Arquivadas ações contra o PT









Arquivadas ações contra o PT
As duas primeiras ações movidas pelo PFL contra o PT e Humberto Costa foram arquivadas no TRE. Em uma delas os pefelistas podem recorrer

O PT ganhou ontem a primeira batalha jurídica travada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) contra o PFL – uma das legendas que sustenta a candidatura à reeleição do governador Jarbas Vasconcelos (PMDB). Os desembargadores auxiliares Fernando Cerqueira e Maurício Albuquerque arquivaram as duas representações movidas pelo PFL contra o principal adversário de Jarbas: o candidato do PT a governador, Humberto Costa. Uma denunciava o ex-secretário de Saúde do Recife por ele ter supostamente utilizado a máquina da Prefeitura do Recife para realizar as obras de reforma do seu comitê. A outra o acusava de cometer injúria por ter dito, na festa de inauguração do comitê, que os pefelistas eram “vagabundos”.

Maurício Albuquerque diz que “indeferiu” o pedido do PFL por entender que a expressão “vagabundos” foi utilizada de forma “genérica”. “Não houve a constatação da pessoa injuriada. Na petição, inclusive, pediram para ele (Humberto) nomear”, afirmou. Ele, no entanto, aconselhou o petista e os demais candidatos a não “utilizarem expressões de baixo nível, caluniosas, difamatórias ou injuriosas ainda que no calor da campanha”. Os pefelistas não podem recorrer porque perderam o prazo de 24 horas que expirou ontem às 10h da manhã.

Já em relação ao arquivamento da outra representação sobre a reforma do comitê, o PFL pode entrar com recurso até às 17h de hoje. Mas, nesse caso, o processo não será julgado apenas pelo desembargador auxiliar Fernando Cerqueira e sim pelo pleno do TRE. Cerqueira, no entanto, participa do pleno e da votação. “Reformulei minha decisão anterior e extingui a representação porque acolhi o agravo legal proposto pelo PT”, explicou. O desembargador já tinha inclusive relacionado os nomes das testemunhas que iria convocar para depor.

Com os argumentos do PT, Cerqueira entendeu que o PFL é parte ilegítima do processo por ter representado sozinho contra Humberto Costa, depois que a coligação União por Pernambuco já tinha sido registrada no dia 5 de julho. Se os pefelistas recorrerem, Fernando Cerqueira terá 24 horas para concluir o seu relatório e apresentá-lo ao pleno do tribunal.

O prefeito João Paulo também foi citado como réu porque a PCR é acusada de beneficiar o candidato do prefeito. Fotos publicadas no jornal Folha de Pernambuco mostraram operários trabalhando com roupas da prefeitura. Mas a empreiteira Guerra Construções assumiu o erro e isentou o prefeito.


Juízes prontos para a guerra eletrônica
A Comissão dos Desembargadores Eleitorais Auxiliares promete agilizar o julgamento das representações, reclamações e dos direitos de respostas impetrados pelos candidatos e partidos durante a exibição do Guia eleitoral, que começa no dia 20 de agosto. “Vamos cumprir com rigor os prazos de 24 horas ou 48 horas para o direito de resposta do Guia e de 72 horas para as demais reclamações. Mas, dependendo do horário que a reclamação chegar e da sua complexidade, a decisão pode sair no próprio dia”, garantiu Fernando Cerqueira, um dos três desembargadores auxiliares da Comissão. Os outros são Maurício Albuquerque e Marco Maggi.

Eles são os verdadeiros ‘xerifes’ das eleições porque irão julgar todas as reclamações e representações impetradas pelos candidatos e legendas que desobedecerem a Lei Eleitoral. A atuação deles não se restringe à propaganda política. “Estamos inaugurando um novo formato. Antes essa atividade era exercida isoladamente pelo juiz eleitoral. Tomaremos decisões monocráticas. Em casos complexos iremos nos reunir para uniformizar os entendimentos, mas só um irá relatar o processo”, explicou Maurício Albuquerque.

Os desembargadores auxiliares podem receber os processos por meio de representações dos partidos ou do Ministério Público, que pode provocar a Comissão baseado nas denúncias apresentadas pelos juízes da propaganda. As ações só chegam ao pleno do TRE em grau de recurso.

“De maio até hoje, quando a comissão foi formada, recebemos cinco representações.

