Casos de dengue caem 80% no primeiro bimestre de 2014



O ministro da Saúde, Arthur Chioro, e o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, apresentaram o balanço de casos da dengue nesta terça-feira (18), em Brasília. O número de casos por dengue teve queda de 80% na comparação do primeiro bimestre deste ano com o mesmo período do ano passado. O Ministério da Saúde registrou 87 mil notificações entre janeiro e fevereiro de 2014, contra 427 mil no mesmo período de 2013. A queda também foi observada em relação às ocorrências graves (84%) e óbitos (95%). Apesar da redução expressiva, o Ministério da Saúde ressalta a importância de manter-se o alerta e a necessidade de dar continuidade das ações preventivas.

Na ocasião, o Ministério da Saúde divulgou também o novo Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) - Mapa da Dengue, realizado em 1.459 municípios – 48% a mais de municípios do que a edição de 2013. O levantamento atual revela que 321 cidades brasileiras estão em situação de risco, 725 em situação de alerta e 413 em situação considerada satisfatória. O percentual de municípios identificados em situação de risco foi de 22% em 2014. No mesmo período de 2013, o índice era de 27%.

 Para o ministro Arthur Chioro, apesar da redução nos números da dengue – resultado do esforço conjunto da população e dos governos municipais, estaduais e do Ministério da Saúde – é preciso manter as ações de prevenção. “Nós não podemos baixar a guarda. Não é porque estamos conseguindo, ainda que parcialmente, um excelente resultado em relação à dengue que deixaremos de nos preocupar nos próximos meses ou anos. Portanto, temos que continuar com esse esforço contínuo da sociedade e do poder público para garantir a segurança e saúde da população”, ressaltou.

Casos

Todas as regiões do País reduziram o número de casos no primeiro bimestre de 2014. A região Sudeste obteve a maior redução, passou de 232,5 mil notificações em 2013 para 36,9 mil este ano. Em segundo lugar está o Centro-Oeste, que passou de 122,8 mil (2013) registros para 28,2 mil (2014); seguido do Nordeste, que teve queda de 29,6 mil (2013) para 7,9 mil (2014); Norte, de 22,3 mil (2013) para 6,9 mil (2014) e Sul, de 20,3 mil (2013) para 6,9 mil (2014).

Dez estados concentram 86% dos casos registrados em 2014. As cidades com o maior número são Goiânia (GO), 6.089; Luziânia (GO), 2.888; Aparecida de Goiânia (GO), 1.838; Campinas (SP), 1.739; Americana (SP), 1.692; Belo Horizonte (MG), 1.647; Maringá (PR), 1.540; São Paulo (SP), 1.536; Brasília (DF), 1.483; e Campo Belo (MG), 1.410.

Ações

As ações do Ministério da Saúde – realizadas em conjunto com estados e municípios – contribuíram para a redução nos números da dengue. Em novembro de 2013, o Ministério da Saúde dobrou o recurso adicional enviado para incrementar medidas de vigilância, prevenção e controle da doença. Ao todo, foram repassados R$ 363,4 milhões – 110% a mais do que em 2012. Além do repasse de recursos, o Ministério da Saúde tem ampliado o atendimento na Atenção Básica ao paciente com dengue, o que impacta na redução gradativa dos casos graves e óbitos.

Para o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, a baixa letalidade é resultado dessa parceria entre as áreas de vigilância e de assistência à saúde. “Em 2011, nós fizemos um estudo sobre os óbitos por dengue para identificarmos o que chamamos de óbitos evitáveis - aquelas vítimas que, com intervenção de uma equipe da atenção básica ou da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), nós conseguiríamos evitar. Isso gerou um protocolo, implantado em conjunto com as secretarias estaduais e municipais de saúde, que fez com que o Brasil apresentasse uma das mais baixas taxas de letalidades da América Latina e Caribe. Servindo, inclusive, de modelo para outros países que combatiam a doença só no controle do vetor, sem o olhar pelo serviço de saúde”, explicou. 

Outra ação em expansão para combate à doença é o crescimento dos municípios participantes do Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) - Mapa da Dengue. Entre janeiro e fevereiro de 2014, 1.459 municípios fizeram parte da pesquisa, o que significa um aumento de 48% em relação ao mesmo período de 2013, quando 983 cidades participaram do levantamento.

LIRAa 

O levantamento é considerado um instrumento fundamental para orientar as ações de controle da dengue, o que possibilita aos gestores locais de saúde anteciparem as ações de prevenção. O levantamento é promovido em parceria com as secretarias municipais de saúde. Os municípios classificados como de risco apresentam larvas do mosquito em mais de 4% dos imóveis pesquisados. É considerado estado de alerta locais em que os imóveis pesquisados possuem larvas do mosquito entre 1% e 3,9%, sendo índice satisfatório nos locais abaixo de 1% de larvas do Aedes aegypti.

Em relação às capitais, o LIRAa apontou situação de risco em Belém (PA); Palmas (TO); Porto Velho (RO) e Cuiabá (MT). Alerta em Boa Vista (RR); Manaus (AM); Maceió (AL); Natal (RN); Recife (PE); Salvador (BA); São Luís (MA); Aracaju (SE); Belo Horizonte (MG); Rio de Janeiro (RJ); Vitória (ES); Campo Grande (MS) e Goiânia (GO). Já Macapá (AP); Teresina (PI); Brasília (DF) e Curitiba (PR) apresentaram índice satisfatório.As demais capitais até o encerramento da avaliação, não haviam enviado informações.

Além de mostrar o local com maior incidência, o mapa da dengue também revela o depósito de água onde foi encontrado o maior número de focos de mosquito. Os criadouros predominantes diferem de acordo com as regiões analisadas. 

 

Principais   criadouros - 2014

Região

Armazenamento 

  Depósitos  

      Lixo      

Norte

20,2%

27,4%

52,4%

Nordeste

75,3%

18,2%

6,5%

Sudeste

15,7%

55,7%

28,6%

Centro-Oeste

28,9%

27,3%

43,8%

Sul

12,9%

37%

50,1%



18/03/2014 17:44


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