Casildo sugere que estados prejudicados pela unificação do ICMS sobre importados recorram ao STF



VEJA MAIS

O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) manifestou, nesta terça-feira (8), preocupação com as consequências para o estado de Santa Catarina do Projeto de Resolução (PRS) 72/2010, aprovado pelo Senado em abril. Para o senador, a proposta, que unifica em 4% o ICMS sobre produtos importados, não soluciona os problemas da indústria brasileira.

A unificação, segundo Casildo, desequilibra as contas dos governos estaduais afetados e coloca em risco não apenas a preservação do emprego e do desenvolvimento econômico nesses estados, mas, também, a segurança jurídica indispensável ao ambiente de negócios.

O senador relatou que, na segunda-feira (7), o governo de Santa Catarina reuniu parlamentares, prefeitos e secretários estaduais para analisar a situação. Uma das propostas em discussão é a possibilidade de os estados afetados questionarem junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), por Ação Direta de Inconstitucionalidade, a validade da legislação aprovada.

Segundo o parlamentar, juristas renomados afirmaram que alterações em alíquotas de impostos só podem ser feitas por intermédio de lei complementar, aprovada no Senado e na Câmara, e não por projeto de resolução como foi feito.

- Sei que há divergências, mas há um assunto que muitos desposam que é de que a matéria merece uma ADI. E eu digo mais uma vez, sem prejuízo das discussões e das compensações em andamento, que devem andar e devem ser céleres para tentar minimizar e mitigar esses problemas, a possibilidade da ADI está em discussão, não só pela Procuradoria-Geral do meu estado, mas também pelas procuradorias dos demais estados afetados – anunciou.

Casildo Maldaner destacou que, durante a vigência da atual legislação, Santa Catarina criou programas de incentivo ao desenvolvimento econômico, usando os mecanismos legais disponíveis, sem a intenção de incentivar a importação de produtos manufaturados, mas, sim, de equipamentos e matérias-primas que permitissem o crescimento e a inovação da indústria local.

O senador argumentou que as medidas adotadas pelo estado permitiram uma “vigorosa” revitalização dos portos, que passaram a receber investimentos públicos e privados. Desde 2007, instalaram-se mais de 300 empresas, que, se deixassem o estado agora, causariam a perda de mais de 18 mil postos de trabalho, assegurou.

A maior parte dessas empresas, acrescentou o senador, financiou investimentos com recursos do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), que atende os três estados do sul, e do BNDES. Na avaliação de Casildo, os estados detêm o direito de privilegiar ou de oferecer um regime fiscal especial, facultado a eles pela legislação brasileira, em conformidade com o princípio federativo.



08/05/2012

Agência Senado


Artigos Relacionados


CAE rejeita reexame da unificação do ICMS sobre importados pela CCJ

Unificação do ICMS de importados pode ser votada pela CAE

Ivo Cassol defende unificação do ICMS sobre importados

Aprovada unificação da alíquota de ICMS sobre produtos importados

Unificação do ICMS sobre importados vai com urgência para o Plenário

Magno Malta protesta contra unificação do ICMS sobre importados