Capiberibe recomenda maior cautela com a agricultura transgênica
Chamando a atenção para os pesados interesses econômicos estrangeiros envolvidos na campanha a favor do plantio de vegetais transgênicos no Brasil, o senador João Capiberibe (PSB-AP) recomendou nesta quinta-feira (16) em Plenário maiores estudos antes que esse tipo de agricultura seja autorizado.
- O que está em questão, no Brasil, são US$ 100 milhões anuais, aproximadamente, a título de patente, que a multinacional Monsanto pretende faturar - alertou o senador.
Ele explicou que a maioria dos especialistas no assunto consideram o plantio de transgênicos em larga escala (fora dos campos de pesquisa) um risco para a biodiversidade e a saúde humana. Atualmente os principais produtos geneticamente modificados são a soja, o algodão, a canola e o milho.
- A pesquisa científica é fundamental e ninguém em sã consciência pode pregar contra o avanço do conhecimento, mas se amanhã a poluição genética for nociva ao meio ambiente e ao homem, não haverá como voltar atrás - advertiu Capiberibe.
Além dos riscos ambientais, o senador tratou dos problemas econômicos prováveis em decorrência da opção pela transgenia - a começar pelos custos para os agrcicultores, que terão de pagar pelo direito de patente das novas sementes. Hoje há, inclusive, muitos registros de contrabando de sementes da Argentina.
O país ainda corre o perigo de perder mercados importantes para produtos como a soja convencional, a preferida entre os consumidores europeus, os maiores compradores do Brasil. As exportações de soja do Rio Grande do Sul para a União Européia, por exemplo, chegaram a alcançar 2 milhões de toneladas, mas hoje caíram a zero em razão das plantações de transgênicos naquele estado. A demanda européia é agora atendida pelo Paraná e pelo Mato Grosso.
16/10/2003
Agência Senado
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