Cai a renda média do trabalhador assalariado





Cai a renda média do trabalhador assalariado
O rendimento médio real dos trabalhadores da Região Metropolitana de Porto Alegre, nos sete primeiros meses do ano, apresentou a maior queda desde o início do Plano Real, em 1994. O recuo bateu nos 2,9%, mesmo que a taxa de desemprego tenha diminuído, conforme os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego elaborada pelo Dieese/RS, FEE e FGTAS. A queda do rendimento médio, que contempla salários e benefícios, contrasta com o sucesso da maioria das negociações coletivas das categorias, que conseguiram índices de reajustes superiores ao INPC.


Atentados e guerra param exportações de calçados aos EUA
Os exportadores brasileiros de calçados vivem um clima de tensão e incertezas, pela paralisação das negociações com os clientes norte-americanos, desde os atentados do dia 11 de setembro nos Estados Unidos. O mercado absorve mais de 70% das exportações nacionais do setor. O problema é particularmente grave para a indústria calçadista do Rio Grande do Sul, que responde por mais de 80% das exportações brasileiras de sapatos.

O diretor da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, diz que “a situação é muito séria”. Segundo o executivo, a meta de crescimento das exportações, de 15% a 20% sobre a receita de US$ 1,5 bilhão registrada o ano passado, dificilmente vai ser atingida.

“Os sapatos são produzidos para mercados específicos e não haverá demanda para absorver os produtos fabricados para mercado norte-americano. O setor de varejo dos Estados Unidos está parado, à espera dos acontecimentos”, afirmou Klein.
De janeiro a agosto, as vendas externas do setor tinham crescido 8% em relação a 2000. Mas Klein disse que agora muitas indústrias de calçados no País estão remanejando suas linhas de produção e colocando os funcionários em férias.

Paula Huff, assistente comercial da Empire Shoes, empresa que trabalha como agente de exportação para diversas fábricas gaúchas nos Estados Unidos, confirmou que as encomendas de calçados estão atrasando pela situação de insegurança. “Apesar de não haver nenhum cancelamento, os negócios ficaram prejudicados”, destacou.
Outro agente de exportação que preferiu não se identificar informou que os clientes nos Estados Unidos estão temerosos em relação ao futuro, mas que os pedidos realizados anteriormente ao atentado estão sendo entregues normalmente.

Essa fonte informou que as novas encomendas atrasaram cerca de dois meses e que os negócios só não foram ainda mais prejudicados porque o fornecimento de calçados para a estação de inverno já tinham sido finalizados entre o período de março e agosto.

“Se o atentado tivesse ocorrido em julho com certeza muitos pedidos seriam cancelados”, disse. A fonte acredita que o segundo semestre do ano não está tendo um desempenho tão ruim e as empresas estão realmente preocupadas com o primeiro semestre de 2002 por acreditarem que o conflito deve ser longo.

Algumas indústrias de calçados do Rio Grande do Sul adiaram projetos a serem desenvolvidos no mercado norte-americano. A Arezzo Indústria e Comércio Ltda, de Campo Bom, por exemplo, iria investir US$ 1 milhão na inauguração de uma loja em Nova York até o final do ano, mas teve seus planos modificados com os conflitos.
O diretor presidente da empresa, Anderson Birman, disse que o investimento foi suspenso por tempo indeterminado. A idéia da Arezzo era abrir um ponto de venda no bairro Soho, local em que se concentra as griffes famosas.

A grande maioria das indústrias calçadistas não está se pronunciando sobre o assunto. A Richter Indústria de Calçados Ltda, de Estância Velha, foi uma das exceções. No entanto, a empresa viveu uma experiência inusitada. A fábrica não exportava para os Estados Unidos e em julho fechou o primeiro negócios com um cliente, que depois do atentado já dobrou o volume de pedidos. “Esta empresa já compra calçados do Brasil há muitos anos e mesmo com as incertezas está mantendo sua encomendas”, informou o diretor industrial, Remi Kunzler.

A Richter está transportando suas mercadorias via aérea para ter maior agilidade. “Achávamos que os negócios sentiram bastante os reflexos da guerra mas na prática isto não está ocorrendo. O que percebemos é que os brasileiros estão muitos mais cautelosos do que os norte-americanos. Prova disso é que 15% das nossa vendas para aquele mercado foram para Nova York”.


Nova estratégia para aprovar projeto dos depósitos tributários
O Governo gaúcho adota nova estratégia para tentar garantir a aprovação do projeto de lei que prevê o repasse dos mais de R$ 100 milhões em depósitos judiciais tributários para o caixa do Estado. No pedido de suplementação orçamentária encaminhado à Assembléia Legislativa no dia 9, de quase R$ 144 milhões, o Executivo indica os recursos relativos a esses depósitos como cobertura para o pagamento de despesas superiores a R$ 130 milhões.

Na prática, o Governo condiciona a execução de obras rodoviárias, na área da agricultura e da reforma agrária à aprovação da matéria, que foi rejeitada em plenário em agosto. A solicitação é parte dos créditos adicionais de R$ 176 milhões que o Executivo quer abrir no orçamento estadual.

