Aneel só tomará medidas em relação ao apagão após relatório técnico



A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) depende do relatório técnico sobre as causas da interrupção no fornecimento de energia elétrica ocorrida no último dia 10 para sugerir as medidas mais adequadas para evitar situação similar no futuro. A informação foi dada pelo presidente da agência, Nelson Hubner, nesta quinta-feira (26), ao participar de audiência pública conjunta das comissões de Serviços de Infra-Estrutura (CI) e de Assuntos Econômicos (CAE), que discutiu o tema.

A partir do relatório, que apontará as possíveis causas do apagão que atingiu 17 estados e o Distrito Federal, ressaltou Nelson Hubner, a Aneel verificará se há necessidade de mais investimentos na área. Ele explicou que a agência participa na elaboração de tal relatório com as equipes técnicas, bem como fiscaliza todos os agentes envolvidos no incidente. Pontos como as condições de operação, os registros históricos de manutenção e ocorrências, a adequação aos critérios e operação do sistema de forma segura, entre outros, são verificados pela agência, informou Hubner.

Respondendo ao presidente da CI, senador Fernando Collor (PTB-AL), o presidente da Aneel disse que agência apenas fiscaliza se as instalações foram feitas dentro dos padrões internacionais, mas não faz exigências técnicas em relação aos equipamentos a serem adquiridos pelo sistema operacional. Hubner explicou que esses equipamentos resultam de profundas pesquisas e são adotados em todo o mundo.

Planejamento

O ministro interino do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, defendeu o constante planejamento do setor elétrico brasileiro para evitar situações de racionamento ou de apagões. Para cumprir o desafio de levar energia elétrica a todos os pontos do território nacional - de dimensões continentais, conforme observou - é imprescindível o planejamento. São 130 mil quilômetros de linhas de transmissão instaladas no país, informou, integradas de forma planejada.

Com a crescente demanda, destacou Zimmermann, o país precisa continuar investindo no setor. Ele afirmou que o governo destinará R$ 40 bilhões até o final de 2010. A demanda vai aumentar nos próximos anos, previu, uma vez que o Brasil está crescendo. Atualmente, informou, o consumo de energia elétrica do Brasil está em 2.300 kilowatt por hora (Kw/h), enquanto que esse consumo é de 13 mil Kw/h nos Estados Unidos e de 4 mil Kw/h na África do Sul, exemplificou.

Ele argumentou ainda o Brasil investe prioritariamente em hidrelétricas devido à durabilidade da instalação, que ultrapassa os 100 anos, segundo informou. Uma termoelétrica, sistema usado comumente na Europa, destacou, tem durabilidade de 40 anos, em média. Em sua avaliação, "A hidrelétrica é o caminho natural do Brasil".

Itaipu

Questionado pelo senador Efraim Morais (DEM-PB), autor do requerimento para a audiência pública, juntamente com os senadores Fernando Collor e Eduardo Suplicy (PT-SP), Zimmermann garantiu que o novo acordo feito entre os governos brasileiro e paraguaio em relação à Usina Hidrelétrica de Itaipu não aumentará o valor da tarifa de energia elétrica. Ele explicou que a tarifa não será aumentada, pois a proposta enviada ao Congresso Nacional para discussão não prevê essa possibilidade.

Nota

O senador Lobão Filho (PMDB-MA) leu nota divulgada pela Federação Nacional dos Urbanitários afirmando que, em relação ao apagão do dia 10 de novembro, "muitas impropriedades estão sendo veiculadas por quem não entende o setor". A nota afirma que o sistema elétrico brasileiro é complexo e que "os trabalhadores eletricitários - técnicos e especialistas altamente qualificados e respeitados internacionalmente - construíram e operam um dos melhores e mais confiáveis sistemas elétricos do mundo". Tal sistema, enfatiza, é copiado por muitos países.



26/11/2009

Agência Senado


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