Bicheiros controlariam caça-níqueis, diz Vieira



Bicheiros controlariam caça-níqueis, diz Vieira O deputado Vieira da Cunha (PDT) estará apresentando, hoje, aos integrantes da CPI da Segurança Pública, o material obtido no Rio de Janeiro, em audiência com o secretário estadual fluminense, onde conheceu um inquérito local sobre o controle e o funcionamento das máquinas de caça-níqueis. Hoje, a CPI ouve também o diretor da Loteria do Estado, José Vicente Brizola, e Antônio Carlos Contursi. De acordo com o relator da CPI, trouxe na bagagem um dossiê com informações sobre o processo do Rio de Janeiro, "lá a polícia já comprovou que o controle do jogo eletrônico é feito pelo mesmo esquema do jogo do bicho. Não são evidências, são fatos" informou Vieira, ao sugerir que podem existir ramificações em outros Estados. Vieira da Cunha disse que o inquérito iniciado há alguns meses pela polícia do Rio surgiu por acaso. Foi motivado por solicitação do delegado titular contra o crime organizado, durante a investigação de uma briga por território entre quadrilhas que controlam a implantação das máquinas de caça-níqueis. "Descobriu-se que quem briga lá são o sobrinho e o genro do bicheiro Castor de Andrade", afirmou Vieira, salientando que os contatos no Rio de Janeiro reforçam as denúncias do Movimento de Justiça e Direitos Humanos à CPI, que apontam para a existência de uma máfia internacional por detrás dessa atividade, com ramificações em diversos estados brasileiros, inclusive no Rio Grande do Sul. O deputado afirmou que ainda não avaliou o extenso material. Só irá fazê-lo com os demais membros da CPI, após entregá-lo hoje. Os depoimentos de Contursi e Brizola iniciam às 12h no plenarinho da Assembléia. CPI aguarda apoio do BC e Receita Federal No Rio de Janeiro, o relator da CPI ainda manteve encontros no Ministério Público, para buscar novas informações. Sobre a quebra dos sigilos bancários, fiscais e telefônicos de membros do PT e empresas a que estiverem ligados, ressaltou que a CPI aguarda resposta aos pedidos de apoio técnico do Banco Central e da Receita Federal, solicitado em audiência nesses órgãos. "Ainda não obtivemos retorno às nossas solicitações", lamenta Vieira. O deputado, entretanto, garantiu que o trabalho da CPI será realizado com todas as condições técnicas, pois se não receber o apoio federal, requisitará, dentro de suas prerrogativas legais, pessoal habilitado do governo do Estado. Magalhães espera que OAB não questione depósito judicial O presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJE), Luís Felipe Vasques de Magalhães, espera que a Ordem dos Advogados do Brasil/RS não questione judicialmente a lei do Gerenciamento dos Depósitos Judiciais. Segundo ele, os recursos obtidos com a nova legislação - o projeto ainda está sendo analisado pelo Executivo - permitirão a melhoria do atendimento à população. Magalhães lamenta as dificuldades enfrentadas pelo TJE para investir e pagar salários, e cobra do governo o reajuste de seu orçamento de acordo com dispositivo da Lei de Diretrizes Orçamentárias. O presidente do Tribunal comemora, ainda, a aprovação do novo Código Civil, apesar de considerar que ele veio tarde demais. Jornal do Comércio - O governo do Estado está com uma ação no Supremo Tribunal Federal para impedir o pagamento do reajuste de 14,9% para os servidores do Judiciário. Como está essa questão? Luís Felipe Vasques de Magalhães - Se encontra no Supremo Tribunal Federal. O governo do Estado ajuizou a ação e requereu uma liminar naquela ação. A mesma ainda não foi apreciada pelo relator, que não levou a efeito o julgamento. Então, permanece como está desde o ano passado. JC - O atrito entre os dois Poderes gerado pelo episódio já está superado? Magalhães - Não chegou a haver um atrito. Lógico que a pretensão do Judiciário era ver a verba repassada, para poder complementar e fazer os pagamentos devidos. Naturalmente que o Estado usou de um artifício legal, processual e foi ao Supremo para deixar de repassar, baseado em uma decisão do STF. Essa decisão não veio até agora. Sempre que há uma resistência a um interesse, isso desagrada, tanto é que, até hoje, eu estou tentando pagar os servidores pela lei que foi aprovada pela Assembléia, concedendo reajuste a todos eles. JC - O senhor está pagando