CAE rejeita requerimentos sobre 'dossiê dos aloprados'
A bancada governista conseguiu derrubar na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), nesta terça-feira (12), três requerimentos do líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias, relativos ao "dossiê dos aloprados". O parlamentar tucano pedia a vinda ao Senado da atual ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Ideli Salvatti; da ex-senadora Serys Slhessarenko e do ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Veloso ao Senado para prestar esclarecimentos sobre denúncia de participação neste episódio.
Na ausência de Alvaro Dias - que participava de audiência pública sobre denúncia de superfaturamento de obras no Ministério dos Transportes -, os senadores do PSDB Aloysio Nunes Ferreira (SP) e Cyro Miranda (GO) encaminharam o voto favorável aos requerimentos na CAE.
Enquanto Aloysio Nunes classificou a rejeição aos três pedidos como uma tentativa de colocar panos quentes no caso, Cyro Miranda argumentou que, se a base aliada trabalhou nesse sentido, é porque teria medo de se explicar. O caso do "dossiê dos aloprados" ocorreu em 2006, quando um grupo de militantes do PT foi preso sob acusação de tentar comprar documentos com falsas acusações contra o então candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra.
Na outra frente, o líder do governo no Senado, Romero Jucá, justificou o voto contrário afirmando que Ideli Salvatti - então senadora quando o episódio veio à tona e acusada de participar do esquema ao lado de Aloizio Mercadante, também senador e adversário de José Serra na disputa, à época - "não tem nada a ver com essa história".
Após reiterar ser este o caso "mais abominável, triste e vergonhoso" da política brasileira, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) também declarou voto contrário aos requerimentos, por entender que cabe ao Ministério Público, e não à CAE, investigá-lo. Em seguida, o líder do PSB no Senado, Antonio Carlos Valadares, afirmou a "boa relação" mantida com Ideli e Mercadante e que seu partido pauta sua conduta como aliado do governo federal pela "lealdade, eficiência e respeito às pessoas".
Sanguessuga
Depois de confirmada a rejeição aos três requerimentos, o presidente da CAE, senador Delcídio Amaral (PT-MS), leu correspondência enviada à comissão por Expedito Veloso. Apesar de não se recusar a prestar esclarecimentos sobre o caso, se fosse convidado ou convocado a isso, o ex-diretor do BB antecipou que não iria confirmar as declarações a ele atribuídas pela reportagem da Revista Veja.
"Não acusei, não tenho informações e lamento que tenham usado parte de uma conversa informal, dentro de outro contexto, para prejudicar o ex-senador Aloizio Mercadante e a ministra Ideli Salvatti", afirmou.
Em outro trecho da carta, Expedito Veloso considerou ter havido uma tentativa de prejudicar a ex-senadora Serys Slhessarenko ao envolvê-la no episódio dos sanguessugas (denúncia de pagamento de propina na compra de ambulâncias em convênios com o Ministério da Saúde). O "dossiê dos aloprados" trazia justamente acusações de envolvimento de José Serra com esse esquema.
Em junho passado, Mercadante - atual ministro da Ciência e Tecnologia - foi questionado sobre o assunto por senadores oposicionistas ao participar de audiência pública sobre a relação entre economia e competitividade. O ex-senador voltou a negar, na ocasião, qualquer participação na confecção do "dossiê dos aloprados".
Para ver a íntegra do que foi discutido na comissão, clique aqui.
12/07/2011
Agência Senado
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