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O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) comunicou em Plenário, nesta terça-feira (18), que o DEM, o PSDB e o PPS vão protocolar representação junto à Procuradoria Geral da República solicitando a abertura de inquérito para investigar o teor de recente reportagem publicada pela revista Veja, que acusa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de envolvimento no escândalo do mensalão, ocorrido em 2005, durante seu primeiro mandato.

De acordo com a matéria da Veja, o publicitário mineiro Marcos Valério, uma das figuras centrais do mensalão, teria declarado a amigos que Lula tinha conhecimento de todo o esquema de corrupção instalado em seu governo para comprar apoio político no Congresso.

Alvaro Dias informou, no entanto, que o pedido de investigação ao Ministério Público Federal somente será formalizado quando o Supremo Tribunal Federal concluir o julgamento em curso do mensalão.

— A oposição somente não protocola agora a representação porque não quer criar fato algum que possa ser utilizado durante o julgamento do mensalão, não quer criar impasse, não quer trazer à baila fatos que possam ser explorados juridicamente — explicou.

O parlamentar lembrou ter ocupado há poucos dias a tribuna para registrar seu voto em separado, apresentado no encerramento dos trabalhos da CPI dos Correios, de 2005, no qual propunha o impeachment do então presidente Lula por crime de responsabilidade.

Na avaliação do parlamentar, a possibilidade de envolvimento de Lula com o mensalão, revelada pela revista Veja, não causou nenhuma surpresa. Para ele, a abertura de processo de impeachment deveria ter sido feita há sete anos.

— O presidente não tomou qualquer providência efetiva. Não exerceu as prerrogativas de seu cargo, função delegada pelo povo, aceitando implicitamente a corrosão das instituições basilares da democracia, atentando contra o próprio Estado — disse.

Para Alvaro Dias, o maior prejuízo para o país decorrente do modelo de gestão baseado na compra de apoio político pelo governo federal, como ocorreu no mensalão, é a redução da capacidade de investimento público em razão do superfaturamento de obras e serviços. Segundo ele, a transposição de tal modelo para estados e municípios criou uma situação de corrupção generalizada no país.

Em resposta a questionamento feito em aparte pelo senador Jorge Viana (PT-AC) sobre a existência de um esquema de mensalão durante governo de Eduardo Azeredo, do PSDB, em Minas Gerais em 1998, Alvaro Dias disse não ter condições de avaliar caso em razão deste não ter sido objeto de investigação pelo Congresso Nacional.

Com relação ao mensalão mineiro, Alvaro Dias acusou ainda o PT de ter trazido esse assunto à baila apenas em 2005, com o objetivo único de desviar a atenção da população do escândalo do mensalão petista.

- Por que, antes de 2005, o PT não denunciou esse eventual processo corrupto eleitoral, ocorrido em 1998, em Minas Gerais?

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