Arthur Virgílio critica depoimento de Zoghbi à Polícia Legislativa: "Está sendo montada uma fraude"
O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) criticou a forma como foi realizado, na quarta-feira (6), o depoimento de João Carlos Zoghbi e sua esposa, Denise - eles são acusados de irregularidades administrativas na Casa. O depoimento foi prestado à Polícia Legislativa do Senado. Segundo Arthur Virgílio, "está sendo montada uma brutal fraude para que não se investigue para valer esse esquema criminoso".
- Acho estranho subalternos ouvirem seus ex-superiores hierárquicos. (...) Não se pode fazer um simulacro de investigação - protestou o líder do PSDB, para quem a sociedade "não vê com bons olhos" o procedimento adotado pelo Senado, de realizar internamente o inquérito para apurar as denúncias contra João Carlos Zoghbi, ex-diretor de Recursos Humanos do Senado, e Denise, ex-diretora do Instituto Legislativo Brasileiro (ILB, vinculado à Casa).
Arthur Virgílio afirmou que respeita a Polícia Legislativa do Senado e seus integrantes, mas ressaltou que "estão cobrando deles o que não podem oferecer". Ele questionou se a Polícia Legislativa será capaz de agir caso seja necessário quebrar sigilos bancários e fiscais de "ex-chefes ou pessoas ainda maiores".
Além disso, o senador argumentou que o "depoimento é inaceitável, entre outras razões, porque se descumpriu a cláusula mais importante das tratativas feitas com a Mesa: a presença do Ministério Público Federal" - já que não houve a presença de nenhum procurador dessa instituição.
- Será que, com isso, não se fez uma "catimba" jurídica para invalidar um eventual depoimento dos Zoghbi à Polícia Federal? - questionou ele.
O líder do PSDB também destacou o fato de que o casal Zoghbi desmentiu no depoimento as acusações que haviam feito em entrevista à revista Época. João Carlos é acusado de participar de um esquema de desvio de recursos em operações de crédito consignado com servidores do Senado. Na entrevista à Época, ele e sua mulher declararam que há na Casa um esquema irregular de contratações de empresas terceirizadas, que seria liderado pelo ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia. Além disso, insinuou conivência de senadores.
- Vou exigir uma investigação mais profunda - disse Arthur Virgílio, que defende a participação da Polícia Federal nas apurações.
O senador foi apoiado pelos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Cristovam Buarque (PDT-DF), que também pediram que as investigações sejam conduzidas pela Polícia Federal. O senador Mão Santa (PMDB-PI), por sua vez, defendeu os procedimentos adotados pela Mesa para apurar as denúncias contra o ex-diretor.
Da Redação / Agência Senado
07/05/2009
Agência Senado
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