Brasil doa US$ 2 mi ao Haiti para combate à cólera



O Ministério das Relações Exteriores anunciou a doação de US$ 2 milhões para auxílio à população e ao governo do Haiti no combate à epidemia de cólera registrada este mês. O dinheiro será utilizado para a compra de remédios e para o fornecimento de equipamentos hospitalares.

Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) parte com a ajuda humanitária na quarta-feira (27), do Rio de Janeiro com destino à capital haitiana, Porto Príncipe. O Ministério da Saúde está enviando medicamentos e insumos para ajudar o país a enfrentar a epidemia, que já atingiu cerca de 3 mil pessoas e deixou cerca 250 mortos.

Os haitianos vão receber 43,2 mil pares de luvas, 12 mil envelopes de sais para reidratação oral, 16,2 mil kits de soro macrogotas (conta-gotas, tubo e soro), 3,5 mil solução injetável Ringer + Lactato, (solução utilizada para reidratação venosa de casos graves), além de 10,5 mil frascos de hipoclorito de sódio, que serve para purificar a água.

O Brasil vai enviar também dois médicos epidemiologistas, que devem chegar ao Haiti ainda esta semana para ajudar as autoridades locais a montar uma estratégia contra a doença.

Por meio de nota, o Itamaraty informou que o Ministério da Saúde estuda a transferência de recursos autorizados por crédito extraordinário para o escritório da Organização Pan-Americana da Saúde no Haiti.

O governo brasileiro já havia anunciado, no último sábado (23), o envio de técnicos do Ministério da Saúde e de medicamentos e material hospitalar ao Haiti.

A Embaixada do Brasil no país informou que o comandante militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), general Luiz Guilherme Paul Cruz, e o representante especial adjunto do secretário-geral das Nações Unidas para o Haiti, Nigel Fisher, já se deslocaram para as áreas mais afetadas pela doença. O objetivo é elaborar um plano de contingência caso a infecção atinja a capital.

Autoridades haitianas calculam em 250 as mortes provocadas pela doença até o momento, além de um total de 3.342 infecções.

O terremoto que atingiu o Haiti em 12 de janeiro deste ano deixou cerca de 1,5 milhão de pessoas sem teto e matou cerca de 250 mil. Até hoje, milhares vivem em acampamentos, sem saneamento básico e com acesso limitado à água potável. Uma das hipóteses é que o surto de cólera tenha sido provocado pelo consumo de água contaminada do Rio Artibonite.

A ação do Estado brasileiro se somará aos esforços da organização não governamental Viva Rio, com sede na capital fluminense, que a pedido do ministério vai transformar sua sede em Porto Príncipe, a Hay Nou (Nossa Casa, na língua creoulo), em um centro de prevenção e de referência no atendimento a pessoas com cólera.

 

Fonte:
Agência Brasil



26/10/2010 11:33


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