Brasil terá crescimento maior e inflação menor em 2012, prevê Tombini



O Brasil terá, no próximo ano, crescimento econômico maior e inflação menor do que em 2011, segundo a previsão feita pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), nesta terça-feira (20).

Após atingir o pico no terceiro trimestre deste ano, a inflação acumulada em 12 meses está em queda e "converge para o centro da meta" de 4,5%, na avaliação de Tombini. A trajetória descendente das taxas vem sendo registrada há nove semanas.

O crescimento brasileiro em 2012, na previsão do presidente do BC, deve superar o desempenho dos demais países emergentes, atingindo taxas maiores no segundo semestre do próximo ano. A previsão do mercado é de crescimento de 3,4% no quarto trimestre de 2012. 

Efeitos

Segundo Tombini, "ações tempestivas de política macroeconômica" estão minimizando os efeitos da crise internacional na economia do país. Mesmo diante de um cenário internacional complexo, de acordo com o presidente do BC, a classificação de risco do Brasil tem sido elevada pelas agências internacionais.

Também o custo do financiamento soberano do país, no mercado internacional, é o menor dos últimos 40 anos. Conforme o presidente do BC, esse custo tem sido menor inclusive do que o suportado por economias tradicionais da Europa. 

Credibilidade

A credibilidade do país, na avaliação de Tombini, decorre de fatores como política macroeconômica consistente, sistema financeiro sólido e "colchões de liquidez".

Um dos pilares dos "colchões de liquidez", segundo ele, está assentado nas reservas internacionais, que aumentaram de US$ 205 bilhões, em agosto de 2008, para R$ 352 bilhões, em dezembro de 2011. Esse crescimento de US$ 147 bilhões, em três anos, contribuiu para a redução das vulnerabilidades do país, conforme o presidente do BC.

Cenário

Mesmo diante de resultados considerados positivos, Tombini afirmou que o Brasil se prepara para momentos de dificuldades na economia global. Ele apontou vários fatores que devem contribuir para o baixo crescimento nos próximos anos.

Os Estados Unidos, na avaliação de Tombini, terão no curto prazo desempenho melhor do que o esperado, mas ainda enfrentarão entraves estruturais no longo prazo.

Na chamada Zona do Euro, as negociações políticas avançam, mas ainda faltam os detalhes e a implementação das medidas, como advertiu.

Por outro lado, a desaceleração do crescimento econômico da China e as políticas de combate à inflação nos países emergentes devem completar um quadro de redução da demanda global. 

Audiência

O comparecimento trimestral do presidente do Banco Central à Comissão de Assuntos Econômicos, para prestar contas sobre a política monetária, é previsto em resolução do Senado. A audiência foi presidida pelo presidente da CAE, senador Delcídio Amaral (PT-MS).

Tombini foi questionado pelos senadores Armando Monteiro(PTB-PE), Ana Amélia (PP-RS), Francisco Dornelles (PP-RJ), Eduardo Suplicy (PT-SP), Sérgio Souza (PMDB-PR) e Lindbergh Farias (PT-RJ).



20/12/2011

Agência Senado


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