Carnaval de Salvador divulga Ligue 180 contra violência a mulher



Um dos maiores circuitos carnavalescos do Brasil – o de Salvador – mobiliza, novamente, foliãs e foliões para os festejos sem violência contra as mulheres. Com o lema “Respeito à Mulher – Esse é o meu bloco”, a campanha é organizada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPM).

Margareth Menezes, Vovô do Ilê Aiyê e Baby Consuelo são algumas personalidades que já se juntaram à ação. Numa moldura portátil, as pessoas públicas, artistas e a população se mesclam ao colocar seus rostos em destaque, no módulo que divulga a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM).

Para a secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, da SPM, Aparecida Gonçalves, o carnaval é um dos momentos importantes para prevenir a violência de gênero e orientar as vítimas para os serviços especializados. “A Bahia é um dos principais redutos da folia e as mulheres vêm construindo nesse espaço a reflexão sobre os seus direitos das mulheres. Assim como os foliões, as mulheres têm de brincar o carnaval sem ser alvo da violência machista”.

No final de semana, uma professora e seu filho foram assassinados num bloco, em Olinda, pelo namorado da vítima. “É importante que a sociedade brasileira esteja atenta ao controle com que os agressores exercem sobre suas vítimas. Ameaças geralmente se concretizam, e os assassinatos transpõem o ambiente doméstico. Acontecem nos blocos, nos clubes e até mesmo nas igrejas, como ocorreu em Guarulhos num batizado. Logo, a capacidade de resposta de prevenção e punição dos agressores tem de ser mais rápida por parte do poder público, com o apoio da sociedade”, completa a secretária Aparecida Gonçalves.

Diversão pra valer

 “Respeito à Mulher – Esse é o meu bloco” foi lançada na última quinta-feira (13), em Salvador, pela artista Baby Consuelo. Acompanhada do filho Pedro Baby, ela animou o baile do bloco Os Mascarados. Para a cantora, “as mulheres vão para a rua procurando diversão e ninguém tem o direito de desrespeitá-las” nos circuitos concebidos para a paz e a diversão.

Titular da SPM Bahia, Lúcia Barbosa, explica que a ação de mobilizar artistas e blocos na campanha é estratégia importante para sensibilizar o público folião. Ela alerta que embora o carnaval inspire descontração e brincadeira, não pode provocar situações de constrangimento, abordagem agressiva e violência moral para as mulheres. “O bloco da mulher é o bloco da vida. Precisamos preservá-la e denunciar mais a violência”, reforçou a primeira-dama baiana, Fátima Mendonça.

Segundo a Empresa Salvador Turismo (Saltur), a capital baiana vai atrair neste ano cerca de dois milhões de foliões, que podem escolher pular em uma das 224 diferentes atrações. Entre elas há 39 blocos de trio, 21 de percussão, 36 de samba e oito infantis. O carnaval de Salvador também abriga milhares de pessoas que participam livremente da festa, sem pagar por fantasias, que recebem o título de “pipocas”.

Fonte:
Secretaria de Políticas para as Mulheres



18/02/2014 12:34


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