CAS DEBATE MEDICINA ORTOMOLECULAR



Separar "o joio e o trigo", no que se refere aos bons e maus profissionais que praticam a medicina ortomolecular, foi o desafio identificado por especialistas que debateram o assunto no final da tarde desta quarta-feira (dia 25) na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). O senador Ademir Andrade (PSB-PA), presidente da comissão, mediou as discussões, que tiveram como tema central duas resoluções publicadas pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) determinando limites para práticas de medicina consideradas alternativas. A audiência, que atendeu a requerimento da senadora Marina Silva (PT-AC), reuniu os médicos representantes do Conselho Federal de Medicina, Júlio César M. Gomes e Renato Maia, e, falando pelos praticantes da medicina ortomolecular, os doutores Jorge Martins de Oliveira, professor titular da UFRS, e Efraim Olszewer, presidente da Associação Brasileira de Oxidologia.Durante o debate, os doutores Jorge e Efraim apontaram falhas nas resoluções que tratam do assunto e afirmaram que não consideram a medicina ortomolecular uma prática alternativa porque, de acordo com eles, os bons médicos da área não dispensam as técnicas da medicina convencional. Defenderam que as inovações utilizadas sofrem oposição própria a tudo que é novo. Para os representantes do CRM, a prática ortomolecular tornou-se um modismo porque oferece, entre outras vantagens, o rejuvenescimento. O Conselho, de acordo com o doutor Renato Maia, quer alertar a população contra ilusões que possam estar sendo oferecidas. Diz, ainda, que muitas das vantagens obtidas nos medicamentos receitados pelos profissionais da medicina ortomolecular podem ser obtidas através da boa alimentação e da prática de exercícios físicos.As senadoras Benedita da Silva (PT-RJ), Marina Silva (PT-AC) e Emília Fernandes (PDT-RS) apresentam questões aos debatedores que visavam saber o que de bom poderia ser oferecido pela medicina ortomolecular à população. As respostas foram divergentes. Para os adeptos da prática, como o doutor Jorge, "os pacientes podem melhorar sua qualidade de vida com a reposição de nutrientes e despoluição do organismo contaminado com metais pesados".Já os representantes do CRM manifestaram dúvidas quanto ao sucesso da terapêutica. O doutor Renato disse que "não se sente confortável para recomendar tratamento através da prática ortomolecular", embora admita que existem estudos provando que o uso da vitamina E, por exemplo, pode reduzir doenças, como as que atingem o coração.Encerrando a audiência, o senador Ademir Andrade disse que as posições manifestadas pelas duas partes foram "radicalizadas" e que ele espera que o debate realizado sirva para aproximar as correntes distintas e que, em outra oportunidade, possa ser aprofundado.

25/11/1998

Agência Senado


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