Butantan é opção de conhecimento e lazer da criançada durante as férias



Pessoas de todas as idades se surpreendem com aranhas, lagartos e serpentes naja e Pítonalbina

Aproveite os últimos dias de férias escolares e leve a criançada ao Instituto Butantan, na zona oeste da cidade. De 1º a 20 deste mês, o espaço recebeu cerca de 10 mil visitantes. Até o dia 31, quem for ao local se surpreenderá com os seres vivos microscópicos no laboratório do Museu de Microbiologia. Outra atração, essa permanente, é a possibilidade de tocar nas cobras com a ajuda de monitores.

A dormideira e a falsa-coral, tipos inofensivos de cobra, são opção de entretenimento na área verde em frente ao serpentário. Chamado Mão na cobra só no Butantan, o projeto de educação ambiental ocorre toda quinta-feira, das 14h30 às 15h30.

Enquanto os biólogos Ana Bárbara Barros e Cristian Alexandro Gomes alisam as cobras e explicam onde elas vivem, o público se forma diante deles para também tocá-las. E as crianças, astutas, correm para ficar na frente e acariciá-las primeiro, com auxílio dos monitores, que advertem: “Nunca manuseiem cobras quando as encontrar em fazendas, sítios ou terrenos baldios, pois vocês desconhecem se são inofensivas. É perigoso”!

Para o israelense de Tel-Aviv Iehonatan Podgaetz, 7 anos, a principal diversão no Butantan é tocar a dormideira. “Cobra e aranha são os animais que mais gosto”, conta o garoto. Sua estima pelo bicho é antiga: com cinco anos de idade já exibia uma, em seus ombros.

Iehonatan passeia no local acompanhado dos irmãos Ylai, de 5 anos, Liaian, 3, e dos avôs Carlos Augusto da Silva e Celina Adoni Silva, moradores da Vila Madalena. O avô diz que os netos passam as férias no Brasil e ele faz questão de levá-los ao instituto porque adoram a natureza e os animais.

Serpentário – Opção bastante concorrida é o serpentário, situado na área verde do parque, em frente à biblioteca. Lá, vivem nove jararacas, 11 jibóias e 31 cascavéis. Os biólogos explicam que duas vezes por mês elas se alimentam de camundongos e ratos. A maior jibóia mede quase três metros e pesa cinco quilos. “Quando entramos no serpentário – para deixar comida, vistoriar e contar os animais –, o que as crianças mais perguntam é se não temos medo”, ressalta Ana Bárbara. Ela responde que não há perigo, pois é treinada para a tarefa, que exige equipamentos de proteção (bota e gancho) e agilidade nas pernas.

Naja e Pítonalbina – Outra alternativa de lazer no Butantan é o Museu Biológico, conhecido como Museu das Cobras. “Para aproveitar bem a visita são necessários 40 minutos”, aconselha a bióloga Lilian Caldogneto.

O local exibe serpentes, aranhas, lagartos, anfíbios e dois aquários de peixes. Há exemplares empalhados como lagartas-de-fogo, fixadas num terrário, e coruja que se prepara para caçar jararaca de 60 centímetros. Na ala de reprodução, há ovos originais de serpente, galinha, ema, codorna, avestruz e outros.

A naja, típica da Ásia e África, é uma das cobras mais velhas do museu (15 anos). Quando se prepara para o bote, dilata o pescoço e forma uma espécie de capuz, razão do nome cobra-de-capelo. Outra, que não deixa de ser notada, é a Pítonalbina, da Índia. É branca com manchas amarelas, mede quase dois metros e nove quilos de peso. As espécies peçonhentas brasileiras estão num corredor específico do museu.

Quando a visitação reúne 30 crianças ou dez adultos, realiza-se uma miniaula, no auditório do próprio local. Em vez de lousa ou material impresso, as monitoras explicam as características dos animais mostrando chocalhos-de-cascavel, réplicas de animais empalhados e outras peças organizadas num carrinho.

“Gostei das cobras. Nunca tinha visto uma. A monitora disse que a coral é a mais venenosa”, informa o pequeno Alisson, 10 anos, ao lado das irmãs gêmeas Isadora e Letícia, 5, e Lizandra, 6. A avó Ana Ruth Jambeiro, de Embu das Artes, soube do evento pela tevê e resolveu levar a criançada.

Laboratório integra pais e filhos

Ser vivo menor que grão de areia, invisível a olho nu, também tem lugar no Butantan. No Museu de Microbiologia, o microscópio é ferramenta essencial para pessoas de todas as idades conhecerem protozoários, fungos e agentes transmissores de doenças. Na tela da tevê ou no microscópio, a gota d´água não tratada (retirada de lago ou rio) é a personagem principal. Monitores explicam a importância da higiene pessoal, como lavar as mãos, para evitar doenças.

A novidade nas férias é a abertura do laboratório do museu para o público observar no microscópio células animal, vegetal, fungos, protozoários e bactérias. “O espaço é importante, pois muitas escolas de ensino fundamental não dispõem de microscópio e esse, geralmente, é o primeiro contato do aluno com a ferramenta”, abserva a bióloga Karen Casadei. O laboratório também visa à integração de pais e filhos.

“Visitei o Butantan quando meus filhos eram pequenos. Agora, está mais equipado. Aproveitamos bastante o local, que exibe muitas curiosidades”, opina Simone Cremm, de Itapecerica da Serra. O filho Felipe de 7 anos diz que adorou conhecer “o lugar das cobras”. No laboratório, descreve o que vê pela primeira vez no microscópio: “Aqui tem uma célula animal, coisinha branca e cheia de pintas”.

Mais de um século de história

Se quiser conhecer equipamentos antigos e as instalações da cocheira, onde o médico Vital Brazil iniciou seus estudos, em 1899, para descobrir o antídoto contra a picada de cobras e aracnídeos, vá ao Museu Histórico. Ali estão preservados parte do piso original e uma das paredes assentadas com barro.

O espaço exibe móveis antigos, vidraria, balança, geladeira e outros acessórios de farmácia empregados na seção de Produção e Pesquisa do Butantan ao longo de mais de cem anos de história. Se preferir, pode caminhar, exercitar-se e respirar ar puro numa área verde de mais de 450 mil metros quadrados.

SERVIÇO
Instituto Butantan
Avenida Vital Brasil, 1.500
Butantã – zona oeste da cidade
Horário de funcionamento dos museus:
De terça a domingo, das 9 horas às 16h30
Valor único de entrada nos museus: R$ 6
Estudante com identificação paga R$ 2,50
Grátis para criança até sete anos, idoso a partir de 60 e portador de necessidades especiais
Mais informações, ligue (11) 3726-7222

Da Agência Imprensa Oficial

(M.C.)



07/26/2008


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