Antes o trabalho se concentrava nas mãos dos juízes eleitorais. Hoje essa tarefa é
realizada pelos juízes da propaganda e pela comissão”, frisou Marco Maggi.

Os juízes da propaganda informaram que a propaganda colocada pelo candidato a deputado estadual Marco Aurélio (PFL) não está irregular. A fiscalização registrou uma denúncia contra o candidato por sua propaganda constar o nome da Força Sindical. “É uma entidade privada que pode apoiar qualquer candidato. Ele deve apenas colocar o nome de sua coligação nas peças”, adiantou o juiz da propaganda Antônio Fernando Martins.


Urnas com impressoras em 3 municípios
As primeiras urnas com impressoras, que serão usadas de forma piloto nas eleições deste ano, foram apresentadas ontem pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Em Pernambuco, os municípios de Paulista, Igarassu e Araçoiaba – todos na região metropolitana – serão os únicos beneficiados com o novo processo. Um total de 1.252 urnas eletrônicas aptas a receber o dispositivo de impressão estão sendo aguardadas pelo TRE, no entanto apenas cerca de 700 equipamentos serão necessários para atender aos eleitores dos três municípios.

No novo sistema, que será utilizado em todo o País a partir das eleições municipais de 2004, o eleitor poderá visualizar, através de uma lente de aumento, a cédula com todas as opções feitas por ele, antes de confirmar o voto. Se o eleitor desejar modificar algum candidato, bastará apertar a tecla “corrige”, que o equipamento registrará a palavra “cancelado” na cédula impressa e o papel será totalmente picotado.

Em seguida, o eleitor reiniciará sua votação. Se uma nova correção precisar ser feita, a destruição da cédula será processada novamente, no entanto, o eleitor terá que solicitar uma cédula de papel para votar.

Assim como o voto de papel, a cédula impressa não poderá ser levada pelo eleitor. “O benefício da cédula impressa é que, em caso de questionamentos, ela poderá ser recontada”, explicou a secretária de Informática do TRE, Márcia Melo.

A cédula que recebe a confirmação do eleitor é depositada numa urna de plástico lacrada, que está acoplada ao equipamento. O TRE irá utilizar 18.593 urnas eletrônicas em todo o Estado, incluindo as 700 que já possuem o equipamento de impressão da cédula. Segundo o presidente do Tribunal, desembargador Antônio Camarotti, não poderá ser solicitada recontagem de votos das urnas com impressora neste pleito, pois os equipamentos estão sendo utilizados de forma experimental.


Lula tenta, no Nordeste, conter o avanço de Ciro
Preocupado com o crescimento do pós-comunista nas pesquisas, petista visita o Ceará e acusa adversário de fazer “oposição por conveniência”. Amanhã Lula vem ao Recife reforçar a campanha de Humberto Costa

O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, chega amanhã ao Recife para sua primeira visita oficial de campanha. Ontem, Lula iniciou, em Fortaleza, (CE) uma caravana pelo Nordeste. Na terra do presidenciável do PPS, Ciro Gomes (PPS), o petista lançou uma estratégia para conter o avanço do pós-comunista nas pesquisas, ao insinuar que Ciro não é de oposição e tem um discurso diferente da prática.

“Eu sou o único candidato que não tem de colocar um rótulo na testa para dizer que é de oposição. Com a campanha nas ruas, vai ficar nítido quem é quem”, provocou Lula.

O PT acha mais fácil enfrentar José Serra (PSDB) a Ciro no 2º turno. Por isso vão tentar colar no pós-comunista a imagem de “oposição por conveniência”. Mas as farpas de Lula também atingiram Serra, que criticou o anunciado aumento do gás de cozinha.

“Todo mundo agora é de oposição, até o Serra”, ironizou o petista.

PALANQUE – Hoje, Lula reforça a campanha do PT em João Pessoa (PB). Amanhã ele chega ao Recife com a missão de “casar” sua candidatura com a de Humberto Costa, candidato do PT ao Governo do Estado, que tem no presidenciável seu maior cabo eleitoral. Humberto, por sua vez, parece estar guardando forças para amanhã. Nos últimos dias, ele surpreendeu ao desmarcar compromissos de campanha. Na última sexta, cancelou um comício-relâmpago no centro do Recife, e no sábado, uma caminhada em Garanhuns, durante o Festival de Inverno. Para hoje, nova surpresa: desistiu de participar de uma panfletagem na praia de Boa Viagem, anunciada em sua agenda de campanha. A caminhada será feita apenas pela militância.

