BANCADA DO ACRE QUER SABER SE GOVERNADOR ESTÁ ENVOLVIDO EM CONTRABANDO



A apreensão, na semana passada,de um Boeing 727 que pertenceria ao governador do Acre, Orleir Camely, no Aeroporto Internacional de São Paulo, por suspeita de contrabando, levou a bancada do Acre no Senado, formada pelos senadores Nabor Júnior (PMDB-AC), Marina Silva (PT-AC) e Flaviano Melo (PMDB-AC), a apresentar hoje (dia 16), conjuntamente, requerimentos de informações endereçados aos ministros da Justiça e da Fazenda para que esclareçam o episódio.

Nabor Júnior comentou matéria divulgada por alguns jornais, informando que o avião vinha de Miami e carregava 110 caixas cheias de aparelhos eletrônicos, pneus e outros produtos sem as devidas guias de importação. O senador relatou que os tripulantes da aeronave apreendida forneceram endereço falso à Receita Federal e que o porta-voz do governador, Emílson Péricles Brasil, confessou que o Boeing pertence, de fato, ao grupo empresarial de Orleir Camely. "Não poderia negar, aliás, porque está gravado no nariz do avião o nome 'Marmud Camely', assinatura que autentica sua propriedade", argumentou Nabor Júnior.

Na avaliação de Flaviano Melo, o episódio é bastante constrangedor para todos os acreanos e, principalmente, para os representantes do Acre no Congresso Nacional. Flaviano disse que o episódio tem que ser apurado para que todos saibam se o avião e o contrabando são realmente do governador.

Esclarecendo que a Polícia Federal não participou do flagrante, o senador Romeu Tuma (SP) explicou que o avião não pousou na área internacional, seguindo para a área nacional, e que o flagrante foi realizado pelos fiscais da Receita Federal. O senador paulista disse ainda que, procurado pela senadora Marina Silva (PT-AC), entrou em contato com a Receita Federal, que se comprometeu a remeter os dados da apreensão.

Marina Silva acusou várias contradições em todo o episódio e nas explicações dadas pelo porta-voz do governador. "Existe muito mistério nessa questão, mas o único mistério que já está resolvido é que o contrabando tem grife: o nome da empresa no nariz do avião", afirmou a senadora.



16/08/1995

Agência Senado


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