Brasil foi o 5º país que mais cresceu em 2010 comparado ao G-20, afirma Mantega



O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira (3) que o crescimento de 7,5% do PIB brasileiro em 2010 foi alcançado a partir de dois fatores dinâmicos da economia brasileira:  investimento forte e mercado interno bastante robusto.

“São esses dois parâmetros que dão esse dinamismo e resultam nesse crescimento”, disse ao comentar o resultado divulgado nesta quinta-feira pelo IBGE. Leia sobre o resultado do PIB no Portal Brasil .

O PIB de 2010 é o maior de 1986 e o maior PIB per capita desde 1980, destacou o ministro. Na comparação com o G-20, o ministro revelou que o Brasil foi o 5º país que mais cresceu em 2010, ficando atrás apenas da China, Índia, Argentina e Turquia. “É muito satisfatório o Brasil estar entre os cinco países que mais cresceram nesse período. Entre as 20 economias que representam mais de 80% do PIB mundial”, declarou.

O crescimento recorde veio acompanhado também da geração de emprego recorde. Foram criados 2,5 milhões de empregos ao longo do ano passado.

Na avaliação de Mantega, esse patamar de crescimento mostra a capacidade produtiva e o potencial da economia brasileira. Ele ressaltou o crescimento de 10,1% da indústria e afirmou que, com esse dado, não dá para falar em desindustrialização no País. Citou também o incremento da agricultura, que cresceu 6,5% e os serviços, 5,4%.

O dado mais comemorado pelo ministro, porém, foi o crescimento de 21,8% na Formação Bruta de Capital Fixo, ou seja, do investimento. “Isso dá qualidade ao crescimento do PIB brasileiro.

“Mostra que estamos crescendo expandindo a nossa capacidade produtiva, aumentando a produtividade da economia brasileira, porque investimento significa máquinas mais novas, novos sistemas de produção que estão sendo implantados no Brasil”, observou.

Segundo o ministro, o aumento dos investimentos habilita o País a continuar crescendo nos próximos anos. “É um crescimento equilibrado, com mais oferta de produtos e afastando problemas de abastecimento e de inflação”.

Mantega destacou ainda o crescimento de 7% nas despesas das famílias em 2010 sobre o ano anterior e de 3,3% nas despesas do governo no período. O ministro disse também que  o resultado do PIB em 2010 demonstra um aumento importante da poupança interna.


Contas externas desagradam

Os dados menos satisfatórios do resultado de 2010, conforme o ministro, são os das contas externas. As importações cresceram 36,2% e as exportações apenas 11,5%. “Essa disparidade diminui nosso saldo comercial, embora ele ainda seja positivo”.

Para o Mantega, isso reflete a situação dos demais países que ainda não superaram a crise de 2008, levando a uma retração do comércio internacional. “Como o Brasil cresceu acima da média dos demais países nós os ajudamos a se recuperarem da crise internacional com o nosso mercado interno”, avaliou.

Ele afirmou ainda que estudos preliminares realizados pela Fazenda apontam que o PIB a preços de PPP (Paridade e Poder de Compra) do Brasil atingiu um PIB de US$ 2,181 trilhões de dólares (R$ 3,6 trilhões). O dado precisa ser confirmado pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) que realizam o cálculo oficialmente.

“Se nós de fato alcançamos US$ 2,181 trilhões de dólares teremos superado a França e o Reino Unido em PIB por PPP. Mas isso é um dado preliminar que tem que ser confirmado pelo Banco Mundial e pelo FMI.”, adiantou. Caso o número seja confirmado, o Brasil passaria a ser a sétima maior economia do mundo.


Desaquecimento da economia

Após o crescimento robusto da economia em 2010, o ministro aposta agora no desaquecimento. Enfatizou que no quatro trimestre de 2010 o crescimento do PIB foi de apenas 0,7%.

Destacou também que no PIB do quarto trimestre do ano passado a despesa da administração pública foi negativa em 0,3%.

“Isso mostra um recuo da despesa do setor público que já começou em 2010 e vai continuar em 2011. Significa também que a poupança de 2011 crescerá mais que em 2010 e vai viabilizar o investimento em 2011”.Ele prevê que o investimento em 2011 não será tão alto quanto 2010 e deve chegar a 12%.

Finalizou ressaltando que os dados do quarto trimestre mostram que a economia não está mais tão aquecida como no início de 2010, apesar do crescimento maior no início do ano. “O ritmo desacelerou para cerca de 4,5%, que deve ser o patamar de crescimento de 2011”.


Fonte:
Ministério da Fazenda



03/03/2011 17:15


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