A programação de Lula no Recife tem início às 10h, com entrevistas na Rádio Jornal e TV Jornal, seguidas de uma coletiva à imprensa. Depois do almoço, acompanhado pelos majoritários da Frente de Esquerda – Humberto Costa (governador) e Dilson Peixoto (Senado), e Paulo Dantas (vice) – Lula participa de um “abraço simbólico” ao prédio da Sudene, um protesto pela extinção da autarquia. Ontem, em Fortaleza, ele defendeu a reativação da Sudene e criticou a demora dos governantes para resolver o problema da seca.

De acordo com Francisco Rocha, coordenador da campanha do PT no Nordeste, para não desmobilizar a militância, que estará se preparando para a caminhada no centro do Recife, o partido preferiu convidar para o ato na Sudene um público diferenciado, composto por acadêmicos e profissionais do chamado setor de formadores de opinião.

“Lula tem insistido que a extinção da Sudene e a criação de uma agência de desenvolvimento (Adene) não resolve o problema da corrupção”, explicou Rocha, admitindo que o programa de governo do candidato prevê a manutenção e reestruturação dos órgãos públicos, entre os quais poderá estar a Sudene.

Após o ato, Lula e os majoritários da Frente de Esquerda seguem para a praça Oswaldo Cruz, de onde terá início a caminhada em direção ao Marco Zero, seguida de um comício. Na quinta pela manhã, o presidenciável petista grava programas para o guia eleitoral e embarca para Aracaju (SE), onde cumpre uma programação ao lado do candidato do PT ao Governo, José Eduardo Dutra, antes de retornar a São Paulo.


Inflação do Governo FHC preocupa Serra
Tucano insiste em comparar Ciro Gomes ao ex-presidente Collor

SÃO PAULO - O candidato a presidente José Serra (PSDB) afirmou ontem que está preocupado com os preços praticados no País, citando, especificamente, o do gás. “A inflação está incomodando algumas áreas e isso é algo que tem de ser olhado com muito cuidado, pois temos uma política de preços administrados”, disse, após caminhada pelo Mercado Municipal, no centro de São Paulo.

Depois de ressaltar que a subida de valores de alguns produtos está incomodando principalmente a população de baixa renda, Serra reiterou: “No futuro, temos de ter outra política de preços”. Ao ser questionado sobre qual política pretende adotar, se eleito, esquivou-se afirmando que isso seria tema para uma palestra.

Ao encerrar a caminhada, Serra disse que Ciro Gomes (PPS) é o adversário do insulto, da grosseria e da baixaria. “Mas baixaria eu não faço”, afirmou, antes de comparar, mais uma vez, Ciro ao candidato a governador de Alagoas Fernando Collor (PRTB).

“Ele disse, no Rio, que eu era velho e ele era jovem. Ele tem o mesmo estilo, forma e conteúdo de Collor e eu tenho certeza que o Brasil não vai aceitar nessas eleições a mesma opção de 1989 (numa referência à disputa entre Collor e Lula)”.

Ontem, Ciro disse que a decisão do PPS de apoiar ou não Collor é um assunto superado. “Na medida que o assunto está nas mãos da direção do partido e eu, tudo o que eu podia fazer, já fiz, para registrar meu desagrado com essa situação, considero o assunto encerrado”, afirmou.

“Isso não afetará meu comportamento na campanha”, ressaltou, esquivando-se de responder se subiria no mesmo palanque que Collor. “Eu tenho candidato em Alagoas.

Chama-se Geraldo Sampaio, atual vice-governador do Estado, filiado ao PDT. E ele é meu candidato desde sempre em Alagoas”, resumiu.


Bornhausen tenta levar Maciel para o palanque de Ciro
BRASÍLIA - O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), almoça hoje, em Brasília, com o vice-presidente Marco Maciel (PFL) para negociar o seu apoio, no 2º turno, ao presidenciável do PPS, Ciro Gomes. “Tenho de costurar esse apoio, pois o Ciro vai para o 2º turno”, disse Bornhausen, que aderiu à candidatura do ex-ministro na semana passada.