Emenda do deputado Paulo Odone (PPS) impediu a Secretaria da Fazenda de se apropriar dos valores depositados em juízo por contribuintes que discutem matérias tributárias na Justiça. A lei determina que os rendimentos líquidos desses depósitos constituam receita para os fundos Estaduais de Saúde, de Segurança Pública, de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais, de Sanidade Animal e de Reaparelhamento de Estradas do Sul.

“É preciso, em primeiro lugar, alterar a lei, autorizando a liberação do dinheiro que fica parado nos bancos. Do contrário, a suplementação perderá o efeito, pois o Governo não terá recursos para executar as obras”, disse o líder do Governo na Assembléia, Ivar Pavan.

No Legislativo, parte da oposição admite estar sendo pressionada a aprovar o projeto, porque a base eleitoral reclama a destinação de recursos principalmente para estradas. Do total do crédito suplementar, informa Pavan, R$ 65 milhões são reservados prioritariamente para esta área.

A bancada governista admite que não há embasamento legal para a vinculação das matérias, mas argumenta que esta é a única forma de o Governo evitar que o Legislativo aprove despesas sem garantir as receitas necessárias. “Trata-se de um movimento de tensionamento político legítimo, para fazer com que o Parlamento atue de maneira responsável”, justificou o líder da bancada do PT, Elvino Bohn Gass.
Ivar Pavan afirma que “depois de denunciar a situação precária das finanças públicas, a oposição terá que escolher entre liberar a verba para acelerar as obras já contratadas ou inviabilizar o atendimento das demandas indicadas pela comunidade no Orçamento do ano passado”.

O líder do PPB, Vilson Covatti, diz que o Executivo coloca o Legislativo em prova. “Se os deputados rejeitam o projeto dos depósitos, as obras não saem; se aprovam a matéria, estarão ferindo o direito dos contribuintes que aguardam decisão judicial”, salientou.

O deputado Bernardo de Souza, líder da bancada do PPS, denuncia a ilegalidade da vinculação das matérias. De acordo com a Constituição do Estado, justifica ele, o projeto dos depósitos judiciais só poderia retornar ao plenário neste ano com a concordância da maioria absoluta, ou seja, com o aval de 28 deputados. “Além disso, legalmente, o Governo não pode condicionar a liberação de recursos com base em fonte de receita que é passível de rejeição no Legislativo”.

Na avaliação do líder da bancada do PFL, O nyx Lorenzoni, a Assembléia deverá destacar o artigo e constituir outro projeto de lei, em que o Executivo indique nova fonte de receitas para cobrir o crédito suplementar de R$ 130 milhões.


COMEÇA A III BIENAL DO MERCOSUL
Com um concerto da Ospa no Anfiteatro Pôr-do-Sol, às 20h30, será aberta oficialmente hoje a terceira edição da Bienal de Artes Visuais do Mercosul. Até 16 de dezembro, Porto Alegre vai receber o que há de mais expressivo da arte latino-americana em cinco espaços da cidade, com 400 obras de 130 artistas plásticos.

O presidente da Fundação Bienal, Ivo Nesralla, diz que a expectiva da comissão organizadora é de que mais de um milhão de pessoas circulem pela mostra. As novidades desta edição em relação à anterior são os espaços diferentes para a exposição de obras e instalações, como o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) e do Memorial do Rio Grande do Sul, o Parque Maurício Sirotsky, o Hospital Psiquiátrico São Pedro e o Centro Cultural Santander.

O Rio Grande do Sul terá participação de destaque entre os artistas selecionados. Dos 130 nomes, sete expositores são gaúchos: Félix Bressan (montando sua escultura na foto), Giorgio Ronna, Jailton Moreira, Jorge Menna Barreto, Karin Lambrecht, Rogério Pessôa e Vera Martini.


Seguradora lança seguro alimentação para classe pobre
A Sabemi Seguradora lançou um seguro de vida que custa R$ 0,37 por mês e garante ao segurado ou a seus beneficiários o recebimento de alimentos por um período de 12 a 60 meses, conforme o plano escolhido. O produto permite a inclusão do cônjuge com as mesmas coberturas do segurado principal. Trata-se do Refeiseg que foi formulado especialmente para atender o segmento de mercado representado pelas classes sócio-econômicas C e D.

“O produto evidentemente não procura atender as necessidades dos excluídos sociais”, diz o diretor-presidente da empresa, Antônio Túlio Lima Severo. “O alvo da empresa são os trabalhadores que ganham até três salários mínimos. Esse contingente representa 90% da população brasileira”.

A motivação do segurado para adquirir o produto, segundo o empresário, é que com a inflação em níveis baixos os trabalhadores passaram a consumir. Estudos recente indicam que esse consumo aumentou em até 25%, nos últimos anos. “E é exatamente essa segurança que o segurado quer transmitir à sua família”, explica Severo. “Ele não suporta a idéia que, na sua falta, seus entes queridos possam passar fome”.

A Sabemi trabalha com outros planos que contemplam necessidades populares. É o caso da garantia da educação de filhos, que inclui até a cobertura de acidentes dos beneficiários. “Até as escolas se beneficiam com o produto”, explica. “Afinal, elas reduzem a inadimplência causada por desemprego ou perda de renda do segurado”.


