Amorim diz que Brasil continuará lutando na OMC



Nas próximas duas semanas, será possível saber se vale a pena um esforço para chamar os negociadores a Genebra novamente com o objetivo de tentar concluir a Rodada de Doha. Foi o que afirmou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em resposta ao parlamentar argentino Mariano West, durante a 12ª sessão ordinária do Parlamento do Mercosul, nesta segunda-feira (18), em Montevidéu. Em discurso realizado pouco antes, Amorim disse que, enquanto houver "uma fresta de esperança" de se obter um resultado justo e equilibrado, o Brasil seguirá lutando na Organização Mundial do Comércio (OMC).

- Achamos que isso será bom para o Mercosul como um todo e para cada um dos países que o integram - ressaltou.

O chanceler disse também que a falta de conclusão da Rodada de Doha não é sinônimo de paralisia. Embora não tenha sido fechado um acordo, afirmou, houve avanços em quase todos os pontos.

- Temos o dever de continuar a buscar consensos para concluir a rodada, que poderá trazer benefícios extraordinários para os países em desenvolvimento, sobretudo os mais pobres. A ausência de acordo na OMC - ou seja, o status quo - afeta de modo mais grave os países pobres, porque as barreiras e os subsídios à agricultura privam as populações daqueles países da oportunidade de competir no mercado mundial. Atrasam, assim, o seu desenvolvimento.

Amorim disse que as negociações em Genebra representaram um aprendizado para o Mercosul e mostram o preço que o país pagou por não ter uma Tarifa Externa Comum (TEC). Na avaliação do ministro, divergências "tópicas" são normais numa negociação complexa. O importante, considerou, é que em nenhum momento faltou disposição - ou faltará - para acomodar as preocupações de todos.

Ao responder a uma pergunta do parlamentar argentino, o chanceler disse ver "uma pequena brecha" de oportunidade para a conclusão da Rodada de Doha, que teria de ser aproveitada agora. Em sua opinião, se isso não for feito até setembro ou outubro, será mais difícil a retomada das negociações, já que haverá eleições nos Estados Unidos e em outros países, o passar do tempo irá gerar novas avaliações, dúvidas e idéias, e os fatos irão se multiplicando.

O ministro acrescentou que, para o Brasil e para o Mercosul, a OMC é insubstituível.

Durante os debates, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que preside a Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul, sugeriu que, com o fim da dupla cobrança de tarifas de importação entre os países do bloco, toda a renda aduaneira seja canalizada para o Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem). A idéia foi bem recebida pelo ministro das Relações Exteriores.

Rita Nardelli / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)



18/08/2008

Agência Senado


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