Cartilhas explicam uso de plantas medicinais



Trabalho surgiu de dissertação de conclusão de curso; saiba onde encontrar

Duas cartilhas sobre utilização de plantas medicinais por freqüentadores de postos de saúde de Botucatu foram elaboradas por alunos do curso de Ciências Biológicas do Instituto de Biociências (IB) local. Os trabalhos de conclusão de curso de Licenciatura têm caráter educativo e visam auxiliar usuários, professores e alunos quanto ao emprego correto das ervas.

A orientação foi da biomédica Maria José Queiroz de Freitas, do Departamento de Fisiologia, com a co-orientação de Renato Eugênio Diniz, do Departamento de Educação.

Gisele Aparecida Dionísio Lopes, autora de Noções sobre hipertensão e plantas medicinais, fez um levantamento junto a voluntários usuários do Posto de Saúde I, que oferece atendimento na especialidade homeopatia. Aliado a isso, ela também entrevistou alunos da rede pública para determinar o nível de conhecimento dos escolares sobre o conceito de pressão alta e de plantas medicinais.

Na unidade de saúde Gisele constatou que 67,5% dos entrevistados eram portadores de hipertensão arterial e, destes, 37% utilizavam ou utilizaram plantas como auxiliares no tratamento. Quanto às ervas mais citadas, pela ordem, foram: Pitanga, Boldo, Berinjela, Urucum, Erva Cidreira, Erva Doce, Pata de Vaca e Camomila.

Nas escolas, 65% dos estudantes disseram não saber definir o que é a doença, mesmo aqueles com algum parente hipertenso. 70% afirmaram conhecer alguma planta medicinal. Segundo a docente Maria José, especialmente a Pitanga (Eugenia uniflora) possui eficiência terapêutica comprovada contra a hipertensão, conforme pesquisa feita em ratos Wistar.

Efeitos colaterais - A cartilha Plantas medicinais: da tradição à comprovação, elaborada por Vinicius Andrade Arce Pais, tem o objetivo de conscientizar a população usuária sobre o uso correto das plantas, salientando que, além dos efeitos terapêuticos, elas também são tóxicas. Diferente do trabalho de Gisele, este levantamento não focou nenhuma enfermidade específica, as ervas mencionadas foram usadas em tratamentos diversos.

O então aluno do IB realizou 40 entrevistas no Centro de Saúde da Família, no Distrito de Rubião Júnior, em Botucatu. “De modo geral os entrevistados eram moradores de zonas rurais e tinham o hábito de tratar suas enfermidades com plantas”, disse Pais.

Segundo ele foram mencionadas 22, entre as quais foram escolhidas 15 em função do efeitos tóxicos. A planta Sene (Senna sp.), conhecida como Fedegoso, foi muito citada como laxante. Mas, segundo Pais, em doses exageradas pode afetar músculos, fígado e o cérebro. “A semente é a parte mais tóxica,” diz.

As cartilhas estão disponíveis para consulta nas escolas estaduais de Botucatu, nas principais bibliotecas, no Instituto de Biociências e na Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp.

Da Unesp



06/08/2008


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