Anti-candidatura de Ulysses Guimarães é lembrada por Mão Santa



O senador Mão Santa (PMDB-PI) prestou, nesta sexta-feira (6) em Plenário, uma homenagem ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, da Assembléia Nacional Constituinte e do PMDB, deputado Ulysses Guimarães. Morto em acidente aéreo no dia 2 de outubro de 1992, Ulysses estaria completando 90 anos nesta sexta.

- Em 1974, com a ditadura em pleno apogeu, Ulysses lançou-se como anti-candidato, ele e Sobral Pinto, sem perspectiva de vitória no Colégio Eleitoral, dominado pelo partido do governo, a Arena. Ali, ele começava uma grande luta e a oportunidade de levar os anseios da democracia que o povo estava a exigir. Ele tombou diante do Colégio Eleitoral, mas foi dali que nasceu a arrancada da democratização do país. Em 5 de outubro de 1988, ele conseguia dar ao país uma nova Constituição - afirmou.

Em seu discurso, Mão Santa comparou a luta de Ulysses pela redemocratização à campanha da senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) à Presidência da República. E voltou a criticar a ausência de um candidato exclusivo do PMDB na disputa que será decidida no dia 29 deste mês, em segundo turno, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin.

- Jamais aceitei os que estão aí e que sujaram o nome do PMDB, os que prostituíram o PMDB, impedindo esse partido de ter candidatura própria,tendo em seus quadros nomes como os de Anthony Garotinho, Germano Rigotto, Itamar Franco e Pedro Simon. Eu tenho direito de escolha e escolhi Pedro Simon como meu líder. Convido Simon a ser presidente desta Casa, já que não deixaram ele ser candidato à Presidência - defendeu.

Mão Santa também destacou em seu discurso outros vultos históricos do PMDB , a exemplo do ex-senador Teotonio Vilela, do ex-governador de São Paulo Mário Covas e dos ex-presidentes da República Tancredo Neves, Juscelino Kubitschek e Getúlio Vargas.

- Vargas ficou quinze anos como presidente e saiu do poder sem ter nem uma geladeira a querosene. Ele foi para sua fazenda em São Borja, no Rio Grande do Sul, sem aceitar uma geladeira como presente de um amigo, que depois aceitou porque gostava de tomar sorvete. Essa era a mordomia de Getúlio: tomar sorvete à noite. Hoje eu vejo que nunca se roubou tanto em tão pouco tempo neste país. Vejo sindicalista que andava de chinelo e hoje anda de caminhonete Hilux - criticou.

O senador pelo PMDB piauiense também elogiou o senador Cristovam Buarque (DF), candidato do PDT à Presidência da República no primeiro turno das eleições, e ressaltou a participação popular na escolha dos parlamentares na eleição atual.

- Nós, parlamentares, não somos o poder. Vamos mudar esse entendimento. Poder é o povo que trabalha e que paga a conta. Somos vaidosos, mas somos apenas um instrumento da democracia. O povo é quem escolhe, é quem bota e tira. O povo botou o Lula e vai tirar o Lula porque ele foi a nossa decepção. Ninguém quer ser enganado - concluiu.



06/10/2006

Agência Senado


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