Apicum não deve se confundir com mangue, diz Agripino Maia em debate sobre Código Florestal
O senador Agripino Maia lamentou que ainda não se tenha chegado a um entendimento em torno dos apicuns e salgados, que não são mangues, o que vem confundindo a opinião pública em relação ao projeto do novo Código Florestal. Ele disse que emenda de sua autoria, que está sendo negociada com relatores, com o Ministerio do Meio Ambiente, os produtores de camarão e salineiros do Rio Grande do Norte, poderá resolver esse impasse em Plenário. Segundo ele, é preciso produzir um "texto racional" sobre a matéria, tendo em vista que cerca de 30 mil pessoas no Rio Grande do Norte vivem da carcinicultura - cultivo do camarão em cativeiro.
Agripino disse que a água do mar, onde vivem as algas e os peixes, tem índice de sal de 30 partes por mil. O salgado, ao contrário, é uma região onde vegetação praticamente não há. O mesmo ocorre no apicum, que são áreas de estuário de rio, próximas do mar, onde a maré pode, de 15 em 15 dias, molhar o solo, mas deixa o sal permanentemente no local. Segundo o senador, "ali não nasce nada", devido à concentração de até tem 150 partes por mil de sal. Essas áreas estão nas regiões mais pobres do litoral, onde a capacidade de produção e emprego estão perto de zero.
- O apicum está longe do mangue, que se encontra nas margens do estuário, enquanto o apicum está no meio. O mangue é vivo, tem madeira, caranguejo, peixe. O apicum não tem vida nenhuma e pode gerar emprego- afirmou.
Agripino explicou ainda que a região do salgado é aquela onde se verifica a saída do rio para o mar, na qual estão instaladas as salinas do Rio Grande do Norte, que produz 95% do sal do Brasil. O salgado acumula argila em seu fundo, que ficou impermeabilizado e favoreceu a construção de tanques para a decantação da água do mar, gerando 40 mil empregos no estado.
- Os apicuns e salgados estavam demonizados e estávamos no impasse para sua utilização correta no Código Florestal - afirmou.
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06/12/2011
Agência Senado
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