O encontro com Maciel é uma das iniciativas que os dirigentes do PFL programaram para criar fatos políticos favoráveis a Ciro. Na Bahia, o ex-senador Antonio Carlos Magalhães organiza uma festa para o candidato do PPS. “Ele será o segundo mais votado aqui, porque o Lula (PT) ainda é muito forte”, afirmou ACM. O candidato tucano José Serra, segundo ele, não terá votação expressiva no Estado.

ACM aproveitou para criticar o presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire (PE), com o qual tem antigas divergências. Para ele, a única coisa que Freire fez até agora foi prejudicar a campanha de Ciro. Ao saber que o PFL estava se aproximando do candidato, Freire protestou e acabou sendo afastado da direção da campanha.


Artigos

Um quadro preocupante
Ivanildo Sampaio

A imprensa nacional divulgou, com certo destaque, declarações do general Glauber Vieira, comandante do Exército, dando conta de que a Força terrestre pretende dispensar 44 mil novos recrutas, que começaram a servir em março último como forma de adequar-se às poucas verbas que lhe foram destinadas no Orçamento da União.

Além disso, informa o general que suspendeu o pagamento do auxílio transporte e auxílio pré-escola, “por absoluta ausência de recursos específicos que permitam cumprir esse reconhecido direito pecuniário”. Nos últimos tempos, alguns comandantes militares, nas três Forças, encolheram o expediente nos quartéis, de modo a que fosse servida apenas uma refeição diária às tropas, por medida de economia, outros, encostaram no pátio algumas das velhas viaturas já quase sucateadas, por falta de verba para compra de combustíveis. Reduziu-se material de expediente, consumo de energia, festa comemorativa.

É evidente que o País atravessa uma fase difícil na história, que a febre fiscalista da União, tomando dos brasileiros mais de 30% do PIB em impostos, não gerou superávit para investimentos em tantas áreas carentes e deu preferência a compromissos com banqueiros internacionais e especuladores de todas as cores e todos os credos. Tudo isso é verdade. Mas é verdade, também, que as Forças Armadas brasileiras se profissionalizaram, recolheram-se aos quartéis depois de 21 anos de um regime ditatorial e autoritário, deixaram de lado a vocação golpista de alguns chefes para cumprir a sua missão constitucional. Por isso mesmo, não podem nem devem ser humilhadas.

O soldo dos militares, assim como os vencimentos de todos os servidores públicos deste País, ficou de tal maneira aviltado que são poucos, muito poucos, aqueles jovens que hoje pensam em seguir carreira nas Forças Armadas, até 1964 uma aspiração legítima de muitos filhos da classe média.

Registro isso absolutamente à vontade, porque fiz parte da juventude que cresceu à sombra da ditadura e com ela muito se indignou, porque ingressei neste mundo de jornal quando a censura tinh a cadeira cativa dentro das redações, porque quando lia a lista das proibições via naquilo uma coisa tão absurda que não tinha ódio do censor, tinha pena.

O Governo Federal precisa, portanto, não conspurcar a dignidade das Forças Armadas.

Temos exemplos ruins nas nossas fronteiras, principalmente na Colômbia, na Venezuela e no Peru. Temos uma imensa Amazônia para ser defendida e preservada, não apenas de cocaleiros, mas de uma guerrilha anacrônica que teima em resistir. E temos velhos saudosistas de pijama que se apegam a episódios como esses para sua
pregação golpista e temerária.

Aceita-se, e até exige-se, que Exército, Marinha e Aeronáutica se enquadrem num regime de austeridade de gastos, como todas as instituições civís do governo. Mas não é justo, nem correto, nem decente jogar à indigência e à humilhação instituições que nasceram com a nossa própria história e ajudaram a formar este País como Nação - porque isso só faz fortalecer o discurso de aproveitadores e radicais como o deputado e ex-capitão Jair Bolsonaro, porta-voz de tudo aquilo que os bons quadros da própria Força sempre rejeitaram. Não se aceita, portanto, que os donos do cofre deste País deixem de repassar a quem de direito - o comandante do Exército - os recursos mínimos necessários para obrigação primária de pagar o que deve - auxílio-transporte e auxílio-pré-escola da tropa - pois isso seria a negação de nossa própria cidadania.

O presidente Fernando Henrique é filho de um general e deve ter aprendido, ao longo da vida, que não se pode confundir disciplina com subserviência.


