Casildo Maldaner sugere parceria com iniciativa privada para refino de petróleo



O anúncio da Petrobras de que obteve seu pior lucro dos últimos oito anos levou o senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) a lamentar a situação em Plenário nesta terça-feira (5). O baixo desempenho da estatal, que segundo sua presidente, Graça Foster, terá "um semestre difícil", tem entre suas causas o alto preço pago pela empresa para importação de derivados de petróleo para suprir a demanda interna, não é atendida com a produção nacional, afirmou o senador. Ele defendeu uma parceria com a iniciativa privada para ampliar a capacidade de refino do país e reduzir as importações.

Casildo Maldaner observou que o consumo de derivados está cada vez maior no Brasil, mas o país não tem condições de refinar o petróleo que produz a fim de atender a própria demanda. Em sua avaliação, a situação leva à perda de divisas e de espaço no mercado produtor de petróleo.

Com o crescimento do consumo interno, a Petrobras passou a importar o combustível por um preço bem mais alto do que se vende no mercado brasileiro, continuou o senador, observando que o volume de combustível importado cresceu 100% em relação a 2011. A produção média de petróleo e gás natural da Petrobras, em julho de 2012, foi de 2,5 milhões barris de óleo por dia. Entretanto, mesmo utilizando 100% de sua capacidade de refino, a produção de derivados da companhia ficou em 2,2 milhões de barris/dia, aquém das necessidades do país.

Casildo Maldaner afirmou que estudos realizados pelo governo federal indicam que o cenário não deve se alterar tão cedo: ao contrário, deve se agravar. A estimativa mais otimista é de que nos próximos dez anos o aumento de importação de gasolina ultrapasse os 350%. Nem mesmo os investimentos previstos pela empresa como a construção de cinco novas refinarias e aporte de US$ 65,5 bilhões no segmento de refino, transporte e comercialização dariam vazão à crescente demanda.

- Não podemos negar, contudo, a conclusão óbvia da necessidade de ampliar nossa capacidade de refino de petróleo. Mesmo tratando-se de uma das maiores companhias de energia do mundo, a Petrobras tem suas limitações. A participação da iniciativa privada no setor de refino de combustíveis configura-se alternativa viável, de rápida implementação, que poderá trazer os efeitos desejados, seja no modelo de concessão, seja em parceria direta com a própria Petrobras – sugeriu.

Casildo Maldaner lembrou que o governo federal já adotou o modelo de concessões para administração portuária e para a construção de ferrovias dentro do Plano de Infraestrutura Logística. Por isso, esta seria a hora de “somar esforços”.

- Isso é fundamental. Já produzimos praticamente o petróleo necessário, mas não temos condições de refiná-lo. Falta essa capacidade. E essa perda de divisas que está acontecendo é muito grande, não é por aí que vamos encontrar os caminhos - argumentou.



05/02/2013

Agência Senado


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