Alvaro Dias diz que governo emite sinais de "governança temerária"
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) comentou que enquanto as contradições se multiplicam na gestão petista e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva assume posturas diametralmente opostas, dependendo da platéia e da audiência, o governo federal emite sinais de -uma governança temerária-. Ele opinou que recente decisão de um juiz de Taubaté (SP) validou a falência jurídica do Estado brasileiro ao determinar que o Unibanco contrate milícia particular para reaver área invadida pelos sem-terra.
- O juiz de Taubaté, a antítese da -Velhinha de Taubaté-, que, a despeito de reconhecer que a garantia da propriedade é um direito inviolável e que cabe ao Estado assegurá-la, reconhece que o Estado não tem condições reais de assegurar tal direito, e com olhos na realidade estabelece um novo paradigma - afirmou Alvaro Dias.
Segundo o senador pelo Paraná, a -Velhinha de Taubaté-, personagem criado nos anos 80, voltou a ocupar a coluna do seu autor, o escritor Luís Fernando Veríssimo. Alvaro Dias disse que Veríssimo comunicou que a Velhinha ainda está viva e hoje acredita em tudo o que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, diz na televisão.
Alvaro Dias ironizou que provavelmente apenas a -Velhinha de Taubaté- está acreditando em um governo que não investiu nenhum centavo em saneamento e apenas 1,95% em educação e 1,54% em agricultura dos recursos previstos no Orçamento deste ano. Ele explicou que o arrocho fiscal promovido pelo governo Lula possibilitou o cumprimento da meta de superávit fiscal com um mês de antecedência.
Entre janeiro e maio, computou Alvaro Dias, o setor público economizou R$ 38,2 bilhões para o pagamento de juros: R$ 5,5 bilhões a mais do que o acertado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para todo o primeiro semestre deste ano. Mas mesmo com todo o esforço fiscal, completou o senador, não foi possível conter o avanço da dívida. Ele revelou que no mês de maio o endividamento do governo chegou a R$ 946,6 bilhões, o equivalente a 56,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Quando Lula assumiu, lembrou, essa proporção era de 55,5%.
28/06/2004
Agência Senado
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