Camata lê cartas de apoio à ação da Polícia Civil em favelas do Rio de Janeiro



Em pronunciamento nesta terça-feira (23), o senador Gerson Camata (PMDB-ES) defendeu a política de combate à violência e ao tráfico de drogas do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). Camata leu cartas publicadas na edição desta terça-feira do jornal O Globo, em que os leitores manifestaram apoio ao governador e criticaram as declarações do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (OAB-RJ), Wadih Damous, de repúdio à ação da Polícia Civil nas favelas da Coréia e do Taquaral, realizada na última semana, que resultou na morte de uma criança, um policial e dez supostos traficantes.

De acordo com O Globo, Damous afirmou, em nota divulgada pela OAB, que a instituição teria ficado chocada diante das imagens da "caçada promovida por um helicóptero da polícia a dois fugitivos".

"A OAB, assim como toda a sociedade, chocou-se com tamanha crueza. E mais ainda, indignou-se sim com a forma pela qual as forças policiais perseguiram aqueles dois jovens, que, pelas imagens, não exibiam armas, e ainda assim foram caçados e mortos sem qualquer direito de defesa", diz a nota.

Os leitores do jornal - de acordo com Gerson Camata, "cariocas que sentem na carne a opressão dos assassinatos e dos abusos dos bandidos" - discordam do presidente da OAB do estado.

Nas cartas lidas por Camata há apelos como: "abandonemos o cinismo e deixemos a polícia trabalhar", além das mais diversas congratulações à ação da Polícia Civil. Um leitor quer saber: "Onde estava a OAB quando o menino João Hélio foi carregado até a morte?", ao passo que outro afirma que a instituição estaria "defendendo bandidos".

"O presidente da OAB associa os bandidos a pessoas que combateram a ditadura", critica um leitor; "Guerra é guerra; só venham falar em democracia quando a ordem estiver restabelecida", diz outro.

Gerson Camata criticou o Senado Federal por ter abandonado a discussão sobre as propostas do chamado "pacote anti-violência", que passaram a tramitar na Casa num esforço concentrado em fevereiro deste ano a partir da comoção gerada pelo assassinato, no Rio de Janeiro, de João Hélio Fernandes. O garoto de 6 anos morreu após ser arrastado por sete quilômetros, preso ao cinto se segurança, pelos ladrões que roubavam o carro de sua família.

- Estamos sendo omissos - disse.



23/10/2007

Agência Senado


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