Ampliação do tratamento contra aids é tema de fórum
A ampliação da oferta de tratamento contra a aids a todos os adultos soropositivos, independente do estágio da doença, é um dos temas debatido no fórum, realizado em Goiânia nesta quinta (5) e sexta-feira (6). No encontro, está sendo discutido a situação das DST/aids e hepatites virais na Região Centro-Oeste. Esta é a terceira de uma série de consultas à sociedade civil para debater os rumos da política de enfrentamento das DST, aids e hepatites virais nas diferentes regiões do país.
O novo protocolo estende o uso de antirretrovirais a todos os adultos com testes positivos de HIV, que passam a ter acesso aos medicamentos antirretrovirais contra a aids pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, além do Brasil, apenas França e Estados Unidos ofertam medicamento antirretroviral aos pacientes soropositivos, independente do estágio da doença.
“O aumento da oferta com antirretrovirais é uma medida inovadora, com impacto na saúde individual e garante a melhoria da qualidade de vida das pessoas infectadas pelo HIV, reduzindo a transmissão do vírus”, observa o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.
Também serão discutidas no evento, medidas de prevenção para populações prioritárias, como homens que fazem sexo com homens (HSH), gays, profissionais do sexo, travestis, mulheres transexuais, usuários de drogas, pessoas privadas de liberdade e pessoas em situação de rua. Também será discutida a construção de uma agenda de trabalho com as ações a serem desenvolvidas de forma integrada à atenção básica.
O diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, explica que estes fóruns significam uma oportunidade de debate entre os diversos segmentos que atuam no combate à epidemia, com a realização de parcerias na área de prevenção e testagem. “A importância destes fóruns é compreender as diferenças entre regiões do país. Isso nos permitirá realizar ações de prevenção e testagem em parceria que levem em conta as realidades de cada uma dessas regiões”, explicou o diretor.
O evento reúne pesquisadores, representantes de movimentos populares e integrantes das secretarias municipais e estaduais de saúde dos estados da região: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal.
Hepatites
Serão discutidas ações com a atenção básica para a ampliação de acesso ao diagnóstico e aos insumos de prevenção à doença, como preservativos masculinos e femininos, gel lubrificante, kit de redução de danos, dentre outros.
Também serão traçadas estratégias para simplificar o acesso ao tratamento das hepatites B e C, assim como o manejo das pessoas coinfectadas com HIV e aids, além de medidas visando à ampliação da prevenção, testagem e oferta da vacina da hepatite B entre populações prioritárias.
Serão realizadas mais três consultas públicas, duas na Região Nordeste e uma no Sudeste, no primeiro semestre do próximo ano. Os encontros da Região Nordeste foram divididos em dois eventos por razões logísticas, a primeira reunindo os estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba e a segunda voltada aos estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão e Piauí.
Estão disponibilizados na página do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais materiais que subsidiarão as consultas, como vídeo de apresentação da situação atual da epidemia DST/aids e das hepatites virais e as prioridades do Departamento (materiais de referência e um Instrumento com os principais pontos a serem discutidos presencialmente). Para mais informações, acesse [email protected].
Dados regionais
Dentre as cinco regiões do país, nos últimos 10 anos, observa-se uma diminuição de 18,6% na taxa de detecção na Região Sudeste (de 24,7, em 2003, para 20,1, em 2012) e de 0,3% na Sul (de 31,0 para 30,9). As outras regiões apresentaram aumento, sendo 92,7% na Região Norte, 62,6% na Nordeste, 6,0% na Centro-Oeste. Quanto à taxa de detecção, a região registrou em 2012, 19,5 casos de aids a cada 100 mil habitantes, equivalente à taxa nacional de 20,2.
O estado de Goiás apresentou taxa de detecção de 16,5 por 100 mil habitantes. Em relação à região Centro-Oeste, isso representa a menor taxa, ficando atrás das taxas de Mato Grosso do Sul (25,3), Distrito Federal (21,3), Mato Grosso (19,4 por 100 mil habitantes).
Fonte:
05/12/2013 17:19
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