o reajuste? Magalhães - Estou pagando com reservas que nós possuímos. Mas está chegando o fim do ano e acontecerá tal como aconteceu no ano passado, quando chegamos em novembro e eu tive que parar os pagamentos porque já não tinha mais verba para tanto. Acredito que o problema está sendo resolvido paulatinamente. Agora entramos numa outra fase, que é o nosso orçamento para 2002, que será apresentado à consideração do Executivo e do Legislativo. JC - Já há valores? Magalhães - Não. Ainda não. JC - E como está a relação com o Legislativo, que aprovou o projeto de Gerenciamento Público dos Depósitos Judiciais. A proposta foi aceita conforme queria o Judiciário? Magalhães - Não. A nossa proposta inicial era de que todo o rendimento viesse para o Judiciário. Posteriormente a alteramos, após conversações e ajustes com o Executivo, que pretendia que a lei sofresse alterações nos moldes da legislação federal existente, em que todos os depósitos de origem tributária são carreados para a Fazenda Federal. Eu vi a Lei Federal e fiz um ajuste do nosso projeto especificamente para o Estado. A Assembléia Legislativa, que é soberana no exercício de sua faculdade de elaborar as leis, entendeu que essa não era a forma mais correta e definiu que seriam propostas duas emendas, que acabaram prevalecendo. O fundo de origem tributária iria para outros fundos: saúde, educação, segurança e outros. E a outra parte iria para pagamentos de honorários advocatícios em caso de assistência judiciária gratuita ou no caso de não estar em funcionamento a Defensoria Pública do Estado. Existem comarcas em que ela ainda não foi implantada. JC - São muitas? Magalhães - Eu pedi à Defensoria Pública que me comunique, porque isso é matéria do Executivo. Nós já começamos a trabalhar no regulamento, pois a Assembléia também definiu que caberá ao presidente do Tribunal de Justiça regulamentar a forma do repasse dos pagamentos de honorários. Então, eu preciso saber quantas comarcas não possuem esse atendimento hoje. Eu sei que a intenção é lotar em todas as comarcas do Rio Grande do Sul um defensor público, no mínimo. Vamos ver se isso acontece, mas enquanto não ocorrer, por determinação legislativa, vamos aguardar, já que a lei ainda está na dependência de veto ou sanção total ou parcial pelo governador. JC - Como responde às acusações do presidente da OAB/RS, Valmir Batista, que afirma que os recursos servirão para o aumento salarial daqueles que já ganham mais e não para a estruturação da Justiça, conforme justificado no projeto? Magalhães - Não há possibilidade. Todo aquele que atentar para a leitura do projeto, aprovado como lei pela Assembléia Legislativa do Estado, perceberá que não há um dispositivo dizendo que o recurso será aproveitado para esse fim. Nós temos uma lei estadual que chama-se "Lei do Reaparelhamento do Poder Judiciário", que veda toda e qualquer disposição de repasse para fins de pagamento de pessoal ou de encargos sociais. JC - Mas há um projeto regulamentando essa mesma lei, que inclui os salários na rubrica de manutenção, o que permitiria os aumentos, não é? Magalhães - Se alguém disse isso que aponte e mostre onde está. A verba poderá ser utilizada para manutenção, mas isso se refere às despesas correntes do nosso dia-a-dia, como telefone ou luz. Existe uma regra maior constitucional de acordo com a qual não posso passar a verba prevista para investimento para pagamentos de pessoal. Se fizer isso, estarei sujeito a processo criminal, com pena de reclusão e tudo. JC - Batista adiantou que a OAB entrará com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a lei, caso seja sancionada pelo governador até 12 de setembro, prazo final da decisão. O senhor tentará o debate para impedir que isso aconteça, agilizando a aplicação da proposta? Magalhães - Absolutamente não. Eu gostaria que nada fosse feito para obstaculizar mas, se entrarem, estarão utilizando um direito seu. Precisamos nos submeter às leis e às regras existentes, senão o que hoje não serve para mim, amanhã pode servir. Não há forma de negociação porque, segundo a Ordem, ela seria a não aprovação desse projeto. Já disseram claramente que a intenção da OAB não é buscar recursos e receitas. Então, não sobra nada para discutir. Felizmente, tudo passa pela Assembléia Legislativa. Essa