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A senadora Ana Amélia (PP-RS) pediu, nesta terça-feira (29), mais investimentos do governo federal em campanhas de conscientização e prevenção de acidentes de trânsito envolvendo motocicletas. Ana Amélia, que presidiu audiência pública sobre o assunto na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), pela manhã, argumentou que, se o governo promove intensas campanhas de combate à dengue, deveria dedicar-se também às campanhas preventivas para o trânsito.

Segundo a senadora, enquanto a dengue matou 592 pessoas em 2011, os acidentes mataram 40 mil, sendo um terço dessas vítimas, motociclistas.

– O governo faz campanhas periódicas contra a dengue, mas em relação com acidentes de motos, que já é uma epidemia, nada está sendo feito, o que agrava a situação – alertou.

Para comprovar que os acidentes de trânsito com moto já viraram epidemia, Ana Amélia divulgou dados da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) revelando que, de cada seis internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de hospitais públicos no Brasil, quatro são de vítimas de acidentes com motos. Além disso, todos os anos, cerca de 40 mil motociclistas ficam com sequelas de acidentes, não podendo mais retornar ao trabalho e necessitando da assistência do Estado para assegurar seu sustento e de suas famílias.

Vias superlotadas

O aumento do número de motocicletas em circulação nas grandes cidades, explicou a senadora, em parte é motivado pelo transporte coletivo deficiente e com tarifas caras. A opção mais barata para boa parte dos trabalhadores e estudantes acaba sendo comprar uma motocicleta.

A procura por esse meio de transporte tem superlotado as vias com motoristas nem sempre devidamente habilitados. A senadora reproduziu a queixa de representantes de sindicatos de motociclistas profissionais sobre o atual modelo de formação dos motoristas, que seria insuficiente para prepará-los para o trânsito nas ruas.

Outro problema seria a falta de fiscalização, não apenas das regras de trânsito, mas também dos veículos e equipamentos. Segundo a senadora, em 2011, 34 mil motos foram retiradas das ruas de São Paulo por não terem condições de circular, por serem velhas ou por falhas em equipamentos. O número é cerca de 400% maior do que o registrado em 2010, evidenciando o aumento dos veículos pela capital paulista.

Também o dinheiro arrecadado com multas de trânsito e com o seguro obrigatório, que deveria ser investido em educação no trânsito e prevenção de acidentes, não está sendo usado adequadamente, na avaliação da senadora.

Ana Amélia informou que os senadores decidiram criar um grupo para analisar todas as propostas sobre a situação dos motociclistas em tramitação no Senado. De acordo com a senadora, o assunto interessa tanto à sociedade que, antes da realização da audiência, a CAS recebeu mais de 500 telefonemas de pessoas interessadas em acompanhar o debate.

Em aparte, o senador Jayme Campos (DEM-MT), presidente da CAS, enfatizou que a audiência pública foi uma das mais importantes do ano realizadas pela comissão e afirmou que é preciso ajudar o governo a construir uma política púbica sobre a questão.

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