Amorim defende saída gradual de tropas do Haiti
Em sua exposição aos senadores da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), nesta quinta-feira (29), o ministro da Defesa, Celso Amorim, defendeu a retirada gradual de tropas brasileiras do Haiti, onde o Brasil participa de missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU).
Atualmente, observou, 2.200 soldados brasileiros encontram-se naquele país. Antes do terremoto que atingiu o Haiti no ano passado, eram 1.300 soldados. Segundo o ministro, há no governo brasileiro a "percepção" de que é necessário reduzir as tropas aos níveis anteriores ao terremoto. Até porque, como ressaltou, uma das missões principais dos soldados da ONU, a consolidação da segurança com o objetivo de garantir a democracia, foi "mais ou menos alcançada", dentro das condições de um país muito pobre como o Haiti.
- É muito importante que a retirada não seja percebida como um desengajamento do Brasil. Todos concordam que uma redução gradual é necessária. Não podemos nos eternizar e nem sair de forma irresponsável - afirmou Amorim.
Embaixador
Durante a mesma reunião, a comissão aprovou a mensagem presidencial de indicação do novo embaixador brasileiro no Haiti, José Luiz Machado e Costa. A relatora da mensagem foi a senadora Ana Amélia (PP-RS). Em sua exposição aos senadores, o embaixador indicado para o cargo ressaltou a necessidade de um trabalho conjunto entre diplomatas e militares.
- O Haiti é um exemplo claro de como militares e diplomatas devem trabalhar juntos. Nos países mais desenvolvidos, a sintonia entre diplomacia e defesa é considerada fundamental - disse Machado.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) sugeriu, durante o debate, a implantação no Haiti de um programa de renda básica. Por sua vez, o senador Blairo Maggi (PR-MT) informou que, no Brasil, pequenas centrais hidrelétricas como a que está planejada para o Haiti têm sido construídas com orçamentos bem menores do que o de uma central de 32 megawatts que pode vir a ser construída naquele país. Da mesma forma, o senador Luís Henrique (PMDB-SC) defendeu a construção dessa hidrelétrica por uma empresa privada brasileira, sob o regime de concessão.
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29/09/2011
Agência Senado
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