transparência é muito boa, porque evita informações incorretas, mal intencionadas, às vezes, para a formação da opinião pública. Os depósitos judiciais não podem ser usados para pagamento de salários ou de encargos. É vedação constitucional e não fui eu quem inventou. Não faz parte de determinação do governador ou da Assembléia. JC - Como analisa as denúncias da Comissão de Fiscalização da Assembléia de que o governo não estaria cumprindo dispositivo da LDO que determina a correção da inflação nas dotações orçamentárias? Magalhães - O Tribunal de Justiça, antes de iniciarem as tais denúncias, já havia encaminhado um ofício ao governador do Estado fazendo referência à necessidade da correção no nosso saldo orçamentário de 31 de julho. Eu fiz chegar ao governador Olívio Dutra a nossa pretensão e a nossa solicitação para que fosse feita a devida correção. JC - O Judiciário sente-se atingido? Que medidas pretende tomar? Magalhães - Vamos aguardar. Até porque encaminhamos o ofício após o dia 31 de julho, porque não tínhamos sequer o índice. A correção é feita em cima de um saldo existente em 31 de julho, e tudo isso é a previsão orçamentária para ser executada nesse ano de 2001. Tenho certeza de que o governador do Estado vai proceder com correção. É a Lei de Diretrizes Orçamentárias que determina, e não há como deixar de proceder com essa correção. JC - Como avalia a administração Olívio Dutra no Estado? Magalhães - Dentro da grande preocupação nacional de encontrarmos os caminhos para melhorarmos a situação do nosso povo, de nossas entidades e de nossas instituições, parece que o governo está tentando levar o Rio Grande do Sul, com todas as dificuldades, adiante. A ânsia do governador, a vontade política do governador é a mesma nossa, de tentar melhorar o Judiciário, assim mesmo como no Legislativo. Ele está tentando, através dos seus secretários, melhorar ainda mais o Estado do Rio Grande do Sul. É certo que ele está encontrando dificuldades. JC - Quais as maiores dificuldades encontradas pela sua administração à frente do TJE? Magalhães - Pouca receita para uma demanda muito grande. Agora mesmo estamos com 1.200 processos em andamento. Isso significa que precisamos dar um atendimento rápido, dinâmico e, de preferência, barato. Para resolver isso, só informatizando e dotando a Justiça de condições operacionais para exercer as suas atividades. Nesses últimos dois, três meses, nós inauguramos cinco novos prédios de foros no interior: Butiá, Barra do Ribeiro, São Pedro do Sul, Jaguari e Nova Petrópolis. Agilizará a prestação do serviço jurisdicional. Estamos também com falta de aproximadamente 1.400 funcionários, mesmo depois da posse, quando nomeamos muitos. Só para o interior, mandamos mais de 500 servidores novos. Na Capital e no interior, já nomeamos mais de 300 juízes leigos, que são os que atuam nos juizados especiais. Isso representa gasto. JC - Quais os resultados do programa de treinamento dos servidores do Tribunal de Justiça? Magalhães - Estamos levantando dados sobre o funcionamento neste semestre. Há encontros de servidores, contratamos professores de português para melhorar o conhecimento do idioma, ministramos aulas para melhorar o atendimento ao público e o conhecimento de processos, para que o pessoal entenda como funciona um processo. Devemos estar permanentemente aplicando esses cursos de treinamento para os servidores, porque nós somos prestadores de serviço. Quanto melhor é o atendimento, melhor estará o Poder Judiciário aos olhos da população. É isso que precisamos: ir ao encontro do povo, saber o que precisa e como podemos agilizar os nossos serviços. JC - Como avalia as mudanças ocorridas no Código Civil Brasileiro? Magalhães - Se não viesse tão tardiamente, seria um excelente instrumento legal. Mas, quando chega, já precisamos repensar novas questões do relacionamento entre as pessoas. Já temos que mudar muita coisa. Alguns criticam, por exemplo, que para o campo da genética não há nada de especial. É um problema aflitivo e, para nós que lidamos com o direito, seus operadores, os juízes, os promotores, os defensores, os procuradores, existem muitas dificuldades. Não que as leis tenham que ser muito rápidas, porque elas são resultado de um comportamento reiterado. É a partir dele que resulta uma