que disputam investidores com os países mais desenvolvidos.
- Há tempos estamos alertando o governo para aproveitar os tempos de juros baixos nos Estados Unidos. Depois, nossa situação ficará bem mais difícil - observou.
29/04/2004
Agência Senado
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