Colunistas

PINGA FOGO – Inaldo Sampaio

Luta antiga
Deputado federal e candidato ao Senado pelo PSDB, Sérgio Guerra diz estar surpreso com a repercussão de sua palestra, na Associação Comercial, na última quinta-feira, na qual fez críticas à política do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso para o Nordeste. Aquilo que para os observadores políticos cheirou a “oportunismo eleitoral”, foi, na verdade, segundo ele, uma “postura de coerência”, dado que disse a mesma coisa em outras ocasiões, uma delas em seu apartamento, numa reunião política do PSDB, na presença do próprio Serra, que já era candidato a presidente.

Aguentei calado as críticas, inclusive de gente do meu próprio partido, porque senso democrático não me falta. Mas basta consultar os jornais da época para se ter a comprovação de que esse meu discurso não é de hoje. Eu o sustento há muito tempo, antes, inclusive, de ser secretário de indústria e comércio do Dr. Miguel Arraes, disse o representante do PSDB, que é companheiro de chapa de Marco Maciel na chapa da aliança para a Câmara Alta. E acrescentou:
Eu disse ao ministro Serra e ele próprio pode confirmar isto: não dá para defender este governo com a extinção da Sudene. Que, diferentemente da Sudam, era um órgão envelhecido mas não corruto.

Paciência esgotada
Roberto Freire perdeu a paciência durante uma entrevista, 6ª, para o “Correio Braziliense”. Primeiro, quando o repórter pernambucano Ugo Braga o questionou sobre a aliança (informal) do PPS com o PFL. “Eu não sou leão de chácara para impedir ninguém de aderir e escolher o candidato que quiser”, disse o senador. Depois, quando o repórter perguntou-lhe se o PPS virara “legenda de aluguel” para o PTB, o PDT e o PFL, respondeu: “Legenda de aluguel é a pqp, rapaz!”

Constranger quem?
Do ex-presidente do PPS, Eduardo Carvalho, sobre o apoio do atual presidente, Elias Gomes, à candidatura de Sérgio Guerra (PSDB) para uma das vagas no Senado: “Se isso não foi discutido dentro do partido, como é que está está pedindo votos para este senhor, e não para Carlos Wilson (PTB)? Desta vez para constranger quem?”

Ganhá cá e perde lá
Repercutiu mal na Mata Norte o acordo entre Sérgio Guerra (PSDB) e Carlos Lapa (PSB). Ambos se esculhambavam até bem pouco, razão pela qual ninguém entendeu o que estaria por trás do “acordão”. Os prefeitos Manoel Botafogo (Lagoa do Carro) e Eva Andrade Lima (Vicência), aliados de Guerra e adversários de Lapa, estão incrédulos.

Prefeitura de Igarassu cumpre exigências da LRF
A prefeitura de Igarassu está entre as 10 primeiras do Brasil que cumpriram todas as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal nesses 2 primeiros anos de sua vigência.

Em razão disso, receberá um prêmio, dia 17, no Itamaraty.

Clementino quer entrar também no grande Recife
Com a reeleição ameaçada, o deputado Clementino Coelho (PPS) não pretende ficar só no São Francisco. Já entrou em Arcoverde com Israel Guerra (PSDB) e amanhã terá um encontro no Recife com Antonio Moraes (PSDB).

Jogando pesado
Confirmando a observação dos próprios tucanos de que está “jogando pesado” nessas eleições, trabalhando duro para chegar lá, o empresário e candidato a deputado federal, Otto Glasner (PSDB), já visitou 40 municípios. E, na capital, promove, em média, quatro reuniões por semana com seus cabos eleitorais.

Prego batido
O vereador e candidato à Câmara Federal, Clóvis Corrêa (PSB), fechou uma dobradinha no Recife com o vereador Francismar Pontes (PSB), um dos mais votados nas últimas eleições. Com mais o apoio do médico e líder político em Bezerros, Marcone Borba (PSB), acha que sua eleição “está resolvida”.

Mais uma vez, o deputado José Marcos (PFL) ganhou o troféu de “melhor expositor” na Exposição de Caprinos e Ovinos de Sertânia, com suas famosas ovelhas da raça Santa Inês. Por causa disso, já se especula no PFL que ele poderia ser um “bom secretário de agricultura” num eventual 2º governo de Jarbas Vasconcelos.

Inocêncio Oliveira (PFL) não esconde dos íntimos: seu candidato a presidente, “in pectore”, é Ciro Gomes. Só está ao lado de Serra por “lealdade” a Jarbas e a Marco Maciel. Ciro, se ultrapassar Serra nas próximas pesquisas, como tudo indica que ultrapassará, vai ter dificuldades para administrar as adesões.

