Canoísta Isaquias Queiroz é beneficiado com a Bolsa Pódio



Do programa Segundo Tempo do Ministério do Esporte, em 2005, na cidade de Ubaitaba, na Bahia, ao pódio no Campeonato Mundial Duisburg de Canoagem, em 2013. A trajetória do canoísta Isaquias Queiroz é inspiração para os jovens canoístas brasileiros. Como toda criança que inicia no esporte, a descoberta no programa social era mera brincadeira. Não demorou para a diversão se tornar séria. Depois de oito anos no esporte, Isaquias teve um ano único. Em todas as provas que remou o atleta trouxe na bagagem pelo menos uma medalha para o Brasil.

No começo dessa semana, o canoísta foi anunciado como um dos sete atletas da modalidade – quatro olímpicos e três da paracanoagem – que vai receber o benefício do programa Bolsa Atleta Pódio, que faz parte do Plano Brasil Medalhas do governo federal.

Nivalter Santos, que registrou o segundo tempo mais rápido da história da canoagem C1 200m, e a dupla Ronilson Oliveira e Erlon de Souza Silva, representantes do País nos Jogos de Londres 2012, são os nomes da canoagem olímpica. 

O secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento, Ricardo Leyser, explica que poder atender atletas que vieram de um programa social mostra a importância de ter iniciativas interligadas para o esporte nacional.

“É mais um exemplo de que não há uma contradição entre o esporte de alto rendimento e o esporte de inclusão social. É possível trabalhar a inclusão das comunidades e ao mesmo tempo selecionar os talentos e dar o caminho profissional. A grande vantagem dessa ligação é permitir ao jovem que vem de uma comunidade carente de um bairro mais periférico chegar ao Bolsa Pódio e receber R$ 15 mil, a exemplo do Isaquias que é campeão mundial. Isso reforça a ideia de continuidade no esporte”, acentua.

Para Isaquias, a temporada de 2014 já começou faz tempo. Ele já está vivendo o ano da Copa do Mundo de Futebol no Brasil. O próximo ano será especial. Em agosto o desafio será no Mundial da Rússia. Na Itália, o canoísta e a seleção brasileira vão encarar a Copa do Mundo. Essa será especial porque será na mesma raia do Campeonato Mundial de 2015, classificatória para os Jogos Olímpicos do Rio 2016.

Aos 19 anos, o atleta faz parte da seleção permanente de canoa, no Centro de Treinamento na Represa de Guarapiranga, em São Paulo. A equipe conta com o suporte do treinador espanhol Jesus Morlán, que tem a missão de transformar a canoagem velocidade brasileira em medalhista olímpica.

Em entrevista exclusiva ao portal do Ministério do Esporte, Isaquias Queiroz falou sobre o início no esporte, aprimoramento técnico e o futuro na modalidade.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista com o bolsista promessa de medalhas em 2016:

Começo

Tive o meu primeiro contato em 2005 no programa Segundo Tempo na minha cidade (Ubaitaba) na Bahia, com 11 anos. Comecei e gostei. Era uma diversão. 

Primeiramente eu escolhi o futebol, como a maioria das crianças. Quando eu estava na escola eu perguntei para a professora o que era a canoagem e ela me explicou que era praticado no rio. Logo falei que queria participar. Quando terminou o programa Segundo Tempo a maioria dos colegas das outros esportes pararam de praticar esporte e as crianças da canoagem continuaram.

Paixão pelo esporte

Quando eu entrei na canoagem era muito divertido para mim. Comecei a praticar e o treinador viu que eu tinha talento e começou a incentivar. Ele falou que o projeto Segundo Tempo iria terminar no núcleo, mas que a canoagem estava de portas abertas para mim. Até hoje eu e os outros alunos continuamos no esporte. Alguns estão comigo na Seleção Brasileira.

Bahia: celeiro da canoagem

Os grandes nomes da canoagem brasileira sempre vieram da Bahia, principalmente em Ubaitaba, na minha cidade. Tanto que o nome da minha cidade em Tupi Guarani se chama de Cidade das Canoas. Jefferson Lacerda, que já representou o País em Jogos Olímpicos, saiu da minha cidade. Temos muita tradição no esporte.

Ano especial

Em toda a minha carreira, esse ano foi o que mais ganhei títulos. Considero o ano 100%. Todos os campeonatos que eu fui eu ganhei medalhas. Festival Olímpico da juventude na Austrália (dois ouros), no Sul-Americano (cinco ouros), na Copa do Mundo (um ouro e uma prata). No Campeonato Mundial foi o melhor resultado que o tive na minha carreira. Ouro no C1 500 – prova não olímpica – e o bronze em uma prova olímpica, em que o Brasil nunca tinha conquistado nenhuma medalha até então.  Em 2011, eu também tinha vencido o Campeonato Mundial Júnior. 

Sem surpresa

Para mim não teve nenhuma surpresa subir no pódio do mundial. Porque eu já vinha com resultados, pois eu tinha talento e faltava treinamento específico para as provas de remo.

Bolsa Atleta Pódio

Eu já era bolsista do programa Bolsa-Atleta. Antigamente, se você tinha um resultado no Campeonato Mundial ou nos Jogos Pan-Americanos, você receberia o mesmo valor na bolsa internacional daqueles que remavam no Sul-Americano. Agora, os pesos estão equivalentes. Com a Bolsa Pódio o peso do Mundial e a sua colocação dentro da competição têm pesos diferentes.

Isso acaba incentivando o atleta a querer ganhar. Com o Atleta Pódio o Brasil vai conseguir mais resultados. Se você ganha uma bolsa no valor máximo de R$15 mil, no próximo ano você vai querer ganhar também. Vai querer treinar muito mais para querer manter os resultados ou melhorar ainda mais.

Foco

Com a chegada do técnico espanhol Jesus Morlán passei realizar os treinamentos focados. Eu estou focado nas provas mais longas, no C1 1.000m 5.000m e 500m, provas de mais resistência.

Técnico espanhol

A chegada do Jesus Morlán aumentou a minha expectativa de medalha no Campeonato Mundial de 2015 e para os Jogos Olímpicos de 2016. Jesus tem toda uma preparação específica de treinamento. Antigamente, eu tinha um treinamento sem foco nas competições do próximo ano. Era das provas imediatas. Hoje, já temos toda a preparação até 2015. Antes era um treinamento para os campeonatos importantes.

Seleção

Temos quatro atletas na seleção. Dois são do C2 1000m, com Erlon e Ronilson que representaram o Brasil em Londres. O Nivalter disputa o C1 200m. Ele foi o representante do Brasil em Pequim, em 2008. Já eu sou do C1000m. Agora, cada um treina a sua especialidade. 


Fonte:
Ministério do Esporte



12/12/2013 17:37


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