Brasil exporta tecnologia contra desmatamento na Amazônia



As técnicas brasileiras de combate ao desmatamento serão usadas pelo restante dos países com Floresta Amazônica. O acordo, que libera R$ 23 milhões do Fundo Amazônia para financiamento do projeto, foi assinado nesta quinta-feira (3). A iniciativa faz parte de cooperação com o governo da Noruega. O objetivo é contribuir para a conservação ambiental do bioma.

Com a assinatura do acordo, a Amazônia dos demais países da América do Sul receberá recursos do Fundo da Amazônia para criar mecanismos de controle do desmatamento, como os que já estão em curso no Brasil. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, presidiu a solenidade que consolidou o acordo.

O protocolo foi firmado com a Organização do Tratado da Cooperação Amazônica (OTCA), formada por Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Juntos, os países correspondem a 99% da Amazônia. O acordo também teve a participação do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o montante será operado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Controle
Entre os mecanismos exportados pelo Brasil estão a implantação de sistemas de monitoramento por satélite, a instalação de salas de observação e pesquisa e a realização de treinamento e suporte de tecnologia para acompanhamento das imagens da cobertura florestal. 

A operação do governo federal alcançou marcos históricos no combate à devastação amazônica e colocou o Brasil em posição de destaque no cenário internacional. Em 2012, houve a menor taxa de desmatamento da região, equivalente a 4.571 km². O índice representa queda de 84% quando comparado a 2004, data de implantação do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm). 

Clima
Até agora, o Brasil já cumpriu 76% da meta voluntária de redução do desflorestamento prevista para 2020. A redução do desmatamento traz resultados positivos para o Brasil nas negociações de acordos globais para frear as emissões de gases de efeito estufa. “A questão climática vai estar em alta na agenda ambiental pelos próximos anos”, disse a ministra Izabella Teixeira. “O controle do desmatamento integra um desenvolvimento sustentável que considere o clima como fator determinante”, reforça Izabella Teixeira.

O compartilhamento da experiência brasileira possibilita um maior envolvimento internacional com o aquecimento global e a liberação de gás carbônico na atmosfera. “O bioma não está localizado apenas no Brasil”, analisou o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo. “Então, nada mais justo do que envolver os outros países que têm Floresta Amazônica nesse grande projeto de conservação”, afirmou o ministro. 

Para os vizinhos sul-americanos, os investimentos representam maior segurança e autonomia em relação à conservação do bioma. “O projeto é uma das formas de garantir a soberania dos países sobre a Amazônia e vai proporcionar insumos para o estabelecimento de políticas públicas para as próprias nações”, afirmou o secretário-geral da OTCA, Robby Ramlakhan. 

Fundo Amazônia 
Criado em 2008, o Fundo Amazônia surgiu com o objetivo de captar recursos para investimentos não-reembolsáveis em iniciativas de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e de conservação e uso sustentável do bioma. Entre as áreas de atuação, estão projetos como os de gestão de áreas protegidas, manejo florestal e redução de emissões de gases de efeito estufa. Já foram aprovados 42 projetos, que totalizam um desembolso de R$ 555 milhões.

Fonte:
Ministério do Meio Ambiente (MMA) 



04/10/2013 18:19


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