norma. JC - O episódio ocorrido com o TRT de São Paulo desgastou a Justiça brasileira? Magalhães - Não resta a menor dúvida que o Judiciário saiu arranhado. E parece mentira - não que eu tenha alguma coisa contra pessoas que não prestam concursos - mas um homem como Nicolau dos Santos Neto que nunca prestou um concurso, foi nomeado pelo presidente da República e chegou aonde chegou, resultando em um desgaste que levará tempo para ser desfeito junto à opinião pública. Governo tem interesse em firmar acordo com EUA Os quatro países do Mercosul e os Estados Unidos começam hoje a primeira rodada de discussões sobre um amplo acordo econômico-comercial. O encontro, que acontece em Punta del Este, no Uruguai, deverá selar o compromisso dos cinco países em torno das negociações de um acordo de livre comércio. Apesar de considerar essa discussão como um meio de ampliar o acesso de seus produtos ao mercado americano e de estar certo de que será o mais favorecido entre os sócios do Mercosul, o Brasil mantém uma posição cautelosa. A rodada de hoje foi convocada pelo representante de Comércio dos Estados Unidos, Robert Zoellick, o principal negociador americano, e ocorrerá durante um café da manhã. Para o encontro, foram convidados os ministros das Relações Exteriores dos quatro sócios do Mercosul, entre os quais o chanceler brasileiro, Celso Lafer. Esse evento ocorre em paralelo à reunião do Grupo de Cairns, um clube composto pelos principais países exportadores agrícolas da Organização Mundial do Comércio (OMC). O governo brasileiro mantém uma postura cautelosa em relação ao assunto, mas nutre interesse especial em firmar um acordo comercial com os Estados Unidos. O Palácio do Planalto concluiu que as negociações da Alca tendem a se complicar, na reta final, por conta dos interesses divergentes entre as 34 economias envolvidas e das dificuldades de o governo americano conseguir a autorização do seu Congresso para fechar um acordo final - o chamado trade promotion authority. Com isso, a discussão com os Estados Unidos ganhou maior importância. As exportações para os Estados Unidos representam cerca de 24% do total dos embarques brasileiros ao exterior. Um terço das manufaturas do Brasil destinadas ao exterior acaba no mercado americano. O principal item da pauta é a aeronave regional, vendida pela Embraer - uma mercadoria de elevado valor agregado. Produtos do setor siderúrgico, entretanto, sofrem pesadas restrições, assim como o suco de laranja, os calçados e os têxteis. O acordo com os Estados Unidos, portanto, tenderia a abrir mais o acesso de produtos industrializados brasileiros. Na área agrícola, a prioridade brasileira é a negociação em andamento entre o Mercosul e a União Européia, bloco que absorve 49% dos produtos básicos exportados pelo Brasil. Feira movimenta R$ 2,38 milhões este ano Excepcional. Foi esta a palavra escolhida pelo secretário da Agricultura, José Hermeto Hoffmann, para definir a Expointer 2001. Os números confirmam o sucesso da exposição, visitada por mais de 320 mil pessoas. Durante os nove dias de feira, foram comercializados 806 animais de médio e grande porte e 551 pequenos, totalizando R$ 2.377.000,00 em vendas. Deste valor, 25% foi para fora do Estado. Os pecuaristas arrecadaram, em média, R$ 1.752,00 por animal. Para Hoffmann, o anúncio da criação do corredor sanitário, pelo ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, já justificou o evento. Segundo o secretário, “o resto é lucro”. Hoffmann atribuiu os bons resultados da feira às pessoas que acreditaram na superação da febre aftosa, desde que a Argentina reconheceu a existência da doença. O secretário agradeceu também a mobilização das associações de criadores, das prefeituras e dos movimentos sindicais que contribuíram para a realização do evento. O Pavilhão da Agricultura Familiar, novidade na 24ª Expointer, foi um dos espaços mais freqüentados pelo público. Os 150 expositores comercializaram R$ 80 mil em produtos. Entre as vendas estão 13 toneladas de queijo e seis toneladas de sucos. No leilão da Agrobolsa para pequenos agricultores foram vendidas 270 toneladas de arroz, totalizando R$ 89.000,00. Cresceram em 80,84% as transações realizadas pelo Banrisul no evento. Foram liberados R$ 3.020.000,00 para cartas de crédito. O convênio