Arthur Virgílio questiona adiamento de homenagem à Petrobras
O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) pediu esclarecimentos à Mesa do Senado sobre o cancelamento de sessão solene em homenagem à conquista da autosuficiência do Brasil na produção de petróleo, que seria realizada nesta quarta-feira (3). Segundo explicou o senador César Borges (PFL-BA), no exercício da Presidência do Senado, o adiamento foi motivado por requerimento de iniciativa da líder do PT na Casa, Ideli Salvatti (SC), apoiado ainda por outros senadores, em função da crise aberta com a decisão do presidente da Bolívia, Evo Morales, de nacionalizar as reservas de petróleo e gás exploradas pela Petrobras.
Após conhecer as razões do cancelamento, Arthur Virgílio considerou que o impacto da medida do governo boliviano sobre a Petrobras deveria ter servido como um estímulo a mais, e não como impedimento à realização da sessão. Reclamou ainda não ter sido consultado por Ideli sobre a proposta de adiamento, uma vez que a líder petista o procurou e contou com seu apoio na solicitação de homenagem em Plenário à Petrobras.
Ao esclarecer o assunto, Ideli pediu desculpas a Arthur Virgílio e a outros líderes que deixaram de opinar sobre a suspensão da sessão, justificando sua atitude pela pressa exigida para decidir a questão. Embora a petista tenha dito que compromissos do presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, nos Estados Unidos, o impediriam de participar da sessão, motivando, então, seu adiamento, não deixou de observar que a homenagem em Plenário não seria o fórum adequado para se debater a nacionalização das reservas petrolíferas bolivianas.
Segundo a líder petista, o espaço adequado para esse debate será nas comissões, lembrando que o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) já apresentou, com seu apoio, requerimento de audiência pública com os ministros de Minas e Energia, Silas Rondeau; das Relações Exteriores, Celso Amorim; da Fazenda, Guido Mantega; e da Defesa, Waldir Pires, além do presidente da Petrobras. Ideli adiantou ainda ter sugerido ao secretário-geral da Presidência da República, Luiz Dulci, a participação de parlamentares do Senado e da Câmara na reunião de chefes de Estado do Brasil, da Argentina, da Venezuela e Bolívia, esta quinta-feira (4), para analisar os efeitos do decreto boliviano sobre a integração energética da América Latina.
Em aparte, o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) considerou que a sessão solene em Plenário e o debate sobre a decisão boliviana são questões distintas, acusando o governo Lula de ter apoiado a campanha pela eleição de Evo Morales e de tentar tirar vantagens na conquista da autosuficiência na produção de petróleo.03/05/2006
Agência Senado
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