Diferentemente das campanhas passadas, a deste ano revelou um pouco mais cedo a chamada “fase dos borrachudos” (cheques sem provisão de fundos).

São muitos os candidatos a deputado federal e estadual que fizeram “acerto financeiro” com líderes políticos do interior, mediante cheques pré-datados, e não estão honrando o acordado.

Caravana de senadores e deputados, da qual fizeram parte Carlos Wilson (PTB), Fernando Ferro e Pedro Eugênio (PT), esteve em Caracas, 15 dias atrás, levando o apoio do parlamento brasileiro ao presidente Hugo Chavez. Na volta, Ferro acusou Pedro Eugênio de estar “invadindo” as suas bases.


Editorial

PERIGO À VISTA

O vibrião do cholera morbus passeia de navio, de porto em porto. É o que acaba de constatar a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), através de estudo feito entre outubro do ano passado e março deste ano. O trabalho detectou a presença do vibrião do cólera em amostras de água de lastro coletadas em navios atracados em cinco portos brasileiros, inclusive Suape. E ele não passeia apenas, contamina as águas onde o lastro é despejado, pelo mundo todo. O processo é o seguinte: quando um navio sai vazio de um porto, armazena água do mar em tanques nos porões para dar estabilidade à embarcação (é o chamado lastro); e quando ele recebe carga, devolve ao mar a água do lastro. Devido ao intenso trânsito marítimo internacional, o lastro recolhido em águas contaminadas torna-se meio de transporte de contaminantes, não só do cólera, para as águas dos portos onde o navio ancora em suas viagens.

Análise microbiológica das amostras colhidas no estudo mostra a existência de bactérias marinhas; sendo que a presença do Vibrio cholerae 01 significa “risco iminente” para as populações das cidades portuárias afetadas e o ecossistema marinho. Segundo Daniel Lins Menucci, gerente-geral de Portos e Aeroportos da Anvisa, o maior risco é ambiental, devido à importação, por meio da água de lastro, de espécies exóticas. Mas isso também pode gerar um problema de saúde pública se o vibrião chegar às praias. Em março de 1999, a população do Porto de Paranaguá (PR) foi atingida por um surto de cólera. As autoridades sanitárias daquele Estado não descartam a possibilidade de que águas de lastro de navios ali aportados tenham sido sua causa.

Um maior avanço da globalização, que faz crescer o comércio internacional e, com isso, também o trânsito mundial de navios, aviões e outros veículos, cria problemas sanitários antes inexistentes ou de pouca significação. O importante é estar informado e alerta para esses novos problemas. A comunidade internacional já está cuidando do problema causado pelos perigosos passeios e contaminações de que estamos tratando.

Existe no Brasil um órgão do Ministério do Meio Ambiente, chamado Projeto de Gestão Integrada dos Ambientes Costeiros e Marinhos, que trabalha nesse sentido, em sintonia com órgãos das Nações Unidas e outros. Na Austrália, foram desenvolvidos modelos computadorizados que já são capazes de analisar o grau de risco da água de lastro de determinado navio, partindo da alimentação do sistema com dados do país de origem da embarcação. Há também um programa de gerenciamento global de água de lastro, o Globallast, patrocinado pela Organização Marítima Internacional, da ONU, que prepara para 2003 um encontro em que pretende aprovar convenção internacional sobre água de lastro. Os países signatários se comprometeriam a seguir regras comuns de controle.

Felizmente, a constatação da Anvisa sobre a presença e perigo do vibrião do cólera em portos brasileiros não pega o País desprevenido. Além do projeto do Ministério do Meio Ambiente, contamos com consultoria internacional. O Globallast oferece assistência técnica, aos chamados países emergentes, quanto a planos de gestão da água de lastro. O Porto de Sepetiba (RJ) já está integrado a esse programa. E é uma providência imprescindível e urgentíssima a adoção dessa integração também no Porto de Suape, em torno do qual há praias maravilhosas e muito freqüentadas, e hotéis de turismo de porte internacional. Um surto de cólera deve ser evitado em qualquer cidade, grande ou pequena. Mas certamente um surto de cólera na região de Suape, ou em outra área do litoral pernambucano, além de afetar as populações, seria fatal para o nosso turismo.


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07/16/2002


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