assinado com o governo do Estado para a redução de juros permitiu que a instituição financiasse a compra de 400 mil animais só no Rio Grande do Sul. A Federação das Associações de Criadores de Raça, criada durante a 24ª Expointer, será a co-promotora da próxima edição da Expointer junto com a Prefeitura de Esteio. No final da noite de ontem, os animais foram liberados para retornar para o Interior. A expectativa é de que todos os 3.841 deixem Esteio até às 12h de hoje. Abate de animais começa hoje Se não chover nas regiões fronteiriças do Estado, o abate dos animais em propriedade afetadas pela febre aftosa deve começar hoje. Os primeiros municípios que sacrificarão bovinos são Dom Pedrito, Santana do Livramento e Alegrete. A intenção da Secretaria da Agricultura é encerrar os trabalhos nas primeiras semanas de setembro, quando inicia a sorologia dos 45 mil animais nas áreas atingidas pela doença. Procon inicia hoje fiscalização O Programa de Defesa do Consumidor (Procon-RS) começa a fiscalizar hoje se os produtos que tiveram seu peso ou medida reduzidos sem alteração proporcional no preço foram retirados das prateleiras dos supermercados. O Movimento de Donas de Casa e Consumidores do RS também fará vistoria para verificar se as medidas foram adotadas. O prazo para cumprimento da determinação terminou no último sábado. Das 15 empresas notificadas, apenas cinco estão sujeitas à fiscalização. Na última sexta-feira, o Procon-RS recebeu explicações de algumas indústrias e suspendeu o recolhimento das mercadorias das gôndolas. Outros fornecedores entraram com mandato de segurança na Justiça, impedindo a autuação do Procon. A Danone comprovou que os biscoitos Aymoré e Triunfo são produtos novos, e não alterados. A Kaiser explicou que as latas de cerveja pilsen voltaram para o formato de 350 ml por problemas na embalagem. A troca foi feita há oito meses, quando as latas de 355 ml apresentaram problemas de falta de espaço para circulação de gás carbônico, comprometendo o produto. "A Kaiser ficou obrigada a publicar notas de esclarecimento à opinião pública", informa Rava. A Bauducco se comprometeu a ajustar o wafer chocolate branco e mudar as embalagens até novembro, e recebeu uma multa de 15 mil Ufirs pela maquiagem de produto. A redução de 200 gramas para 180 gramas deverá ser informada aos consumidores através de cartazes. A Melhoramentos Papéis, que diminuiu os papéis higiênicos Fofura e Sublime de 40 para 30 metros, também admitiu o erro ao Procon gaúcho. Além de multa, a empresa irá colocar selos nos papéis para indicar a mudança no volume. "As negociações estão sendo positivas", avalia Rava. A punição, segundo ele, é a última medida que o Procon-RS deseja adotar. "Queremos é esclarecer os consumidores", afirma. A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) divulgou, no final da tarde de sexta-feira, a lista das dez empresas que poderão continuar vendendo normalmente seus produtos: Gessy Lever, Danone, RMB, Melhoramentos Papéis, Bauducco, Klabin Kimberly, Procter e Gamble, Todeschini, Kaiser e Ambev. Ainda estão sujeitos à fiscalização os produtos das indústrias GDC Alimentos (sardinha em latas Gomes da Costa 130 gramas), Johnson e Johnson (fraldas Baby 10 unidades), Reckitt Benckiser (cera líquida poliflor 750 ml), Santher (papel higiênico e papel toalha Personal) e Nestlé (wafer chocolate São Luiz). ONGs aguardam decisão da Justiça O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Vereadores, Beto Moesch (PPB), aguarda para hoje manifestação do Ministério Público sobre o pedido de suspensão das obras de duplicação da pista na avenida João Pessoa junto ao viaduto Imperatriz Leopoldina. A obra vai reduzir em dois metros a área do Parque da Redenção. Moesch disse que a Lei Municipal proíbe a utilização da área do parque e afirma que os usuários não foram ouvidos sobre os assuntos. A duplicação da alça da avenida João Pessoa, no Viaduto Imperatriz Leopoldina, com a redução de dois metros do Parque da Redenção iniciou no sábado. O vereador Beto Moesch e integrantes do conselho de usuários estiveram no local para tentar negociar o cancelamento do início da construção da pista. O secretário municipal de Obras e Viação (Smov), Guilherme Barbosa, informou que as negociações para providenciar uma compensação ao parque