Colunistas

NOMES & NOTAS

Licitações-e
Com as compras e contratações de serviços realizadas por meio do Licitações-e, acessado também via Portal do Banco do Brasil, as instituições que já utilizam o site conseguem redução de até 30% nos preços, em relação às compras tradicionais. Até o momento, o volume negociado é de cerca de R$ 30 milhões. Qualquer órgão ou entidade pública pode utilizar sem custos o Licitações-e, que é pioneiro na Administração Federal indireta. O site contribui para o cumprimento de metas da Lei de Responsabilidade Fiscal e agrega maior transparência ao processos de gastos públicos, já que as negociações entre o Governo e seus fornecedores podem ser acompanhadas pela internet. O sistema oferece completa segurança bancária, agilidade (os fornecedores não precisam estar presentes fisicamente, acompanhando os pregões em sua própria base tecnológica) e mais de 8.000 pontos de atendimento da instituição em todo o País. É neles que são realizados o cadastramento, certificação e suporte às negociações.

Ripasa no Estado
A Ripasa Celulose e Papel iniciou uma campanha de valorização institucional no Rio Grande do Sul com o apoio ao 3º Salão Gráfico Promocional. A empresa atua há 40 anos no setor papeleiro e possui um patrimônio de 82 milhões de árvores plantadas numa área de 7,3 mil hectares localizados em sete parques florestais. A Ripasa mantém também uma área de 12 mil hectares com reservas florestais naturais de preservação permanente. Além da certificação com o ISO 9002, ela acaba de conquistar o ISO 14001, sendo a primeira empresa brasileira produtora de papel cut-size a ser certificada nessa norma que avalia o desempenho em relação à preservação ambiental.

Fenasoja
Os organizadores da 14ª Fenasoja estão empenhados em torná-la um marco entre as feiras industriais gaúchas. Seu coordenador, Álvaro Eidt, participou da última reunião almoço da Federasul para incentivar os produtores gaúchos a participar dela. Sua expectativa é da presença de 600 expositores e 200 mil visitantes. Além da soja, a mostra também promove insumos e equipamentos para as culturas do trigo, milho e mais recentemente da acerola. A Fenasoja é realizada há 35 anos. Eidt informa que a região de Santa Rosa é o principal polo produtor de máquinas e implementos agrícolas do Estado, assim como detém a maior bacia leiteira gaúcha.

Crescimento
O programa do Governo estadual Incentivo ao Crescimento será promovido sem alterações no Orçamento e na arrecadação do Estado. Os benefícios para os setores que mais precisam de apoio serão compensados pelos setores que podem contribuir mais. Seus objetivos são gerar emprego e renda, qualificar o trabalhador urbano e rural, democratizar o desenvolvimento, integrar as cadeias produtivas e dar transparência aos incentivos oficiais.

Amor à democracia
Os institutos Liberal e de Estudos Empresariais, a Associação da Classe Média e dos Jovens Empresários do Rio Grande do Sul promovem amanhã um debate sobre o tema: O Brasil Gosta de Democracia? Essas entidades levaram em consideração para propor o encontro recente pesquisa da The Economist de que só 30% dos brasileiros afirmam preferir a democracia a outros regimes de governo. Os painelistas serão o colaborador do Jornal da Tarde, Alberto Oliva, o cientista político, Fernando Schüler, e o vereador José Fortunatti. A mediação será feita pelo jornalista Hélio Gama.

Missão holandesa
Executivos de dez empresas holandesas participarão de uma rodada de negócios em novembro na Fiergs. Entre as empresas estará a Dräger Medical, fabricante de aparelhos respiratórios para uso doméstico, que procura um parceiro no Estado. No ano passado, o Brasil exportou US$ 3 bilhões para a Holanda e importou US$ 300 milhões. Da pauta de exportações brasileiras constam a soja, farelo, suco de laranja, café cru, carne bovina e ligas de alumínio.

No dia-a-dia
Na quinta-feira, o Sindigêneros e o Sindilojas de Caxias do Sul entregarão o troféu O Mercador aos destaques dos setores lojista e de gêneros alimentícios e nas categorias de reconhecimento público e especial.


A Vinícola Miolo se vinculou ao Margs e à Randon Agropecuária para lançar depois de amanhã o vinho Reserva Miolo Cabernet Sauvignon.

Desde abril, a Marcopolo desenvolveu quinze projetos de cidadania, destacando-se pelo número de beneficiários e resultados obtidos a Escola de Formação Profissional Marcopolo e o Programa Vida.

Há 30 anos, existe um programa de cooperação técnica entre o Japão e o Brasil. Um deles foi executado em Porto Alegre, envolvendo a PUCRS e a Jica (Japan International Cooperation Agency) para promover um curso internacional na área geriátrica.

A Via Porto Honda apoiou a 27ª Procissão dos Motoqueiros em homenagem à Nossa Senhora Aparecida, organizada pelo Padre João Peters no último dia 12.

A presidente nacional da Associa


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