Arthur Virgílio elogia filme "Tropa de Elite"
O senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB, registrou em Plenário, nesta terça-feira (16), sua admiração pelo filme Tropa de Elite, do cineasta José Padilha, que tem causado polêmica desde antes de seu lançamento oficial. O senador rechaçou a pecha de "fascista" com que o filme foi qualificado por alguns críticos. Para o senador, a fita permite uma reflexão sobre a "frouxidão, impunidade e ausência do aparelho de Estado" que permite que crimes brutais como o do assassinato do menino João Hélio Fernandes Vieites, de seis anos, no Rio de Janeiro, permaneçam impunes.
- O filme nada tem de fascista; é realista. Mostra a crua e triste realidade do Rio de Janeiro e que pode ser encontrada em várias grandes cidades do país; é o império de violência do crime organizado, do clima de verdadeira guerra civil - disse o senador. Arthur Virgílio recordou ainda a facilidade com que condenados por crimes violentos cumprem um sexto da pena e ficam livres para cometer outros crimes, como o caso recente do maníaco do parque que, logo após obter livramento condicional, assassinou dois menores de idade na Serra da Cantareira em São Paulo.
Para o parlamentar, o mérito do filme está em sua capacidade de chamar a atenção para a gravidade da violência existente no país e a necessidade de modificar "de alto a baixo" o sistema de segurança pública no país.
- É um dos cinco mais relevantes filmes que me lembro de ter visto nos últimos 10 anos. Sensibiliza aqueles que não se sentem entorpecidos diante da insegurança que assola este país; insegurança que a todos ameaça, deixa à solta os que cometem crimes e ameaça barbaramente aqueles que insistem em se portar reverentes às leis do pais - sentenciou o senador.
Intimação de José Padilha
O líder afirmou ainda que permanecerá atento à atuação da Polícia Militar que intimou o diretor do filme, José Padilha, a prestar depoimento sobre a utilização de policiais no filme. O senador classificou a medida de "concessão ao fascismo" e afirmou ser de conhecimento público o fato de policiais complementarem sua renda com "bicos" geralmente ignorados pelas chefias.
Arthur Virgílio criticou a medida por se tratar de um filme que aborda precisamente o quadro de corrupção instalada no interior da Polícia Militar. Afirmou, no entanto, que, de modo geral, a Policia Militar do Rio de Janeiro presta bons serviços à população.
16/10/2007
Agência Senado
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