serão tomadas nesta semana. A construção da terceira pista tem como objetivo facilitar o fluxo de veículos na região e deve estar pronta hoje. Editorial Ufrgs na vanguarda da genética Para a maioria dos brasileiros, a enxurrada de notícias sobre experiências genéticas, clones de animais e a possibilidade de também se duplicar seres humanos com células do mesmo corpo parecem assuntos que dizem respeito somente aos grandes centros do mundo, Nova Iorque, Londres, Paris e Roma. Pois agora foi tornado público, através de matéria da jornalista Arlete Kempf, no Jornal da Universidade, que o Centro de Biotecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Ufrgs, trabalha, conjuntamente com outros laboratórios de todo o País, no seqüenciamento do genoma de bactéria que poderá combater doenças e tumores. A ousadia é do Centro de Biotecnologia da Ufrgs, o qual cumpriu, em julho passado, a primeira etapa das responsabilidades assumidas na rede virtual de laboratórios que realizam o referido seqüenciamento do genes da bactéria "Chromobacterium violaceum", dentro do Projeto Genoma brasileiro. Foram geradas as 2.500 leituras de seqüências do genoma da bactéria, requeridas ao laboratório da Universidade. Outros 25 laboratórios integrados ao Projeto, espalhados pelo Brasil, estão fazendo tarefa idêntica. As leituras são enviadas ao Laboratório Nacional de Computação Científica, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, que processa as informações. A segunda fase do trabalho consiste na análise das seqüências, chamada de anotação, para identificação dos genes e das suas funções, a parte mais demorada do Projeto Genoma. Arnaldo Zaha, diretor do Centro de Biotecnologia e coordenador do projeto na Ufrgs, diz que a iniciativa é importante por permitir o estabelecimento de competência nessa área no País e gerar as informações que, depois, podem ser utilizadas para desenvolver procedimentos e produtos que tenham impacto social e econômico. Há muitos resultados que podem surgir de um projeto desse tipo, salientou ainda Arnaldo Zahas. É ótimo saber que, malgrado as dificuldades que emperram a economia nacional, com repercussões sobre o funcionalismo público e os estabelecimentos de ensino superior, o País precisando economizar para pagar dívidas internas e externas, mesmo assim temos ações positivas que resistem às crises e fazem avançar o conhecimento científico entre nós. O seqüenciamento do genoma da "Chromobacterium violaceum" certamente terá repercussões importantes no tratamento de certas doenças. Trata-se de bactéria de meio ambiente, que aparece com freqüência no Rio Negro, Amazônia. O Projeto Genoma é iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia, através do Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Tecnológica, que escolheu 25 instituições para o seqüenciamento de genoma de bactérias. A envergadura do projeto exigiu recursos e estes não faltaram, pois cada laboratório participante da rede virtual recebeu equipamentos de alta qualidade, os seqüenciadores automáticos de DNA, que viabilizam de 400 a 500 leituras de seqüências por dia, além de bolsas para pesquisadores e a infra-estrutura necessária, material importado e que foi colocado à disposição em tempo exemplar. O professor Arnaldo Zaha simplifica, para os leigos, que o trabalho é como se uma casa fosse desmanchada para que se analisasse, mais detalhadamente, cada pedaço menor e, depois, se juntasse tudo, novamente. É bom para a auto-estima brasileira conhecer esse processo que está sendo feito em Porto Alegre, na Ufrgs, alinhando o Brasil com o que há de mais moderno no setor. Convicto da importância da pesquisa, da ciência e da tecnologia, o Jornal do Comércio promove o prêmio "O Futuro da Terra", recém entregue em mais uma edição. Portanto, nem tudo é problema, existem soluções e muitos fazendo acontecer, como na Universidade Federal. Topo da página

09/03/2001


Artigos Relacionados


Vieira diz diz que caça-níqueis podem ser vinculados à máfia internacional

Vieira diz que caça-níqueis podem ser vinculados à máfia internacional

USP reaproveita peças de máquinas caça-níqueis

Caça-níqueis no Rio são assunto do crime organizado

Operação da PF busca máquinas caça níqueis no Rio de Janeiro

Máquinas caça-níqueis viram computadores em Itapevi